Enquanto Israel aponta tanques de guerra em direção à Faixa de Gaza para iniciar uma invasão por terra ao norte da região, palestinos se deslocam para o sul, na tentativa de fugir pelo Egito.
De acordo com a agência da ONU que apoia os refugiados palestinos (UNRWA), em torno de 1 milhão de moradores de Gaza deixaram suas casas fugindo dos ataques. No sul da Faixa de Gaza, a situação já é “insuportável”, segundo a ONU , com famílias chegando a abrigos que não têm alimento, eletricidade, remédios e outros itens básicos para recepcioná-las.
Assim como os brasileiros, diversos cidadãos de outros países também aguardam no sul da Faixa de Gaza para serem repatriados. Enquanto isso, a abertura da fronteira é negociada entre as autoridades das nações envolvidas.
A grande questão, porém, é que muitos palestinos também fugiram para o sul da Faixa de Gaza, mas não há perspectiva de abertura das fronteiras para quem não tem cidadania em outro país.
Fronteiras fechadas
Normalmente, os palestinos que vivem na Faixa de Gaza não têm autorização para deixar a região nem pela fronteira de Israel nem pela passagem para o Egito. Em ambos os casos, é exigida autorização dos países vizinhos, o que pode levar anos ou ser negado.
Cerca de 2 milhões de palestinos vivem na Faixa de Gaza, região com 365 km² – área equivalente a um quarto da cidade de São Paulo.
Durante a guerra, Israel e Egito negociam com intermédio dos Estados Unidos para que um corredor humanitário libere a saída de estrangeiros que estão em Gaza. Neste domingo (15), os EUA acusaram o Hamas de travar esse acordo.
“Os egípcios concordaram em permitir que os americanos cruzassem a fronteira por Rafah (a cidade fronteiriça). Os israelenses garantiram que tentariam, no que cabe a eles, manter a área segura. Ontem (14) tentamos retirar um grupo (de cidadãos norte-americanos), mas a questão foi que o Hamas impediu que isso acontecesse”, disse Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, em entrevista à rede estadunidense CBS.
Mesmo que esse acordo aconteça, ele prevê apenas a retirada de estrangeiros de Gaza. Os palestinos que se deslocaram para o sul, portanto, se encontram em um beco sem saída.
Segundo a ONU, os abrigos na região já estão com capacidade esgotada. Rawya Halas, diretora do centro de treinamento da UNRWA em Gaza, descreve a situação decorrente do cerco de Israel como “catastrófica”. “A situação é sem precedentes e não pode ser descrita com palavras”, diz ela, em um vídeo publicado nas redes sociais.
Rawya afirma que o abrigo da ONU que ela lidera não tem suprimentos para ajudar as famílias refugiadas. Segundo ela, falta água, alimento, eletricidade e local para receber as pessoas. Além disso, não há alguns medicamentos, como insulina para diabéticos.
“Há crianças, idosos e adultos que eu não consigo ajudar”, afirma, chorando. “Eu estou na liderança deste abrigo, e não consigo oferecer nada a eles, nem água, nem comida. Não temos nada. Nada”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.