“O roubo do cachimbo Tapajó: a importância de proteger os bens culturais”
O recente furto de um cachimbo indígena, fruto do extinto povo Tapajó, em Brasília, trouxe à tona uma questão de extrema relevância nacional: o furto e tráfico de bens culturais. Esse cachimbo, uma peça museológica de grande valor coletada pelo renomado antropólogo Eduardo Galvão, pertence ao acervo do Museu dos Povos Indígenas desde 1999, e foi subtraído de uma exposição privada, cujo objetivo era conscientizar o público sobre as realidades dos povos originários. As investigações ainda não determinaram se foi um crime oportunista ou uma ação planejada por especialistas.
O fato é que este triste episódio não foi um caso ou acaso isolado. O furto de bens culturais faz parte de um mercado ilegal bilionário, que causa ao país enormes prejuízos financeiros e, mais ainda, danos irreparáveis à nossa cultura, história e antropologia. Roubar um bem museal é roubar a própria cultura de um país.
O Brasil ocupa hoje a 26ª posição entre os países com os maiores índices de furtos de bens culturais. Fósseis, objetos sacros, obras de arte indígena, livros e documentos são os alvos preferidos daqueles que desejam possuir o que deveria pertencer a todos. Muitas vezes, esses itens são revendidos em casas de leilões e galerias, acabando por integrar coleções particulares. Estima-se que esse crime movimenta entre US$ 3 bilhões e US$ 15 bilhões por ano em todo o mundo.
Embora o Brasil seja membro do Comitê Subsidiário da Convenção de 1970 da Unesco, um dos principais instrumentos jurídicos internacionais para a proteção de bens culturais, a realidade mostra que ainda há muito a ser feito.
Uma das principais medidas de segurança é a catalogação rigorosa e conectada dos bens culturais, que impede que esses objetos sejam desviados de suas funções. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SECEC) vem intensificando seus esforços nessa área, especialmente, considerando a complexidade e o alto valor cultural dos acervos do Governo do Distrito Federal.
Outra prioridade é sensibilizar a sociedade sobre a importância de preservar o patrimônio cultural. Estamos empenhados em ampliar as iniciativas de educação patrimonial, com o objetivo de conscientizar nossas crianças sobre a riqueza de nossa cultura e a necessidade de proteger os objetos que a representam.
Ainda mantemos a esperança de que o cachimbo retornará ao nosso acervo. Enquanto isso não acontece, seguimos firmes em nosso trabalho para que crimes como esse se tornem cada vez mais raros, e aqueles que se dedicam a preservar nosso patrimônio se tornem cada vez mais numerosos.
Neste mês de setembro , o Dia Mundial do Daltonismo tem o objetivo de esclarecer alguns pontos envolvendo o distúrbio da visão, como os sinais para identificá-lo ainda na infância. De acordo com a oftalmologista Mayra Melo, o diagnóstico é crucial para garantir o suporte adequado no desenvolvimento escolar e social.
O daltonismo é conhecido como discromatopsia, sendo portanto, alteração na percepção das cores que afeta cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo.
“Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir”, orienta Mayra.
É comum também que os pais notem uma certa preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras.
“Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores, o que pode ser erroneamente interpretado como falta de atenção ou interesse”, alerta a especialista.
O diagnóstico é feito por um oftalmologista, utilizando testes específicos como o de Ishihara, que avalia a percepção das cores. Apesar de não haver cura para a condição, o diagnóstico precoce permite que a criança seja orientada e adaptada para lidar melhor.
“O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança”, afirma.