A Casa Branca ficou surpresa com o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra da Ucrânia e acusou o petista de faltar com a verdade sobre o conflito. As declarações foram dadas pela secretária de imprensa do governo norte-americano, Karine Jean-Pierre.
Segundo Karine, as falas de Lula contribuem para a manutenção do conflito. Ela ainda criticou o petista por não ter tido um posicionamento neutro sobre a guerra e mandou indiretas sobre a visita do chanceler russo, Serguei Lavrov, ao Palácio do Planalto.
“Ficamos impressionados com o tom da entrevista coletiva do Ministério das Relações Exteriores ontem, que não era um tom de neutralidade, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra. Acreditamos, e é verdade, que está completamente errado. Claro que queremos que essa guerra termine”, afirmou, em coletiva de imprensa.
Durante a visita à China, Lula afirmou que a Ucrânia também tem culpa para o início do conflito. O petista ainda acusou a União Europeia e os Estados Unidos de colaborarem para a continuação da guerra.
A secretária disse que não conversou com o presidente Joe Biden sobre o assunto, mas que o democrata já deve estar a par do caso. Entretanto, ela garante que a relação entre os dois países permanece intacta.
“Presumo que ele esteja ciente disso e, novamente: o Brasil é um país soberano e eles podem tomar suas próprias decisões”, afirmou.
“Estamos confiantes na força da relação EUA-Brasil mesmo discordando do que o presidente Lula falou, continuamos confiantes nesse engajamento, nessa relação”, concluiu Karine.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.