A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua primeira avaliação da safra de café para o ano de 2024, revelando um panorama misto de avanços e desafios.
A produção de café arábica no país registrou um aumento de 4,74%, alcançando 40,75 milhões de sacas, com um incremento de 2% em produtividade. Contudo, esses números ainda estão 6% abaixo do que era projetado para este ano, indicando um desempenho aquém das expectativas.
A análise da Conab aponta que, apesar do crescimento em comparação com o ano anterior, a produção de arábica ainda não alcançou os patamares esperados para um ano de bienalidade positiva.
O volume produzido é menor do que a série histórica previa para 2024, que era de 43,36 milhões de sacas. Em 2022, a queda foi ainda mais acentuada, 23% abaixo do esperado. A produtividade do arábica, embora tenha aumentado, ainda está 10% abaixo das expectativas para anos de alta produtividade.
Natália Gandolphi, analista de Café da Conab, observa que, apesar de uma melhoria em relação a 2023, a produção ainda não atingiu seu pleno potencial. O foco agora se volta para o ciclo 26/27, na esperança de alcançar um rendimento e tamanho de safra comparáveis ao recorde de 2020.
A área produtiva de café apresentou um crescimento de 3% em relação ao ano anterior, totalizando 1.526 mil hectares, apesar dos desafios climáticos.
No que diz respeito ao café conilon, a Conab estima uma safra de 17,3 milhões de sacas em 2024, um aumento de 7% em relação a 2023. A safra de conilon foi afetada pelas variações nas chuvas, influenciadas pelo fenômeno El Niño. A estiagem a partir de setembro causou estresse hídrico, afetando a frutificação, mas a expansão da área cultivada e o desenvolvimento geral positivo das lavouras têm contrabalanceado esses desafios.
Os produtores de café no Brasil enfrentam um cenário de recuperação e adaptação. A produção de arábica mostrou uma tendência de crescimento em relação ao ano anterior, mas ainda há um caminho a percorrer para alcançar os níveis esperados em anos de alta produtividade.
Já o conilon, apesar de desafios climáticos e casos isolados de pragas, mostra sinais de desenvolvimento positivo, com um leve aumento na área de cultivo. A expectativa é que os próximos ciclos possam trazer resultados ainda melhores, alinhando-se às metas e ao potencial do setor cafeeiro brasileiro.