Uma investigação conduzida pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) revelou que o atirador que tentou assassinar Donald Trump havia procurado detalhes sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy por Lee Harvey Oswald.
Christopher Wray, diretor do FBI, revelou os achados durante uma audiência no Congresso, nesta quarta-feira (24): “Nos últimos dias, descobrimos em nossa análise de um laptop vinculado ao atirador que, em 6 de julho, ele fez uma busca no Google por ‘Qual era a distância entre Oswald e Kennedy?'”.
Essa informação surge como mais uma pista no processo que investiga o motivo pelo qual Thomas Matthew Crooks tentou matar Trump durante sua apresentação em Butler, na Pensilvânia. Até o momento, o motivo exato ainda não foi esclarecido pelos investigadores.
“Essa busca é obviamente significativa em termos de seu estado mental,” disse Wray. “É o mesmo dia em que parece que ele se registrou para o comício de Butler.”
O assassinato de Kennedy ocorreu em 22 de novembro de 1963. Os disparos fatais de Lee Harvey Oswald foram feitos a cerca de 88 metros de distância. Crooks, por sua vez, estava a aproximadamente 130 metros de Trump.
Durante a audiência, Wray também afirmou: “Até agora, não encontramos nenhuma evidência de cúmplices ou co-conspiradores, estrangeiros ou nacionais,” e descreveu Crooks como um solitário. “Sua lista de contatos [no celular], por exemplo, é muito pequena.”
O diretor do FBI acrescentou que outras buscas recuperadas do laptop de Crooks não apontam para um motivo claro para o ataque a Trump. “Elas cobrem ambos os partidos, tanto o povo americano quanto até mesmo alguns funcionários públicos estrangeiros.”
Wray revelou que Crooks operou um drone a cerca de 200 metros do palco principal entre 15h50 e 16h do dia 13 de julho, cerca de duas horas antes de Trump começar seu discurso no Butler Farm Show.
O diretor também mencionou a descoberta de três dispositivos explosivos “relativamente rudimentares,” dois dos quais foram apreendidos no carro de Crooks e outro em sua residência. Esses dispositivos podiam ser detonados remotamente por um transmissor encontrado em seu corpo após ele ser abatido a tiros por atiradores de elite do Serviço Secreto.
A audiência ocorreu um dia após a renúncia da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, cujo desempenho diante do Comitê de Supervisão da Câmara na segunda-feira (22) levou a pedidos bipartidários para sua saída do cargo.
Cheatle havia classificado o quase assassinato de Trump, 78 anos, como a “falha operacional mais significativa” em décadas, embora tenha atribuído uma nota “A” aos agentes do Serviço Secreto pela resposta no local.
O FBI, o Serviço Secreto e o Gabinete do Inspetor Geral do Departamento de Segurança Interna estão investigando o tiroteio, que resultou na morte do bombeiro voluntário e pai de família Corey Comperatore e feriu gravemente outros dois indivíduos, David Dutch e James Copenhaver.