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Economia

Censo permitirá planejar políticas públicas mais eficientes, diz Tebet

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Depois de 13 anos, estão atualizados os dados para saber qual é o Brasil que existe atualmente, com os números da população, informações sobre onde moram as pessoas e sobre o que o país quer para o futuro, afirmou, nesta quarta-feira (28), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Para ela, o Censo 2022 foi desafiador, levou mais tempo que o necessário e passou por um período conturbado.

Simone Tebet lembrou que, ao assumir a pasta do Planejamento e Orçamento, autorizou a liberação de mais R$ 380 milhões de crédito adicional, que permitiram a conclusão dos trabalhos, inclusive com a coleta de dados de mais de 12 milhões de pessoas.

Para a ministra, a credibilidade do censo vai permitir que a sociedade civil, a iniciativa privada e o poder público possam, com base nos dados oficiais, planejar o futuro.

“Este é o raio X para o Brasil do presente, que é apresentado agora para todos os brasileiros. Este Brasil do presente vai ter agora uma carta náutica, uma bússola para que possamos fazer políticas públicas eficientes. Para que a iniciativa privada possa colocar investimentos no lugar certo para gerar emprego e renda, e nós, do poder público, possamos colocar o orçamento federal em políticas públicas, para que cheguem lá na ponta a quem realmente mais precisa”, disse Simone, em vídeo transmitido na cerimônia de lançamento dos Primeiros Resultados do Censo 2022, no Museu do Amanhã, região portuária do Rio de Janeiro.

Homenagens

Laís Torres Medeiros foi agente censitária supervisora na cidade de Espera Feliz, em Minas Gerais, e atuou como recenseadora em mais três cidades mineiras. Após encerrar o trabalho em seu estado, Laís foi convidada a ajudar no recenseamento, dando suporte na locomoção dos agentes nas cidades de Sorriso e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Ela recebeu um troféu pelo trabalho realizado.

“Não foi só um trabalho. Foi uma família que eu ganhei neste Brasil, junto com a oportunidade de conhecer tantas variedades no Brasil, culturas diferentes e povos diferentes. Fiquei imensamente honrada de ter participado um pouquinho dessa estatística para trazer os dados e a realidade social de que o Brasil precisa programar as políticas públicas para os próximos dez anos”, disse a agente censitária.

Outro homenageado foi o recenseador João Barbosa Otero, que fez coleta de dados em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, passando por áreas de difícil acesso. “A homenagem não é só minha, é de todos os recenseadores. Eu fiquei feliz em saber que ia vir para cá. Quando íamos recensear, a minha alegria era ver as pessoas com um sorriso no rosto ao verem chegar um recenseador em seu domicílio, na sua comunidade, na sua aldeia. Queria só agradecer a todos.”

O secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e Orçamento, Sergio Pinheiro Firpo, que, junto com o assessor especial da pasta, João Vitor Vilaverde de Almeida, representou a ministra Simone Tebet na cerimônia, disse que a felicidade demonstrada por João Otero é um sentimento que transborda para o país inteiro.

“Via no rosto delas [pessoas recenseadas] como a presença do Estado, por meio do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], trazia esse alento de que o Estado estava presente. O IBGE, muitas vezes, é a porta entre o cidadão e o estado. Conhecer quem nós somos, finalmente, depois de tanto tempo sem o censo, é muito importante para a formulação, o desenho e aprimoramento das políticas públicas”, disse.

Almeida agradeceu a todos os recenseadores, supervisores e superintendentes, pessoas que foram a campo pela realização do Censo, a despeito dos desafios enfrentados durante os dez meses de pesquisa. Ele propôs que quem assistia à cerimônia se olhasse um pouco para ver como está hoje para comparar com 2030, quando o IBGE deverá fazer um novo censo. Ele ressaltou que muitos dos dados coletados agora não existiam na pesquisa anterior, feita em 2010. Como exemplo, citou os carros de aplicativo. “O IBGE é esta foto do momento, que nos acompanha há quase 100 anos, e vamos vendo como o Brasil, as nossas famílias e nós fomos mudando.”

Almeida disse que, ao mesmo tempo, valem um lembrete e uma celebração. “O lembrete é o que este censo poderia não ter sido, poderia não ter coberto toda a terra yanomami, mas cobriu. Poderia estar sem mais de 2 milhões de homens e mulheres dentro dele, que vivem em aglomerados subnormais, mas tem essas pessoas através do Favela no Mapa.”

Ele enfatizou que este censo poderia estar com a taxa de não resposta, que é normal em todos os censos por uma série de razões, que poderia estar “bizarramente alta”, mas não está. “Está alta aqui, muito baixa ali. Este censo tem esforço de todo mundo”, afirmou. E valeram a pena as decisões da ministra de prorrogar o censo e realizar as pesquisas onde quer que fosse para garantir a inclusão de mais pessoas recenseadas, acrescentou.

Fonte: EBC Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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