Inspirados pela frase “amor em cada gota doada, vida em cada gota recebida” , profissionais da saúde, doadoras de leite humano, bombeiros e apoiadores da causa tomaram as faixas do Eixão do Lazer, na altura da 108 Norte, em participação à Caminhada pela Doação de Leite Materno , realizada na manhã deste domingo (26).
A iniciativa faz parte das atividades em alusão ao Dia Mundial de Doação de Leite Materno – data lembrada todo 19 de maio –, que ocorrem anualmente no Distrito Federal. “O objetivo da caminhada é intensificar a conscientização e o número de doações de leite materno, para que possamos continuar atendendo todos os nossos bebês” , explicou a coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Mariane Curado Borges.
Antiga doadora, a enfermeira Daniella Magalhães Soares, 39 anos, fez questão de comparecer ao evento para estimular mais mulheres. Nos primeiros seis meses dos gêmeos Erick e Theo, 7 anos, ela fazia a coleta do leite materno e doava para os bancos do DF. “Foi difícil o processo de adaptação, mas como tive ajuda do banco de leite foi mais tranquilo. Sempre foi uma sensação muito boa poder saber que estava contribuindo com outras crianças que precisavam” , disse.
Para Daniella, dividir o leite dos filhos com outros bebês é uma demonstração de amor. Por isso, ela incentiva outras lactantes a participarem do ato de doação: “Saber que você está sendo importante na vida de alguém e que vai fazer um bebê crescer mais saudável é algo muito humano e de muito amor. Tem que fazer” , define.
Mãe da pequena Diana, 3 anos, a enfermeira Árthemis Machado foi doadora do banco de leite de São Sebastião por um ano. Ela lembra que chegou a doar três litros de uma vez só. “Tive muito leite. Então eu doava e foi muito gratificante para mim. Era muito emocionante saber que outros nenéns poderiam ter a oportunidade que a minha filha tem. A Diana mama até hoje e é uma criança extremamente saudável e inteligente. É um presente que podemos dar” , apontou.
A experiência dentro de um centro obstétrico foi o que tornou Árthemis doadora de leite materno. “Tive contato com a real necessidade que os nenenzinhos, principalmente os prematuros, tinham. Cada gotinha que chegava era ouro, era muito precioso. Então vivendo essa realidade, quando eu fui mãe eu quis participar” , recordou.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) é o principal parceiro da Secretaria de Saúde (SES-DF) na coleta das doações de leite humano. Por isso, a corporação também esteve presente na ação. O comandante-geral, coronel Sandro Gomes, destacou o papel dos militares na campanha. “Essa parceria é essencial. Temos 12 duplas que estão diariamente fazendo essa coleta do leite materno, ou seja 24 pessoas por dia. Chegamos a todos os lugares para trazer esse leite e levar para as crianças que mais precisam. É uma parceria que vem de longo tempo e a cada vez mais queremos aumentar” , defende.
Nos próximos dias, a corporação deve apoiar os bancos de leite do DF em uma campanha em prol do Rio Grande do Sul. A capital federal deve ser a primeira unidade da Federação a encaminhar o alimento para abastecer os hospitais do estado impactados pelas enchentes e fortes chuvas.
A ação será coordenada pela Rede Brasileira de Banco de Leite, da Fiocruz, e vai envolver alguns estados. “Os bancos de leite de lá não estão conseguindo fazer as coletas por conta das ruas alagadas e das doadoras que perderam tudo, mas os bebês continuam precisando. Estamos estudando como vamos auxiliar essas crianças no Rio Grande do Sul. Estamos fazendo testes e organizando a logística” , adiantou a representante da Rede Brasileira de Banco de Leite, a médica Miriam Santos.
Como doar para os bancos de leite Para se tornar uma doadora, a mulher deve se cadastrar pelo Disque Saúde 160, opção 4, ou pelo site Amamenta Brasília. Após a solicitação, o banco de leite entra em contato com a pessoa para orientá-la sobre a coleta. Semanalmente, os militares do Corpo de Bombeiros do DF fazem o recolhimento do leite, além de entregarem novos frascos para a continuidade da doação.
O leite para doação deve ser armazenado em um frasco de vidro com tampa plástica. Caso a doadora não tenha o item, pode solicitar ao banco de leite. Antes da inclusão do líquido, o pote precisa ser fervido em água por 15 minutos. Durante o processo de coleta, as mulheres devem utilizar touca e máscara. Mãos e braços devem ser higienizados com água e sabão, enquanto a mama, apenas com água. A partir da primeira ordenha, a doadora deve identificar o frasco com a data da primeira coleta. O pote pode ser preenchido aos poucos, mas sempre deve retornar ao congelador ou freezer para acondicionamento, até ser recolhido pelos bombeiros.
Atualmente, o DF conta com 14 bancos de leite humano – dez da SES-DF, um federal (Hospital Universitário de Brasília/HUB) e três privados – e sete postos de coleta, sendo três da rede pública e quatro da privada. Nos quatro primeiros meses de 2024, foram coletados 6,6 mil litros, atendendo a demanda de 5.269 bebês.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.