O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, afirmou nesta quinta-feira (6) que o chefe dos mercenários do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ainda está na Rússia junto a milhares de soldados. Lukashenko descartou as especulações de que o presidente Vladimir Putin teria mandado assassinar Yevgeny Prigozhin.
Lukashenko ajudou a intermediar um acordo com Putin para encerrar a revolta do mês passado. Este que foi desafio mais crítico a Putin em seus 23 anos no poder. Prigozhin voltou atrás e recuou os mercenários que seguiram em ofensiva a Moscou e teria se comprometido a se mudar para Belarus em troca do arquivamento das acusações.
Mas hoje, em coletiva em imprensa, Lukashenko respondeu aos comentários que levantavam dúvidas sobre o acordo e disse que “Prigozhin e seus combatentes ainda estavam na Rússia”, acrescentando que manteria sua oferta de receber o grupo Wagner.
Essa perspectiva ligou um alerta em países vizinhos da OTAN, após Lukashenko afirmar que falaria sobre o assunto com Putin em breve, porém o Kremlin não confirmou a reunião.
“Ele não está no território de Belarus. Ele está em São Petersburgo… talvez ele tenha ido para Moscou esta manhã.”, disse Lukashenko a correspondentes internacionais no impressionante Palácio da Independência em Minsk.
Lukashenko disse que Prigozhin ‘está livre’, e ironizou os jornalistas, chamando-os de ingênuos, pois acreditam que o serviço de segurança russo não está o monitorando. Em seguida, Lukashenko disse que alguns no Kremlin queriam a morte do líder mercenário, mas isso “teria levado a Rússia a uma guerra civil”.
“O que acontecerá com ele a seguir?”, questionou-se, acrescentando que, “‘coisas estranhas acontecem na vida, mas se você acha que Putin é tão malicioso e vingativo a ponto de ‘eliminá-lo’ amanhã – para dizer em russo – não, isso não vai acontecer”, disse Lukashenko.
Prigozhin afirmou na época que sua rebelião contra o Kremelin que não tinha como objetivo derrubar o presidente Putin, mas sim, acertar contas com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e com o chefe do Estado-Maior General, Valery Gerasimov.
O líder bielorrusso, aos 68 anos, descartou que Putin teria saído enfraquecido com crise, apesar da crítica internacional e das acusações de Washington e da Ucrânia. Lukashenko reiterou que que Putin conhece Prigozhin há 30 anos e que o Wagner foi fundado pela Inteligência Militar Soviética GRU ( Soviet Military Intelligence Organization )
“Os combatentes do grupo Wagner estão em seus acampamentos – seus acampamentos permanentes, aqueles onde eles têm estado desde que saíram da linha de frente”, concluiu.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.