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Conceição Evaristo abre Casa Escrevivência, espaço cultural no Rio

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A cidade do Rio de Janeiro ganhou, nesta quinta-feira (20), um novo espaço cultural, resultado de projeto da escritora Conceição Evaristo. Ao longo dos últimos anos, a escritora vinha se preparando para um dia ter um lugar onde pudesse dispor do seu acervo bibliográfico e artístico. Assim surgiu a Casa Escrevivência, no Beco João Inácio, 4, Largo da Prainha, no bairro da Saúde, região portuária da capital. Uma sessão de autógrafos da escritora marca a inauguração nesta noite.

“É um projeto que eu vinha pensando a tempos. Nasce na medida em que eu vou construindo um acervo de livros e de cartazes, de folders, de moções honrosas, de prêmios. Isso foi tomando um espaço na minha lembrança e na minha memória e em um espaço físico também”, revelou em entrevista à Agência Brasil.  A escritora conta que o acervo de livros foi o que mais a impulsionou.

Conceição Evaristo confessa que sentia um incômodo em ver todos aqueles livros na estante sem circular em outros locais.

“Livro na estante não significa nada. Ser um acervo para barata e cupim comer”.

Inicialmente, conforme relata, pensou em fazer uma biblioteca comunitária, mas o pensamento evoluiu. “O sonho foi amadurecendo e pensei nessa Casa Escrevivência. A parte principal seria mesmo essa biblioteca com o acervo de livros, que seria o pilar da Casa e mais um lugar onde guardasse uma série de outras publicações, teses de sensações, revistas de pesquisadores. Seria, então, essa biblioteca e esse centro de documentação, onde a pessoa que quisesse acessar ou fazer um estudo crítico da minha obra, tudo estaria nesta Casa Escrevivência”.

Rio de Janeiro (RJ), 20/07/2023 - A escritora Conceição Evaristo lança a Casa Escrevivência, um espaço aberto ao público com biblioteca, no Largo da Prainha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 20/07/2023 - A escritora Conceição Evaristo lança a Casa Escrevivência, um espaço aberto ao público com biblioteca, no Largo da Prainha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Espaço fica no Largo da Prainha – Fernando Frazão/Agência Brasil

A escolha do local onde funcionará a Casa Escrevivência não foi à toa. A região é chamada de Pequena África, porque tem vários pontos simbólicos para a população preta. Bem perto está o Cais do Valongo, principal local de desembarque e comércio de pessoas negras escravizadas nas Américas. As estimativas indicam que um milhão de africanos tenha entrado no Brasil por meio do Valongo.

“É muito simbólico. A gente quis muito. Desde o projeto da Casa nós pensamos nesta geografia afetiva que tem a ver com a história negra. Essa região chamada Pequena África estar ali é celebrar a nossa lembrança de dor que a gente transforma em uma lembrança de resistência”, apontou.

Mais espaço 

O futuro do projeto ainda pode ser maior. A escritora reconhece que o lugar atual ainda é pequeno, mas é o começo que vai permitir a divulgação do espaço cultural e a ideia é que um dia possa estar sediado em uma casa maior, onde possam ocorrer também exposições e lançamentos de livros.

“O espaço que temos no momento é um espaço que não cabem 15 pessoas dentro, na verdade é uma loja bem pequena”, explica, “hoje é o espaço que nos permite jogar essa ideia na rua” conta. “Essa visitação e trabalho com o público, escolas, professores, pesquisadores que imaginamos, só vai poder acontecer quando tivermos um espaço físico que caiba essa movimentação”, afirmou, lembrando que o primeiro evento no local é a sessão de autógrafos dos seus livros na noite de hoje.

Para dinamizar a casa, mesmo sem ter ainda o espaço maior, a escritora disse que a equipe que trabalha voluntariamente na Casa Escrevivência vai começar a visitar escolas, realizar determinados eventos em outros espaços como o que ocorreu ontem (19) na Casa Rui Barbosa, em Botafogo, zona sul do Rio. “A nossa ideia é essa. Como a gente ainda não tem uma sede própria, é fazer parcerias com outras instituições e realizar as nossas atividades em outros espaços”.

A manutenção do projeto tem sido feita, de acordo com a escritora, com seus próprios recursos financeiros com apoio do Instituto Ibirapitanga, organização dedicada à defesa de liberdades e ao aprofundamento da democracia no Brasil. A intenção é também no futuro comprar um imóvel para servir de sede definitiva da Casa Escrevivência, que atualmente foi instalada em um local alugado.

“Agora implantando a Casa e o nome da Casa estando na rua, que é uma maneira também de chamar a atenção de instituições, que queiram nos ajudar, nós vamos começar a colocar um projeto na rua para conseguir fundos para comprar um imóvel”, revelou.

Rio de Janeiro (RJ), 20/07/2023 - A escritora Conceição Evaristo lança a Casa Escrevivência, um espaço aberto ao público com biblioteca, no Largo da Prainha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 20/07/2023 - A escritora Conceição Evaristo lança a Casa Escrevivência, um espaço aberto ao público com biblioteca, no Largo da Prainha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Próximo passo é ter um espaço maior que possa acolher bolsistas – Fernando Frazão/Agência Brasil

De acordo com a escritora, esse imóvel será uma casa e o motivo da opção é que quando houver a sede, o espaço cultural vai receber pesquisadores residentes e trabalhar com bolsistas de criação e de pesquisa. “Então, a gente precisa de uma casa moradia. Uma casa que ofereça essa possibilidade do projeto de acolher pessoas, que com bolsas fiquem estudando na Casa. O próximo passo vai ser isso, pôr o projeto na rua para angariar fundos. Nessa região a gente encontra casas para vender; são imóveis velhos, mas a gente faz uma reforma pensando também em acessibilidade”, explicou.

O encontro na Casa Rui Barbosa, citado pela escritora, foi um bate papo com o tema As escrevivências que nos aproximam. Além da escritora estavam presentes Jurema Werneck, presidente da Anistia Internacional, Erica Malunguinho, idealizadora do espaço Aparelha Luzia e ex-deputada estadual de São Paulo, com mediação da Doutora e professora universitária Fernanda Felisberto.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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