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Economia

Campos Neto: queda dos juros ‘não tem relação mecânica’ com arcabouço

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Roberto Campos Neto prestou esclarecimentos ao Senado nesta terça
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil – 05/04/2023

Roberto Campos Neto prestou esclarecimentos ao Senado nesta terça

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a defender a Selic a 13,75% ao ano nesta terça-feira (25), em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal . Campos Neto afirmou que não sabe quando os juros podem cair, e que o arcabouço fiscal “não tem relação mecânica” com essa queda, embora influencie nas projeções da inflação.

“O arcabouço remove um risco de cauda de ter uma piora grande na trajetória da dívida. E vamos lembrar que não tem relação mecânica [entre a aprovação do arcabouço e a queda da Selic], o que a gente precisa é que esse canal de projeções, junto com o canal de credibilidade, atue de forma a propiciar a possibilidade do Banco Central eventualmente cair os juros. A gente está acompanhando isso [a tramitação do arcabouço fiscal], e entendo que foi um movimento na direção certa”, declarou Campos Neto, convidado a prestar esclarecimentos diante dos senadores por conta das críticas em relação aos juros altos.

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Questionado pelos senadores sobre se a aprovação do arcabouço fiscal e a queda na inflação seriam suficientes para fazer os juros caírem, Campos Neto disse que “a parte fiscal faz com que a expectativa da inflação caia” e que a “estabilidade institucional também ajuda” na queda dos juros. Ele disse, porém, não “ter capacidade de dizer” quando a Selic pode ser reduzida. “É um processo técnico que tem o seu tempo, e as coisas têm caminhado no caminho certo”, afirmou.

Durante sua fala, Campos Neto voltou a dizer que o BC atua apenas de forma técnica para conter a inflação, que ele considera “o imposto mais perverso que existe”, já que “prejudica os pobres”.

“Um tema que eu escuto muito é que o Banco Central ficou mais crítico na comunicação oficial em relação ao governo atual. E aqui a gente quer mostrar que o Banco Central atua de forma muito técnica”, declarou.

Campos Neto defendeu que o trabalho do BC deve ser muito cauteloso para que uma queda dos juros “sem credibilidade” não tenha efeitos reversos, causando ainda mais aumento na inflação.

“A gente está com um juro que é compatível para esse tipo de problema, entendendo que está funcionando, já está caindo a inflação, então a gente entende que ter atuado antes funcionou. E a gente precisa esperar os próximos números, os próximos acontecimentos, para ver qual é o curso de ação, sempre muito técnico, do Banco Central”, disse Campos Neto.

O presidente do BC ainda disse que a instituição “quer derrubar os juros, gosta de trabalhar com juros baixos e gosta de ter uma economia crescendo de forma sustentável, com inflação baixa”.

Fonte: Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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