O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (18) que o bombardeio ao hospital Ahli Arab , na Cidade de Gaza, é uma “catástrofe terrível”. O ataque, ainda sem autoria confirmada, deixou, pelo menos, 500 mortos, segundo o Ministério da Saúde local.
A declaração foi dada em conferência de imprensa na capital da China, Pequim. O presidente russo disse que a devastação causada pelo ataque mostra que o conflito entre o grupo armado palestino Hamas e Israel devem terminar.
O Hamas acusa as Forças de Defesa Israelenses pelo bombardeio ao hospital, mas Israel nega, alegando que os agressores seriam a Jihad Islâmica. Um porta-voz do grupo extremista negou a autoria.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto oficial em memória das vítimas do ataque ao hospital Ahli Arab. Ele classificou o ocorrido como um massacre, acrescentando mais tensão a uma região já dilacerada pelo conflito.
Reação internacional
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que “nada pode justificar atacar civis”.
“O acesso humanitário à Faixa de Gaza deve ser aberto sem demora”, acrescentou num comunicado publicado no X.
O premiê alemão Olaf Scholz disse que ficou “horrorizado” com as imagens da explosão do hospital, mas não atribuiu culpa pelo ataque.
“Civis inocentes foram feridos e mortos”, disse ele numa publicação no X, acrescentando que uma “investigação completa” é “imperativa”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o ataque ao hospital num comunicado publicado pela ONU.
Numa publicação que fez no X, Guterres disse estar “horrorizado com a morte de centenas de civis palestinianos num ataque a um hospital em Gaza”, acrescentando que os hospitais e o pessoal médico “estão protegidos pelo direito humanitário internacional”. Posteriormente, apelou a um “cessar-fogo humanitário imediato” na guerra.
O chefe da União Africana, Moussa Faki Mahamat, acusou Israel de um “crime de guerra” após o ataque.
“Não há palavras para expressar plenamente a nossa condenação ao bombardeamento de Israel contra um hospital de #Gaza hoje, matando centenas de pessoas”, disse Faki no X, apelando à ação da comunidade internacional.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, condenou o ataque e enfatizou a importância de aderir às leis da guerra.
“As notícias que chegam de Gaza são horríveis e absolutamente inaceitáveis… o direito internacional precisa de ser respeitado neste e em todos os casos. Existem regras em torno das guerras e não é aceitável atingir um hospital”, disse Trudeau a repórteres.
Os Médicos Sem Fronteiras condenaram o ataque, afirmando que “estão horrorizados com o recente bombardeio” do hospital que tratava pacientes e abrigava moradores de Gaza deslocados.
“Isto é um massacre”, disse o Dr. Ghassan Abu Sittah, médico do MSF em Gaza, no comunicado.
O governo egípcio emitiu uma declaração denunciando o ataque “nos termos mais fortes”, apelando à comunidade internacional para intervir e prevenir novas violações.
O Representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, lamentou o atentado ao hospital.
“Mais uma vez, os civis inocentes pagam o preço mais alto. A responsabilidade por este crime deve ser claramente estabelecida e os perpetradores responsabilizados”, escreveu Borrell no X.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.