Um estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontou que 90% dos adolescentes de 13 a 17 anos conseguem comprar cigarros em locais comerciais autorizados, mesmo a venda sendo proibida para esta faixa etária. Entre os estabelecimentos, o Inca aponta padarias, cafeterias, mercados e bancas de jornal.
O estudo utiliza dados de pesquisas escolares que apontam ainda que sete em cada dez jovens teve acesso a cigarro pela compra direta nos estabelecimentos autorizados. Outra informação é que em quatro anos, entre 2015 e 2019, a venda aumentou mais de 8%, saltando de 81,1% para 89,6%.
A maioria consome a varejo
A pesquisa mostra também que a maioria desses jovens (70%) adquirem os cigarros a varejo, ou seja, os postos de venda abrem o maço e comercializam unidades avulsas, o que está em desacordo com a lei.
“Quando se viola um maço ou embalagem de cigarro qualquer, que é produto para consumo, você está colocando em risco a integridade do produto. Não se sabe se o que havia ali dentro foi alterado”, afirmou o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, ao jornal O Globo.
Desde 2019, Brasil e a Turquia são citados como países que adotaram todas as medidas de combate ao tabaco, estabelecidas em 2005 pelo Relatório MPOWER, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Não podemos deixar que a falta de fiscalização ou que as novas formas de fumar, como os cigarros eletrônicos , reaqueçam esse mercado com a formação de novos públicos”, finaliza Maltoni.