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MATO GROSSO

Campanha para melhorar saneamento básico em Cuiabá é lançada

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Apesar de Cuiabá ter liderado o Ranking do Saneamento do instituto Trata Brasil de 2024, como a capital brasileira que mais investiu em saneamento básico, com R$ 472,42 por habitante, o município figurou em segundo lugar na lista de maior variação negativa, tendo como uma das razões a queda nos índices de volume de esgoto tratado referido à água consumida. Ou seja, embora a cidade tenha realizado investimentos, incluindo a instalação de 1,4 mil quilômetros de rede de esgoto, ainda há um grande trabalho a ser feito para melhorar o saneamento básico. Um dos principais desafios se refere à interligação das unidades (residências, comércios e outras) à rede pública de esgoto para eliminar adequadamente os resíduos líquidos.

Diante desse cenário, no Dia Mundial do Meio Ambiente – 5 de junho, instituições públicas e privadas assinaram um Termo de Cooperação com objetivo de unir esforços para ações que fomentem a conexão da rede particular até a caixa de inspeção da concessionária, propiciando que o esgoto seja coletado e tratado adequadamente, bem como lançaram conjuntamente a campanha “Interligue já”, visando estimular e conscientizar a população a realizar essa interligação para que assim ocorra a coleta e tratamento do esgoto. Conforme a Lei nº 14.026/2020, o usuário deve realizar a conexão do seu esgoto à rede pública para o devido tratamento, sendo a interligação responsabilidade da população. 

“Em 5 de junho de 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu essa data para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente porque desde aquela época já havia a necessidade de preservação e conservação dos recursos naturais. Cinquenta e dois anos depois vivemos uma crise planetária em razão da destruição da biodiversidade. E o meio ambiente é todo interligado, a população cuiabana tem muito a contribuir para melhorar esse cenário. Embora tenha um dos maiores investimentos em saneamento básico do país, identificamos que o índice de tratamento de esgoto é muito pequeno em razão da falta de interligação à rede”, explanou Maria Fernanda Corrêa da Costa, titular da 17ª Promotoria de Justiça Cível de Defesa do Meio Ambiente e da Ordem Urbanística de Cuiabá. 

Conforme a promotora de Justiça, o principal objetivo da campanha é cuidar do meio ambiente e melhorar a saúde pública da população, uma vez que falta de tratamento de esgoto está diretamente ligada a diversas doenças, que acometem principalmente crianças. “Precisamos nos unir para transformarmos a nossa cidade. Escolhemos esse dia especialmente para lançar essa rede de parceria e celebrar esse protocolo de cooperação para que juntos, com campanhas educativas e de sensibilização, busquemos estimular as interligações para, assim, garantirmos cidadania à população”, defendeu. 

O Termo de Cooperação Técnica foi assinado pelo Ministério Público de Mato Grosso, Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos e Cidadania (Nupemec), Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania Ambiental (Cejusc Ambiental), Município de Cuiabá, Águas Cuiabá e a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec).  

Representando o procurador-geral de Justiça na solenidade, a subprocuradora-geral de Justiça Administrativa do MPMT, Claire Vogel Dutra, reforçou ser um dia emblemático para o meio ambiente e a sociedade. “É fundamental essa articulação das instituições, assim como a utilização de meios inovadores para conseguirmos resultados melhores e diferentes do que simplesmente buscarmos uma penalização e a judicialização. Sabemos que precisamos buscar mais os meios autocompositivos, além de focar na educação ambiental e em uma mudança de cultura. E não adianta somente o poder público fazer sua parte, o cidadão precisa se conscientizar da importância do seu papel”, avaliou.  

O presidente do Nupemec, desembargador Mário Roberto Kono de Oliveira, também enalteceu a soma de esforços entre as instituições. “Deixo aqui o sentimento e a promessa de que outras parcerias neste mesmo sentido devem ser adotadas. E o Nupemec sempre estará de portas abertas para todas essas iniciativas”, colocou. A diretora Operacional da Águas Cuiabá, Julie da Cunha Campbell, reforçou a importância da cooperação. “A palavra de hoje é conexão, no mais amplo sentido. É sobre conexão entre pessoas em prol de uma causa nobre. É sobre se conectar ao saneamento para gerar mais sustentabilidade, mais cidadania, mais qualidade de vida e mais compromisso com o meio ambiente. Todos nós aqui presentes, signatários e apoiadores do Interligue Já, estamos conectados ao futuro de Cuiabá”, assinalou.

O prefeito Emanuel Pinheiro contou que os números levantados pelo instituto Trata Brasil renderam à Cuiabá, pelo terceiro ano consecutivo, o prêmio “Casos de Sucesso em Saneamento Básico”, e se mostrou preocupado com os custos da interligação para a população de baixa renda. “Esse é um assunto que está sendo estudado, mas uma das possibilidades é subsidiar esse custo por meio da taxa de outorga paga pela Arsec junto à Águas Cuiabá”, apontou.  

A solenidade de assinatura do Termo de Cooperação Técnica e lançamento da campanha ocorreu no Auditório do Complexo dos Juizados Especiais Desembargador José Silvério Gomes, em Cuiabá. Estiveram presentes no evento o desembargador do TJMT Rodrigo Curvo, a juíza coordenadora do Nupemec, Helícia Vitti Lourenço, o juiz coordenador do Cejusc, Antônio Horácio da Silva Neto, o diretor-geral da Águas Cuiabá, Leonardo Menna, e o diretor-presidente da Arsec, Vanderlúcio Rodrigues.

Fotos galeria: Emanoele Daiane (Prefeitura de Cuiabá) e Théo Medeiros (Águas Cuiabá). 

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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