O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu, nesta quarta-feira (21), às falas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre Xi Jinping, presidente chinês, ser um “ditador”. “É uma provocação política descarada”, disse Mao Ning, porta-voz do governo chinês, em Pequim. O pronunciamento foi complementado com a afirmação de que as acusações “vão totalmente contra os fatos e violam seriamente a dignidade política da China”.
O presidente estadunidense ainda disse, durante evento para arrecadar fundos para o Partido Democrata na Califórnia, que o mandatário chinês ficou envergonhado quando o “balão cheio de equipamento de espionagem” explodiu em território norte-americano no início deste ano. “Isso é uma grande vergonha para os ditadores, quando eles não sabem o que aconteceu”, afirmou Biden, também alegando que a China “tem dificuldades econômicas reais”.
Um suposto balão espião chinês sobrevoou o espaço aéreo dos Estados Unidos em fevereiro. Esse incidente e as trocas de visitas de autoridades dos EUA e de Taiwan – região que o Partido Comunista da China reivindica como parte de seu território – aumentaram recentemente as tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Biden fez os comentários ontem (20), um dia depois que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se encontrou com Xi em uma viagem à China, com o objetivo de aliviar as tensões entre Washington e Pequim. Eles concordaram em continuar o envolvimento diplomático com novas visitas de autoridades americanas ao território chinês nas próximas semanas e meses, e Biden disse que a relação entre os dois países estava “no caminho certo”, e que John Kerry, representante climático estadunidense, também pode ir à China em breve.
Em março deste ano, Xi Jinping foi reeleito para um terceiro mandato sem precedentes como presidente chinês, após ser a escolha unânime entre os quase três mil membros do Congresso Nacional do Povo da China, que o transformou no líder mais poderoso do país desde Mao Tsé-Tung. Ainda nesta semana, Joe Biden se encontrará com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e a China deve ser tema de discussão entre os dois líderes.