Grupo radical que detém poder na Faixa de Gaza e atua tanto como organização social quanto facção armada, o Hamas , fundado em 1988, é visto por boa parte do Ocidente como uma organização terrorista. Para o Brasil, no entanto, a posição oficial não é essa.
E isso não tem qualquer relação direta com o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) . Historicamente, o País segue a determinação da Organização das Nações Unidas (ONU), considerando organizações terroristas apenas os listados como tal pela ONU. Os grupos islamistas que se enquadram são o Boko Haram, a Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
Para o Brasil, portanto, o Hamas não é oficialmente visto como grupo terrorista.
Após os ataques a Israel no sábado (7) , porém, o próprio Lula se referiu a ofensiva como “ataque terrorista”. A oposição tem usado a posição “neutra” para associar o atual chefe do Executivo e o PT à Palestina e ao Hamas, mas a verdade é que, oficialmente, a posição brasileira continua a mesma de sempre, apesar de o País ter tido aproximação maior com Israel nos últimos anos, pela proximidade entre Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu .
No conflito entre Israel e Palestina, a posição histórica do Brasil é de defender uma solução de dois Estados, o israelense e o palestino.
Quem considera o Hamas terrorista e quem não?
Entre os principais países que não seguem a determinação da ONU e veem o Hamas como terrorista estão Estados Unidos , Canadá, Austrália, Japão e alguns países membros da União Europeia.
Por outro lado, acompanhando o Brasil e a posição da ONU estão outras potências, como Rússia, China, Suíça e Noruega. Esses países evocam o princípio da neutralidade e mantêm contatos com o grupo, atuando como mediadores no conflito. No grupo que têm os EUA, a posição é de apoio a Israel.
Os interesses para avaliar se uma organização é terrorista ou não são variados, e cada país pode, ou não, seguir o que é determinado pela ONU.
O que defende o Hamas
Desde sua carta fundadora, em 1988, o Hamas não reconhece a existência de Israel e exige a destruição do estado judeu. A principal bandeira do grupo, terrorista para um e não para outros, é o estabelecimento de um Estado Muçulmano em todas as terras habitadas por palestinos, e o território hoje ocupado por Israel.
O Hamas é muçulmano sunita e controla a Faixa de Gaza, atuando inclusive na direção de escolas, orfanatos, restaurantes populares e clubes esportivos da região, que é predominantemente pobre e fica ao sul do território hoje ocupado por Israel.