O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, destacou nesta sexta-feira (15) avanços significativos nas negociações entre Venezuela e Guiana, ressaltando que ambos os países renunciaram à ameaça de uso da força, o que contribuiu para conter a escalada de tensão na região.
Os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela) e Irfaan Ali (Guiana) se encontraram em São Vicente e Granadinas, encerrando o encontro com um aperto de mãos simbólico.
Amorim enfatizou que, inicialmente, consideraria uma vitória se ambos os líderes concordassem em realizar uma nova reunião, mas a renúncia à ameaça militar foi um avanço significativo nas negociações. Maduro e Ali planejam se reunir novamente no Brasil daqui a três meses, indicando a continuidade do diálogo.
A tensão entre os dois países aumentou após a Venezuela realizar um referendo para anexar a região da Essequibo, nomeando um interventor.
Em resposta, a Guiana solicitou apoio dos Estados Unidos, indicando disposição para aceitar uma base americana se necessário.
Em entrevista à CNN Brasil, Celso Amorim ressaltou que, embora o problema não tenha sido totalmente resolvido, as negociações continuam, e a escalada de tensão na região foi contida.
Destacou também o papel fundamental de Lula como mediador, considerando o Brasil o único país com fronteira terrestre tanto com a Venezuela quanto com a Guiana.
Maduro retornou à Venezuela descrevendo o diálogo como “vitorioso”, enquanto Amorim destacou que uma boa diplomacia é aquela em que ambas as partes saem da mesa de negociações sentindo que ganharam algo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.