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Economia

Banco Mundial projeta expansão de 2% para a América Latina e Caribe

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O Banco Mundial projetou um crescimento regional 2% para este ano na América Latina e Caribe. Para 2024, a estimativa é de 2,3% e, para 2025, de 2,6%. Segundo a instituição, apesar de a expansão se situar acima do 1,4% divulgado anteriormente, ainda está abaixo de todas as outras regiões do mundo e é insuficiente para promover a necessária criação de empregos, inclusão e redução da pobreza. As informações constam do relatório Conectados: tecnologia digital para a inclusão e o crescimento, divulgado hoje (4).

Para o Brasil, estima-se crescimento de 2,6% para este ano e de 1,3% para 2024. Já para 2025, a projeção é de expansão de 2,2%. Segundo o relatório, a região realizou reformas macroeconômicas adequadas nas últimas três décadas, que proporcionaram maior resiliência a choques como o da pandemia de covid-19, a incerteza decorrente da guerra na Ucrânia, os baixos preços das matérias-primas e a dívida crescente.

Apesar de a pobreza e o emprego terem retomado, em geral, aos níveis anteriores à crise, e a inflação, excluindo a Argentina e a Venezuela, caído para uma média regional de 4,4%, abaixo dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o cenário global ainda é adverso. Entre o pontos elencados figuram taxas de juros elevadas, baixo crescimento nas economias avançadas, incertezas sobre o crescimento da economia chinesa e  restrições fiscais enfrentadas pelo governos locais.

China

O Banco Mundial reduziu a previsão de expansão econômica para a China este ano para 5,1% ante 5,6% projetados em junho. Entre os motivos apontados estão dificuldades internas persistentes, incluindo o enfraquecimento da recuperação vinda da reabertura da economia, o endividamento elevado e a fraqueza no setor imobiliário.

A China representava, em 2000, menos de 2% do comércio total da América Latina e Caribe. Em 2022, o percentual cresceu para 17% .

“A menor procura por parte da China afetará a dinâmica do comércio dos países da ALC [América Latina e Caribe], especialmente aqueles que dependem da exportação de matérias-primas. Além da menor procura por exportações, a menor procura mundial de matérias-primas reduzirá o seu preço, resultando em contas correntes mais frágeis e em pressões de desvalorização. Uma vez que várias das empresas que produzem essas matérias-primas são estatais, as receitas fiscais também diminuirão, representando uma ameaça à sustentabilidade fiscal, que já é vulnerável na América Latina e Caribe”, afirma o banco.

Essa situação – juntamente com o fardo persistente do serviço da dívida, resultante das elevadas taxas de juro – restringe espaço fiscal e limita o progresso em termos de redução da dívida: “a razão dívida/PIB (Produto Interno Bruto) diminuiu para 64% do PIB da região, acima dos 67% de há um ano, mas permanece bem acima do nível de 2019 (57%)”, diz o relatório do Banco Mundial.

Efeitos do clima

O fenômeno do El Niño (alterações significativas na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com grandes alterações no clima) também é apontado como um fator preocupante para a retomada do crescimento na América Latina.

A estimativa é que o El Niño tenha um impacto potencial de redução de 0,8 ponto percentual no crescimento dos países localizados em áreas tropicais e úmidas, o que pode ser ampliado se for levado em consideração o impacto do fenômeno climático em outros países, o que, através de canais comerciais e preços mundiais, afeta outras nações.

“Alguns países da América Latina e Caribe já começam a observar efeitos do El Niño. Uma seca histórica no Panamá forçou a autoridade do canal a reduzir o volume e o número de navios que atravessam o canal, afetando as exportações e o comércio mundial. De acordo com o Banco Central do Peru, atividades primárias – como a agricultura e a pesca, bem como atividades de processamento associadas – foram afetadas pelo El Niño, levando a uma queda no Índice de Produção Pesqueira de 68,93% (anual) em junho. Às vésperas do El Niño e de condições mais áridas que o normal, a Colômbia aumentou suas importações de gás natural liquefeito (GNL) para manter as operações hidrelétricas.

A partir de agosto, o país já havia importado 60% a mais do que no ano passado, mais que triplicando os níveis de 2021. No Chile, as fortes chuvas associadas ao El Niño levaram o governo a decretar em agosto estado de catástrofe em quatro regiões”, acrescenta o relatório hoje divulgado.

Mais investimentos

Para o banco, essa situação pode ser enfrentada com maiores investimentos público e privado na conectividade digital. A iniciativa pode potencializar novos setores e empregos.

A utilização de ferramentas de conectividade pode favorecer a inclusão – por meio de programas governamentais prestados à população – como a telemedicina, educação e projetos de assessoria a pequenos produtores agrícolas em áreas remotas.

“No entanto, a conectividade digital não é uma fórmula mágica para o crescimento e pode exacerbar as desigualdades sociais existentes se não forem feitos investimentos complementares em competências, finanças e sistemas regulatórios para concretizar a promessa das tecnologias digitais para todos”, disse William Maloney, economista-chefe do América Latina e Caribe no Banco Mundial.

Fonte: EBC Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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