O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta quinta-feira (15) seu apoio à realização de novas eleições na Venezuela, após a crise internacional provocada pela vitória de Nicolás Maduro, conforme noticiado pelo jornal O Globo.
Respondendo a um repórter no Jardim Sul da Casa Branca, Biden disse: “Eu apoio” ao ser questionado sobre a realização de novas eleições na Venezuela. Essa declaração ocorre em um contexto em que outros líderes do continente americano, como o presidente Lula, começam a apoiar a ideia, assim como o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
Petro, além de apoiar a proposta, busca mediar ao lado de Lula a crise em Caracas, tentando abrir um diálogo entre o presidente Nicolás Maduro e a oposição, liderada por María Corina Machado.
Na última quarta-feira (14), a Casa Branca declarou que era “claro” que o candidato da oposição, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, “obteve a maioria dos votos”, pedindo que Maduro reconheça a derrota, segundo a porta-voz Karine Jean-Pierre.
Um relatório preliminar divulgado na terça-feira (13) por um painel de especialistas da ONU foi também publicado pela Casa Branca, indicando que a votação não atendeu aos critérios básicos de transparência.
Nas últimas semanas, autoridades norte-americanas têm reforçado a vitória de González Urrutia nas urnas, incluindo o subsecretário para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, e o secretário de Estado, Antony Blinken.
Em entrevista, poucas horas antes da declaração de Biden, Lula afirmou que se Maduro tivesse “bom senso”, poderia convocar novas eleições. Foi a primeira vez que o presidente brasileiro abordou a proposta abertamente, que havia sido sugerida informalmente pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim.
“Maduro tem seis meses do (atual) mandato ainda. Se tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário em que participe todo mundo e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro”, disse Lula.