O Brasil deve liderar a corrida em biocombustíveis, especialmente no cenário do hidrogênio verde (H2V), segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena).
A entidade prevê que, até 2025, pelo menos 6% da energia consumida mundialmente estará relacionada ao H2V e nesse campo o Brasil possui potencial para liderar, necessitando apenas de investimentos em infraestrutura, além de regulamentações adequadas para proporcionar segurança jurídica, incentivando investimentos necessários.
O hidrogênio verde, transformável em combustível ou eletricidade, oferece três vezes mais energia do que a gasolina, sendo uma fonte limpa que não emite poluentes. A
indústria de cimento, por exemplo, responsável por 7% das emissões globais de dióxido de carbono, pode ser transformada pelo H2V, reduzindo significativamente as emissões.
ETANOL – Outro campo destacado pela Irena é o do etanol. A entidade comparou as emissões de veículos flex abastecidos com etanol e carros elétricos, destacando a menor emissão no Brasil devido à matriz elétrica majoritariamente renovável.
A expectativa é de crescimento na produção de etanol no Brasil, especialmente a partir da cana-de-açúcar e do milho. Os avanços tecnológicos e o conhecimento acumulado colocam o Brasil entre os maiores produtores de etanol, desempenhando um papel crucial na transição energética global.
A infraestrutura de carregamento para veículos elétricos é apontada como um desafio, e os altos investimentos necessários são destacados, juntamente com a falta de estações de carregamento, conforme evidenciado em estudo da EY.
O setor de aviação busca soluções para descarbonização, e o etanol pode contribuir através da produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
O projeto de lei chamado de Combustível do Futuro, proposto pelo governo federal, visa viabilizar investimentos significativos para descarbonizar o setor de transportes.
O Brasil busca alinhar-se a iniciativas globais, como o plano dos EUA, o Inflation Reduction Act, que contempla investimentos expressivos em energia e biocombustíveis.
Recentes anúncios de investimentos, como o Novo PAC no Brasil, evidenciam o compromisso com a produção de combustíveis renováveis, projetos de captura e armazenamento de carbono, além de estudos para hidrogênio verde e a conversão de refinarias em biorrefinarias.