Presidente dos Estados Unidos , Joe Biden vai impor um “severo” pacote de sanções à Rússia por causa da morte de Alexei Navalny , principal opositor do presidente Vladimir Putin . Porta-voz de segurança nacional da Casa Branca , John Kirby declarou que as medidas também têm relação com a invasão e os ataques do país europeu na Ucrânia . O pacote de punições será oficializado pelo líder norte-americano nesta sexta-feira (23).
“O pacote irá responsabilizar a Rússia pelo que aconteceu com Navalny e pelas ações do governo russo ao longo da guerra na Ucrânia, disse Kirby, nesta terça-feira (20), sem especificar quais medidas serão anunciadas. Vale lembrar que, no próximo sábado (24), a guerra entre Rússia e Ucrânia completa dois anos.
Navalny morreu na última sexta-feira (16), numa prisão isolada na Rússia – ele cumpria pena por “extremismo”. O Serviço Penitenciário Federal do país alegou que, na semana passada, ele perdeu a consciência durante uma caminhada e não conseguiu se recuperar. No entanto, a causa exata da morte não foi esclarecida, e o governo russo afirmou não ter informações a respeito.
Para os Estados Unidos, entretanto, não resta dúvidas de que a morte de Navalny foi encomendada pelo líder russo. “Independentemente da resposta científica, Putin é responsável por isso,” disse o porta-voz norte-americano.
“Putin matou o meu marido”
Esposa do opositor russo, Yulia Navalny disparou sérias acusações contra Putin, em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (19). A mulher declarou que o presidente ordenou o assassinato de seu marido porque “não poderia pará-lo”, dando continuidade às suspeitas de que o governo russo esteve envolvido na morte.
Yulia afirmou ainda que continuará a lutar contra o governo Putin e prometeu revelar os responsáveis pelo assassinato de seu marido. “Vou intensificar minha batalha contra o Kremlin com mais vigor do que nunca. Peço que se unam a mim, compartilhando minha raiva. Raiva, indignação, ódio contra aqueles que ousaram tirar nosso futuro”, declarou.
Além dos familiares, Estados Unidos, União Europeia e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, cobraram explicações do governo da Rússia sobre a morte repentina de Navalny.
Posicionamento do Brasil
Questionado sobre o tema no início desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou cautela e pediu mais informações para dar uma opinião sobre o caso. No entendimento do chefe do Executivo, nenhuma acusação pode ser feita antes de toda investigação.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.