O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , chamou seu homólogo da China, Xi Jinping, de “ditador” logo após uma reunião entre os dois em São Francisco, à margem da cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês).
“Veja bem, ele é um ditador no sentido de que ele é um cara que lidera um país comunista baseado em uma forma de governo totalmente diferente da nossa. De qualquer maneira, nós fizemos progressos”, disse Biden na coletiva de imprensa depois do encontro com Xi, na noite da última quarta-feira (15).
Já nesta quinta (16), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, rebateu que esse tipo de discurso é “extremamente errado” e uma “manipulação política irresponsável”.
“Sempre há pessoas com segundas intenções que tentam semear discórdia e arruinar as relações entre China e EUA, mas isso não terá sucesso”, acrescentou Mao, sem citar nomes.
Os presidentes também se comprometeram com o combate ao comércio ilegal de fentanil, em meio a uma grave epidemia de mortes causadas pelo abuso de opioides nos EUA – a China é a principal produtora dos ingredientes do medicamento.
Xi ainda destacou a importância de “administrar as diferenças” entre as duas potências “de modo eficaz” e apontou que a questão de Taiwan é a mais “importante e delicada” nas relações bilaterais.
Segundo o presidente chinês, os EUA deveriam parar de armar a ilha.
“A China vai realizar a reunificação com Taiwan, e esse é um processo imparável”, garantiu Xi.
Biden, por sua vez, cobrou o respeito ao “status quo” em Taiwan e que Pequim não interfira nas eleições no território. No entanto, reiterou a política dos EUA de “reconhecer uma única China”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.