A Embaixada de Israel no Brasil negou nesta quinta-feira (9) que convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) para participar de uma reunião que ocorreu na Câmara dos Deputados com o embaixador Daniel Zohar Zonshine. Em nota oficial, o órgão relatou que o convite foi feito apenas para parlamentares.
“A reunião de ontem no Congresso Nacional teve como intenção mostrar as atrocidades do 7 de outubro cometidas pelos terroristas do Hamas. Um material muito bruto e sensível. Convidamos parlamentares e apenas parlamentares. A presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel e não era de nosso conhecimento antes da reunião”, afirmou.
O posicionamento ocorreu após críticas do governo federal e da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação aos comentários feitos por Zonshine nos últimos dias.
Zonshine afirmou ainda que há fugitivos vindos de países do Oriente Médio na tríplice fronteira entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai, em busca de apoio financeiro às atividades do Hezbollah.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, classificou a colocação do diplomata como uma “surpresa negativa” que gerou “mal-estar” na corporação.
“Foi uma surpresa negativa, uma vez que historicamente há relações entre Brasil e Israel. Eu repudio completamente. (…) Causa mal-estar a maneira como está sendo explorado um trabalho técnico [o da PF] e que tem como únicas balizas a Constituição do Brasil e as leis brasileiras”, afirmou para a jornalista Camila Bomfim, da GloboNews.
Embaixada de Israel tenta amenizar o clima
Para amenizar o clima, a embaixada decidiu divulgar uma nota e também agradecer ao governo brasileiro e Polícia Federal por ter prendido membros de um grupo suspeito de planejar um ataque terrorista contra judeus no Brasil.
“Gostaríamos também de agradecer às autoridades brasileiras pelo sucesso da operação para evitar os ataques terroristas que teriam sido planejados aqui pelo Hezbollah”, acrescentou.