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Política Nacional

Bolsonaro minimiza África e possível aproximação: “Não oferece nada”

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Bolsonaro voltou a criticar o governo Lula e disse que aproximação com a África não beneficiará o país
Marcelo Camargo/Agência Brasil – 03/08/2022

Bolsonaro voltou a criticar o governo Lula e disse que aproximação com a África não beneficiará o país

O ex-presidente Jair Bolsonaro minimizou a África e criticou a possível aproximação do governo brasileiro com o bloco africano. Em evento nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que o Brasil deve se aproximar de países mais fortes e que os africanos “não têm nada a oferecer aos brasileiros”.

Ele ainda se colocou como exemplo de acordos internacionais ao ter se aproximado dos norte-americanos durante a gestão de Donald Trump. Bolsonaro voltou a acusar Lula de se aproximar de ditaduras na América do Sul, citando o apoio do petista a Nicolás Maduro, na Venezuela.

“Quem está no governo atualmente, infelizmente, tem se aproximado de ditaduras na América do Sul e fora também. Agora vai fazer uma turnê pela África. Devemos sempre buscar, não desprezando os mais humildes, mas buscar países que podem nos oferecer alguma coisa”, disse Bolsonaro, que participou da Flórida SA Summit nesta segunda-feira (27).

O ex-presidente brasileiro aproveitou para defender sua estadia nos Estados Unidos. Bolsonaro ressaltou que tem encontrado políticos norte-americanos para mostrar a situação atual do Brasil.

“É um dos objetivos de eu estar rodando aqui nos EUA. Já estive com governadores, prefeitos, parlamentar. Para gente mostrar o que está acontecendo”, afirmou.

Embora tenha se mostrado disposto em reerguer a direita brasileira após a derrota nas eleições do ano passado e a tentativa de golpe frustrada em 8 de janeiro, Bolsonaro tem sido alvo de fortes críticas por aliados. Segundo interlocutores, os eventos que o ex-presidente participa não tem relevância para a imagem dele e do Brasil.

Outra crítica recorrente a Bolsonaro é sua indefinição sobre a volta ao Brasil. Enquanto ele diz que deve retornar em março, aliados afirmam que ele já deveria estar no Congresso Nacional preparando estratégias para formar uma oposição sólida ao governo Lula.

A aproximação com a África

Lula planeja uma agenda de reaproximação com países africanos, principalmente a África do Sul, que possui a maior economia do continente. A tentativa é vista por aliados uma forma de melhorar a imagem do Brasil junto ao país e, de quebra, angariar apoios em decisões dos BRICS.

Neste momento, o petista tenta apoio formal ao nome de Dilma Rousseff para a presidência do banco dos BRICS. O governo brasileiro acredita que o nome da ex-presidente brasileira terá apoio unânime, mas não quer surpresas.

Fonte: IG Política

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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