MATO GROSSO

Círculo de Construção de Paz reúne mulheres vítimas de violência doméstica em Sinop

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Após experiências dolorosas com relacionamentos abusivos e episódios de violência de gênero, muitas mulheres precisam lidar com sentimentos pós-traumáticos, como o medo e a ansiedade. Para cuidar das emoções dessas vítimas, a 2ª Vara Criminal de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá) realizou o primeiro Círculo de Construção de Paz para Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar, no Fórum do município. A metodologia da Justiça Restaurativa visa dar mais qualidade de vida às vítimas.
 
Segundo a juíza da 2ª Vara e coordenadora da Justiça Restaurativa, Débora Roberta Pain Caldas, a iniciativa faz parte do projeto de expansão das ações do Poder Judiciário que está fortalecendo as políticas públicas de prevenção, redução e eliminação da violência nos lares de Mato Grosso. A atividade em Sinop ocorreu segunda-feira (26/05).
 
“Nesse primeiro encontro tivemos a oportunidade de usar essa ferramenta maravilhosa da Justiça Restaurativa para dar um lugar seguro para que as mulheres sejam ouvidas, acolhidas, e quem sabe possam transformar o conflito em uma oportunidade de crescimento. Além disso, a atividade tem como essência estimular mulheres que passaram pela situação de violência a se reconectarem consigo mesmas”, afirmou Débora Caldas.
 
A magistrada adianta que será realizado um encontro por mês. “Tivemos um feedback muito legal das sete mulheres que compareceram. Algumas já se dispuseram a voltar como voluntárias. Percebemos que realizar mais um círculo com o mesmo grupo de mulheres pode ajudar a fortalecer e até mesmo criar uma rede de apoio entre elas”, contou a juíza.
 
Como funciona? Com os círculos de paz, uma das ferramentas utilizadas pela Justiça Restaurativa para solução pacificada de conflitos, as mulheres possuem a oportunidade de falar sobre seus medos, dúvidas e anseios, e principalmente de expressar suas preocupações acerca do cuidado com os filhos e o seu autocuidado.
 
Os círculos são conduzidos por facilitadores certificados pelo Poder Judiciário, que atuam estimulando as mulheres para o uso consciente da fala e da escuta ativa, fazendo com que reflitam e reconheçam sua condição de vítima, e sua capacidade de ressignificar as experiências vividas ao lado do companheiro ou de outros familiares. O resgate da autoestima e do autovalor são trabalhados durante os círculos.
 
A advogada, Nara Cristina Nery, foi uma das facilitadoras dos círculos de paz em Sinop. “Essa atividade é uma alternativa para que as mulheres possam compartilhar histórias de vida. É um espaço seguro para elas poderem falar sobre suas emoções, de como está sendo vivenciar as etapas do processo, busca o fortalecimento emocional que o processo jurídico não alcança. Muitas vezes, nas salas de audiência a questão emocional não é tratada. Aqui é”, ressaltou.
 
“Foi uma experiência enriquecedora ajudar essas mulheres a se sentirem mais seguras. Tanto a minha participação quanto a delas, é voluntária. E a cada vez que participo do círculo, principalmente agora voltado para as mulheres vítimas de violência, vejo como é uma ferramenta eficaz. Muitas entraram na sala receosas, sem saber o que esperar e o que vimos ao final foram mulheres mais leves”, pontuou Nara Cristina.
 
#Paratodosverem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para inclusão das pessoas com deficiência visual. Primeira imagem: Foto horizontal colorida. Fotografia colorida onde diversas mulheres aparecem sentadas em cadeiras formando um círculo.
 
Larissa Klein
Assessoria de imprensa CGJ-TJMT
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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