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Agronegócio

Brasil entra em estado de alerta por causa da gripe aviária

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional devido à detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) – H5N1 – em aves silvestres no Brasil.

A influenza aviária é uma doença grave e letal para o plantel avícola e, portanto, requer notificação obrigatória e imediata às autoridades nacionais e internacionais de controle de saúde animal.

A doença foi inicialmente diagnosticada no Brasil em 15 de maio, em duas aves marinhas da espécie trinta-réis-de-bando e em uma ave migratória da espécie atobá-pardo, no litoral do Espírito Santo. Outros casos foram registrados recentemente, incluindo um no Rio de Janeiro.

Especialistas enfatizam que, embora o vírus esteja presente em aves marinhas, o Brasil ainda mantém seu status de país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, e o comércio internacional não deve ser afetado. No entanto, é crucial manter um estado de alerta e reforçar as medidas de prevenção.

O motivo de preocupação é o impacto que a doença pode ter na avicultura, tanto do ponto de vista econômico para o país quanto, principalmente, para os pequenos avicultores. A chegada da doença aos plantéis comerciais do Brasil poderia resultar em perdas significativas na produção e na subsistência dos produtores.

Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, atendendo a 145 países, e a avicultura é uma atividade que emprega muitas pessoas. Portanto, é essencial que todos os envolvidos na avicultura estejam cientes da gravidade da situação e adotem medidas de biosseguridade para proteger seus plantéis.

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A biosseguridade é a palavra-chave para prevenir a entrada da doença no país e proteger a produção avícola. Isso envolve a implementação de uma série de medidas e estruturas que visam reduzir os riscos sanitários nas granjas, independentemente do sistema de produção, seja comercial, industrial ou colonial.

Algumas das medidas incluem a definição de áreas de acesso restrito nas granjas, o uso de telas antipássaro, controle rigoroso de visitantes, uso de água potável de qualidade, isolamento de áreas de produção, entre outras ações. Essas regras também se aplicam à produção de pequena escala ou subsistência, pois são essenciais para prevenir a disseminação de doenças.

A Embrapa Suínos e Aves preparou uma página especial em seu portal com informações, documentos, vídeos, publicações e materiais didáticos para orientar produtores e a sociedade em geral sobre a influenza aviária.

A doença, conhecida cientificamente há muito tempo, foi inicialmente diagnosticada na Itália em 1878 como Praga Aviária e, em 1955, o vírus foi identificado como influenza A aviária.

A gripe aviária, causada pelos vírus H5N1, foi relatada pela primeira vez em humanos em 1997, em Hong Kong. Esse salto do vírus aviário para humanos ocorreu devido ao contato próximo entre aves doentes e pessoas. Desde então, ocorreram casos semelhantes na Ásia e na Europa.

No entanto, a transmissão do vírus de um humano infectado para outra pessoa é extremamente rara devido à localização dos receptores para o vírus da influenza aviária, que se encontram apenas no fundo dos pulmões (brônquios e alvéolos). Até o momento, houve 862 casos relatados em todo o mundo, com 455 óbitos.

O vírus causador da gripe aviária pertence ao grupo A dos orthomixovírus, que é do tipo aviário. Os grupos de vírus de influenza são A, B e C, sendo que o grupo A infecta várias espécies, incluindo humanos e animais.

Embora as aves aquáticas, como gaivotas, maçaricos, patos, cisnes e outros, sejam consideradas reservatórios naturais do vírus da influenza aviária, as aves domésticas terrestres, como galinhas e perus, não são consideradas reservatórios, mas podem ser sensíveis à infecção por vírus transmitidos por aves silvestres. No entanto, elas podem excretar o vírus após a recuperação da doença, tornando-se um potencial meio de transmissão.

Além das aves, o vírus da influenza aviária também pode ser encontrado esporadicamente em espécies de mamíferos marinhos, como lobos e leões marinhos, focas, baleias e martas. Recentemente, houve casos de infecção pelo vírus H5N1 em um urso preto e também em felinos, suínos e cães.

A transmissão do vírus ocorre principalmente entre aves silvestres e, eventualmente, das aves para suínos e humanos. A adaptação do vírus aos suínos pode resultar em transmissão entre humanos e suínos, bem como entre humanos e aves. Portanto, é fundamental monitorar e controlar a disseminação do vírus entre diferentes espécies para evitar a propagação da gripe aviária.

Em caso de suspeita da doença em aves domésticas, é importante entrar em contato com um médico veterinário e notificar o Serviço Veterinário Oficial da região para investigação e medidas de contenção adequadas.

Mais informações no portal da Embrapa, clique aqui.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Fiagros alcançam R$ 41,7 bilhões e ganham força no mercado de capitais agroindustrial

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Os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros) seguem em ritmo acelerado de crescimento, consolidando-se como uma alternativa promissora para o agronegócio dentro do mercado de capitais. Dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostram que, desde a criação dos Fiagros em 2021, o patrimônio desses fundos multiplicou-se quatro vezes, alcançando R$ 41,7 bilhões até agosto de 2024. Apenas neste ano, o setor registrou um aumento de 5,3%, comparado aos R$ 38 bilhões registrados em dezembro de 2023.

Os Fiagros vêm atraindo atenção por permitirem que investidores se exponham ao setor agroindustrial brasileiro, diversificando suas carteiras com potencial de retorno financeiro. Entre agosto de 2023 e agosto de 2024, o número de Fiagros aumentou 58%, chegando a 116 fundos ativos no mercado. Esse avanço reflete a popularidade crescente desses fundos, que são beneficiados por incentivos fiscais e regulamentações favoráveis, fatores que também contribuíram para o fortalecimento do setor desde sua criação.

Além dos Fiagros, outros instrumentos financeiros ligados ao agronegócio também mostram desempenho positivo. As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) cresceram 6,1%, totalizando R$ 487 bilhões, enquanto as Cédulas de Produto Rural (CPRs) aumentaram expressivos 33,5%, somando R$ 398 bilhões. Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs) também registraram crescimento de 14,9% e 25,8%, respectivamente.

Apesar do cenário promissor, o mercado de Fiagros enfrenta desafios, como a alta taxa de juros e os impactos de eventos climáticos, que afetam o fluxo de caixa dos produtores e elevam o risco de crédito. Outro fator observado é a queda nos dividendos, que hoje se aproximam dos valores de fundos imobiliários tradicionais, com uma diferença de apenas 0,8%, comparada aos 2,2% em 2023.

Fonte: Pensar Agro

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