O ex-presidente Jair Bolsonaro minimizou a África e criticou a possível aproximação do governo brasileiro com o bloco africano. Em evento nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que o Brasil deve se aproximar de países mais fortes e que os africanos “não têm nada a oferecer aos brasileiros”.
Ele ainda se colocou como exemplo de acordos internacionais ao ter se aproximado dos norte-americanos durante a gestão de Donald Trump. Bolsonaro voltou a acusar Lula de se aproximar de ditaduras na América do Sul, citando o apoio do petista a Nicolás Maduro, na Venezuela.
“Quem está no governo atualmente, infelizmente, tem se aproximado de ditaduras na América do Sul e fora também. Agora vai fazer uma turnê pela África. Devemos sempre buscar, não desprezando os mais humildes, mas buscar países que podem nos oferecer alguma coisa”, disse Bolsonaro, que participou da Flórida SA Summit nesta segunda-feira (27).
O ex-presidente brasileiro aproveitou para defender sua estadia nos Estados Unidos. Bolsonaro ressaltou que tem encontrado políticos norte-americanos para mostrar a situação atual do Brasil.
“É um dos objetivos de eu estar rodando aqui nos EUA. Já estive com governadores, prefeitos, parlamentar. Para gente mostrar o que está acontecendo”, afirmou.
Embora tenha se mostrado disposto em reerguer a direita brasileira após a derrota nas eleições do ano passado e a tentativa de golpe frustrada em 8 de janeiro, Bolsonaro tem sido alvo de fortes críticas por aliados. Segundo interlocutores, os eventos que o ex-presidente participa não tem relevância para a imagem dele e do Brasil.
Outra crítica recorrente a Bolsonaro é sua indefinição sobre a volta ao Brasil. Enquanto ele diz que deve retornar em março, aliados afirmam que ele já deveria estar no Congresso Nacional preparando estratégias para formar uma oposição sólida ao governo Lula.
A aproximação com a África
Lula planeja uma agenda de reaproximação com países africanos, principalmente a África do Sul, que possui a maior economia do continente. A tentativa é vista por aliados uma forma de melhorar a imagem do Brasil junto ao país e, de quebra, angariar apoios em decisões dos BRICS.
Neste momento, o petista tenta apoio formal ao nome de Dilma Rousseff para a presidência do banco dos BRICS. O governo brasileiro acredita que o nome da ex-presidente brasileira terá apoio unânime, mas não quer surpresas.