O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vai representar o Brasil na cúpula convocada pelo Egito para discutir a crise humanitária provocada pela guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza. O ministro está nesta quinta-feira (19) em Nova York, nos Estados Unidos, em uma agenda com reuniões e contatos telefônicos enquanto preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
De Nova York, Vieira segue para o Cairo, a capital egípcia. O governo do país árabe convidou o Brasil para participar do encontro com outros países para discutir a escalada da violência no Oriente Médio. Como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recupera de uma cirurgia no quadril, o chefe do Itamaraty foi escalado para a cúpula. Além do Brasil, participam do encontro Jordânia, Catar e Turquia.
O principal tema do encontro é a crise humanitária na Faixa de Gaza. A crise se agrava a cada dia, uma vez que a população de Gaza não consegue sair da região porque as fronteiras estão fechadas e, ao mesmo tempo, sofrem com falta de água, combustível, eletricidade e com os bombardeiros intensos e diários de Israel.
A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) estima que o deslocamento interno em Gaza chegou a 1 milhão de pessoas, incluindo aproximadamente 513 mil abrigadas em instalações da agência.
A crise humanitária se agravou após o dia 7, devido a resposta do governo de Israel ao ataque feito pelo grupo palestino armado Hamas, que invadiu cidades israelenses resultando na morte de cerca de 1.300 pessoas e no sequestro de outras 199, segundo informa o governo de Israel.
O encontro no Egito ocorre 3 dias após o veto dos Estados Unidos à proposta negociada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU para um cessar fogo na região com a abertura de corredor humanitário para atender a população civil de Gaza.
No fim de semana, Lula falou por telefone com o presidente do Egito, Al Sisi. Um avião da Presidência da República está no país e aguarda para fazer a repatriação de cerca de 30 brasileiros que estão em Gaza, perto da fronteira com o Egito. A travessia da fronteira ainda não foi autorizada.