Mais de 200 casais realizarão o sonho do matrimônio neste sábado (30.09) durante a 2ª Edição do Casamento Abençoado, em uma cerimônia realizada em Água Boa, na região do Araguaia, a 735 km de Cuiabá. Os beneficiados com o projeto idealizado pela primeira-dama de Mato Grosso estão na expectativa da cerimônia, como é o caso dos servidores públicos Deijanira Gonçalves e Sebastião Noé, que já estão juntos há 20 anos e agora irão oficializar a união. O evento será na Vila Olímpica, a partir das 18h.
“Graças a Deus, nós temos um casamento muito bom. Nunca tivemos uma discussão dentro de casa. Tenho duas filhas que ele criou com muito amor e carinho, que já são mães hoje. E agora veio essa oportunidade de casar no papel e deixar tudo nos conformes. A expectativa é muito grande para a cerimônia”, afirmou Deijanira, que conheceu o marido por meio de uma amiga. Eles já se casaram na igreja e agora vão formalizar no civil.
Deijanira e Sebastião vão se casar no civil – Foto: Arquivo pessoal
O casamento é organizado pela equipe da Unidade de Ações Sociais e Atenção a Família (Unaf) e gerenciado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), tem como objetivo fortalecer a união familiar e promover a regularização civil matrimonial. Claudina e Heliodoro se conheceram no trabalho e irão se casar no Casamento Abençoado – Foto: Arquivo pessoal
Quem também está ansiosa para a celebração é Claudina Alves, de 52 anos, noiva de Heliodoro Joaquim. Moradores de Água Boa, eles estão juntos há sete meses, após se conhecerem na empresa em que trabalham.
Claudina já havia sido casada por 32 anos, mas não tinha oficializado a união e, agora, com Heliodoro, ela disse não ter dúvidas sobre o casamento e já quer registrar a união.
“Quando eu vi a propaganda do Casamento Abençoado nas redes sociais, mostrei para ele. Como temos uma rotina espiritual e vamos à igreja, eu não queria viver com alguém sem oficializar, e o Heliodoro disse: ‘Então vamos casar!’. Eu acho que esse casamento para todos é abençoado mesmo. Estamos muito felizes e só pedimos a Deus que nos abençoe ainda mais”, disse.
Fonte: Arquivo Pessoal
Willian Sampaio e Liliene Ribeiro, moradores de Nova Xavantina (557 km de Cuiabá), estão juntos há três anos. Eles se conheceram em Brasília em 2018, quando ela tirava a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e ele trabalhava na auto-escola.
“Eu a reencontrei dois anos depois e só aí começamos a conversar por aplicativo de mensagens. Depois de um tempo, iniciaram os encontros e namoramos por dois anos. Moramos por três anos juntos e, neste ano, decidimos mudar para Nova Xavantina para ficarmos mais próximos dos meus pais”, disse Willian.
No município, o casal tornou-se evangélico e o Casamento Abençoado surgiu com uma oportunidade de oficializar a união.
“Esse é um projeto do coração da primeira-dama Virginia Mendes. Agradeço a todas as primeiras-damas e toda a dedicação da primeira-dama de Água Boa. Temos a certeza de que será uma belíssima cerimônia, que ficará na lembrança de todos os casais e familiares”, afirmou a secretária da Setasc, Grasi Bugalho.
A coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Nova Xavantina, Luciana Siqueira, declarou ser emocionante trabalhar na realização do sonho de várias pessoas.
“Esses casais terão a oportunidade de formalizar a união e de anunciar e afirmar, diante de suas famílias ou na sua religião, que a partir de amanhã, serão casados perante a Deus e perante aos homens”, pontuou.
A assistente social de Água Boa, Silvana Mazzonetto, também afirma que é gratificante participar de todo o processo do Casamento Abençoado. “Desde o planejamento, da realização dos atendimentos no cartório até chegar neste momento foi muito bom. Foi emocionante conhecer as histórias através dos relatórios compartilhados, ver a alegria do sonho sendo realizado, a ansiedade de planejar e viver esse momento da melhor forma”.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.