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MATO GROSSO

Círculo de Paz é realizado com equipe da secretaria da Vice-Presidência do Tribunal de Justiça

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Por iniciativa da própria equipe da Vice-Presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), servidoras e servidor embarcaram em uma jornada transformadora, participando do Círculo de Construção de Paz, uma metodologia da Justiça Restaurativa. Por meio de encontros circulares em um ambiente acolhedor e seguro essa prática busca fortalecer vínculos e o empoderamento, ressaltando a igualdade de valor e dignidade a todos os participantes. Assim, poderão compreender que todos possuem dons a oferecer na busca por encontrar uma boa solução diante de situações de inconformidades.
 
O pedido para a realização da prática restaurativa foi feito diretamente à presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual do TJMT, desembargadora Maria Erotides Kneip, com o objetivo de conhecer melhor o colega de trabalho. “Eles pediram e querem se conhecer para que não haja constrangimento e para que todos consigam compreender e respeitar a dor do outro, tentando ajudar, se possível, mas sem julgamento”, enfatiza.
 
Para o primeiro encontro, que ocorreu em junho, de forma unânime e diferente do esperado, o momento foi classificado como ‘acolhedor’, conforme detalha a diretora da secretaria da vice-presidência do TJMT, Márcia Rita Martins Vidal. “Eu não tinha ideia de como se desenvolveria o encontro e, por ser uma pessoa bastante fechada, desfiz a imagem de que o encontro seria algo difícil de participar. Então, foi muito positivo, todas sentiram a energia boa, e aquele momento nos permitiu ficar à vontade e ouvir com respeito todos os depoimentos. Consequentemente, o comportamento do outro no dia a dia será visto com um olhar mais humanizado e respeitoso”.
 
O resultado positivo foi imediato para uma mudança profunda no ambiente de trabalho. Márcia disse que “todas, pela primeira vez, depois do encontro do Círculo de Paz, almoçaram juntas e registraram o momento com uma fotografia, atitude nunca realizada antes”.
 
A servidora Adriana Ferreira de Souza estava passando por um momento familiar muito difícil na semana do encontro. Ela não colocou barreiras e falou como interagiu com os colegas. “E naquele dia, diferente do que pensei, não fiquei chorando. Participei e falei para todos sobre o meu momento de dor. Foi importante, criamos um elo onde todos estão iguais, de braços dados. A minha história fortalece o outro, e foi possível enxergar a dor do outro também, vivendo o acolhimento. Fiquei apaixonada pelo círculo de construção de paz e agora eu quero fazer o curso”, vibrou a servidora.
 
De acordo com a desembargadora Maria Erotides Kneip, o símbolo do Círculo de Construção de Paz é a girafa por ter pescoço comprido e um coração forte, ilustrando a linguagem do amor, uma forma de se comunicar e com o olhar mais amplo para as situações.
 
Transferida há apenas cinco dias para a secretaria da Vice-Presidência, a servidora Thalita Camarneiro Siqueira acreditou que não iria interagir, mas no final ficou surpreendida. “Como no círculo foram expostas situações pessoais, todos ficaram na posição de não julgar. Fiquei à vontade. Eu acredito que o maior benefício disso tudo foi entender a forma como podemos tratar as pessoas. Uma oportunidade para conhecer a dor dos colegas. Se não tivesse, não saberia como conversar e tratar, isso ajudou muito”, disse Thalita.
 
Célia Raquel Pacheco Corvoisier, gestora administrativa da Vice-Presidência, muito comunicativa e sempre com a escuta atenta entre a equipe, confessa que durante o encontro se deparou com algumas descobertas. “A gente acabou escutando várias situações que eu não sabia. Estou aqui há mais de cinco anos, sempre conversando com todos, tentando ajudar e mesmo assim me deparei com histórias que me causaram surpresa”, frisou a servidora, que se comprometeu em ampliar a sua atenção quando o colega quiser conversar.
 
A harmonia que permeia o ambiente de trabalho é visível em cada sorriso compartilhado, em cada abraço de apoio e nas palavras de incentivo que ecoaram durante a entrevista. São sentimentos que, segundo a servidora Maridelma Leite Gonçalves, foram deixados de lado devido à correria do dia a dia, mas resgatados com os Círculos de Construção de Paz. “A gente fica no modo automático, focados em cumprir as metas, e esquecemos o ser humano. Deixando para depois aqueles cinco minutos valiosos para conversar um com o outro. Precisamos desse tempo”, finaliza.
 
Para a servidora Valtenir Queiroz dos Santos, o convívio no ambiente de trabalho nunca foi tão significativo e positivo. “Mesmo sendo uma pessoa de poucas palavras, consegui expressar bastante com meus colegas. Eu entrava e saía da minha sala e não conversava com todos, por timidez. Após a reflexão de tudo que vivenciamos naquele momento e perceber que os colegas desejam ficar mais próximos e conversar, a partir de agora, quero dar mais atenção a eles”, revela Valtenir.
 
A presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual do TJMT, desembargadora Maria Erotides Kneip, ressalta que, através dos Círculos de Construção de Paz, fortalecem-se os laços da equipe reafirmando a missão maior do judiciário. “Temos a maior de todas as ferramentas para impedir o assédio, tanto vertical quanto horizontal. Nós vimos que nos lugares onde há o círculo de construção de paz, como aconteceu na secretaria da vice-presidência, jamais vai acontecer assédio. Porque as pessoas se conhecem, se respeitam e sabem respeitar”.
 
O Círculo de Construção de Paz foi conduzido pelo isntrutor do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa do TJMT (NugJur), Ubiracy Félix.
 
Círculo de Construção de Paz – Essa é uma prática restaurativa que cumpre determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e a introdução da Justiça Restaurativa no Sistema de Justiça Brasileiro, de acordo com as Resoluções 125, de 29 de novembro de 2010, e 225, de 31 de maio de 2016, ambas do CNJ.
 
#Paratodosverem. Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual. Foto 1: Servidoras, servidor tiram uma selfie. Quem faz a foto é um instrutor do NugJur. Os servidores estão, alguns em pé, outros agaixados, em frente aos itens utilizados no circulo de paz. Foto 2: foto vertical colorida com itens utilizados no circulo, como frase positivas, uma girafa de pelúcia e demais objetos. Foto 3: foto vertical colorida onde mostra os servidores todos com os braços esticados se unindo em um círculo. a foto é tirada do alto.
 
Elaine Coimbra
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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