O Governo de Mato Grosso, em parceria com o Cuiabá Esporte Clube, proporcionou mais uma vez aos autistas assistirem aos jogos do clube no Campeonato Brasileiro de 2023. A iniciativa faz parte do Programa SER Família Inclusivo, idealizado pela primeira-dama Virginia Mendes. O segundo grupo de beneficiados pela iniciativa assistiram ao jogo do Cuiabá contra o Grêmio neste domingo (30.04) no camarote.
A seleção dos oitos torcedores e acompanhantes foi realizada por meio de sorteio a partir dos beneficiários cadastrados na Carteira de Identificação do Autista (CIA), emitida pelo MT Cidadão.
Para poder participar do sorteio é preciso ter a Carteira de Identificação do Autista (veja mais abaixo). Beneficiários de todo o estado de Mato Grosso podem participar do sorteio, lembrando que não serão custeados o deslocamento e a hospedagem, tanto do sorteado quanto de seu acompanhante. Apenas serão disponibilizadas as entradas do camarote.
“É muito gratificante ver essa ideia em prática, até o momento 15 crianças, entre adolescentes e autistas, assistiram jogos na Arena Pantanal. O projeto continua com os sorteios organizados pela Setasc com o apoio do Cuiabá. Parabéns a todas as pessoas envolvidas, especialmente à querida senadora Margareth Buzetti por incentivar”, disse a primeira-dama de MT, Virginia Mendes.
A secretária interina de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), Grasielle Bugalho, ressaltou o trabalho em parceria entre a Setasc e a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), por meio da Rede Cidadã, e o Cuiabá Esporte Clube.
“Pela segunda vez, estamos oferecendo para as pessoas autistas um espaço, dentro da Arena Pantanal, para assistir aos jogos do Cuiabá. Para nós é uma experiência única, uma forma de divulgar a Carteira do Autista, a importância de se ter a carteira, para que os autistas possam acessar inúmeros serviços. Essa sinergia do Cuiabá oferecendo esse espaço e a gente podendo levar esse trabalho para os autistas é muito importante. Essa iniciativa da senadora Margareth Buzetti, com a nossa primeira-dama Virginia Mendes, será aberta para outras pessoas, para que elas possam ter a experiência única de torcer, de saber como funciona uma arena de futebol”, afirmou a secretária.
A senadora por Mato Grosso Margareth Buzetti contou que conversando com a primeira-dama Virginia Mendes, surgiu a ideia de entrar em contato com o Cuiabá e garantir um local adequado para que os autistas pudessem assistir aos jogos.
“Graças a Deus conseguimos realizar. Porque isso é inclusão. É dar a oportunidade a eles de estarem em um ambiente em que os outros estão, mas com segurança, onde podem e conseguem estar”, ressaltou a senadora.
De acordo com Kássio de Souza Rocha, pai do Miguel, além de ser uma ótima iniciativa do Governo de Mato Grosso em proporcionar aos autistas um momento inesquecível, as famílias têm a oportunidade de conhecer umas as outras e trocar experiências.
“Isso é bom porque a gente vê que não está sozinho. E também é bom para a criança, que mesmo no mundinho delas aos poucos vai interagindo. E eu espero que isso se repita, porque essa inclusão é muito positiva, tanto para os pais quanto para as crianças. O Miguel têm 10 anos e não é a primeira vez que eu trago ele ao estádio, mas a experiência do camarote é outra coisa e nunca imaginamos que poderia acontecer. Está sendo um grande dia para nós”, ressaltou Kássio.
Marta Cristina de Oliveira Camargo, mãe do Matheus, de 13 anos, achou a iniciativa significativa em proporcionar este momento, não somente às crianças, mas também aos pais. “É a nossa primeira vez em um estádio e vai ficar marcado na nossa memória. Muitas vezes não conseguimos desfrutar de momentos como este. Achei muito legal isso aqui e ele se sente mais seguro sem a agromeração e o barulho alto. Desejo que o projeto continue por muito tempo “, disse Marta.
Para Fátima Vieira a experiência foi excelente e diferente da primeira vez que levou o pequeno Antônio Jorge, de 3 anos, ao estádio.
“Estávamos lá embaixo, no meio da multidão e foi muito doloroso. Tivemos que ir embora e até aquele momento, não tínhamos o diagnóstico dele. Mas dessa vez, está sendo totalmente diferente. Ele está alegre, calmo e se sentindo seguro porque até foi lá fora nos bancos e cantou o Hino Nacional que adora”, afirmou Dona Fátima.
Ela ressalta que os pais devem fazer a inscrição para concorrer aos ingressos e participar da celebração, que vai além dos jogos, mas sim um momento de superação, respeito e inclusão dos autistas.
Carteira de Identificação do Autista
O documento, que é uma das bandeiras da primeira-dama, Virginia Mendes, é emitido de forma gratuita pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Setasc) e contém informações específicas e qualificadas da pessoa com o transtorno, o contato de emergência e, caso tenha, informações de seu representante legal/cuidador.
O cadastro da CIA, desde setembro de 2022, é realizado pelo aplicativo MT Cidadão, na modalidade digital e ou física (impressa). O prazo para a emissão da carteira digital é de cinco dias, a contar do envio da documentação via aplicativo, análise e aprovação pela equipe da Setasc. Já para a emissão da carteira física, o prazo será de 30 dias.
Para mais informações (65) 98421-4080/(65) 3613-5711 ou o site da Setasc.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.