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MATO GROSSO

Comarca de Chapada do Guimarães realiza Círculo de Paz com equipe multidisciplinar

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Os paredões de Chapada dos Guimarães (a 60 Km de Cuiabá), a bela visão de um dos mirantes da cidade, o cheiro e os sons da mata formaram o cenário do círculo de construção de paz, promovido pelo Núcleo Gestor de Justiça Restaurativa da Comarca com uma equipe multidisciplinar composta por membros do Judiciário, prefeitura, polícia civil, Defensoria Pública e Promotoria.
 
O tema do encontro, realizado em meio à natureza, foi “celebrando a vida’’ e fez parte da programação do Setembro Amarelo, que será desenvolvida na comarca durante todo o mês pelo juiz Renato José de Almeida Costa Filho, como forma de prevenção e combate ao suicídio.
 
O juiz diretor do fórum e instrutor do Nugjur, Leonísio Sales de Abreu, afirma que a ideia é que depois da prática restaurativa os participantes possam estar melhor preparados para auxiliar quem está precisando de ajuda.
 
“Todos trabalhamos com público. Então é importante a gente se valorizar, entender o excelente trabalho que cada um dos profissionais aqui exerce e escutá-los, pra que eles tenham essa sensação de pertencimento, para soltar as emoções, se conhecerem e aflorar a humanidade e reviver como é bom ter uma plenitude de vida. Assim, serão instrumentos afiados e conseguirão estender as mãos pra essas pessoas que estão em desiquilíbrio emocional. Desejamos que esses círculos de celebração da vida sejam estendidos”, destacou o magistrado.
 
A assistente social do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) de Chapada dos Guimarães, Andressa Vitória da Silva Figueiredo, estava no grupo e falou da primeira experiência com a metodologia, que em um ambiente acolhedor e seguro, busca fortalecer vínculos e o empoderamento, ressaltando a igualdade de valor e dignidade a todos os participantes.
 
“Pra mim foi um momento muito importante, muito gratificante porque a gente pôde perceber que as nossas dificuldades, no dia-a-dia, no nosso trabalho é algo normal, e que isso faz arte da realidade dos outros. Foi um momento, também, de reflexão e de se se conhecer melhor’, pontuou.
 
Já para a coordenadora do CRAS, a também assistente social Jussamara Soares do Nascimento, o círculo restaurativo foi uma grande oportunidade de compartilhamento, acolhimento e de lições que vão servir para a vida toda.
 
“Foi a chance de ouvir o próximo com mais amor, com mais empatia. Eu achei maravilhoso. Eu acho que a gente tem que ter esses círculos em todos os órgãos públicos. A gente trabalha em grupo, então há conflitos, há visões diferentes e nesse sentido os círculos podem ajudar a muito’’.
 
Setembro Amarelo – O dia 10 de mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo e esse ano o lema é “Se precisar, peça ajuda!”
 
De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde – OMS- em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria .
 
Fernanda Fernandes
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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