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MATO GROSSO

Audiência pública promove debate sobre inteligência artificial no Poder Judiciário

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Com o propósito de debater a inteligência artificial no Poder Judiciário, discutir as vantagens e riscos dessa ferramenta, a Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso realizou, na tarde desta sexta-feira (dia 23), uma audiência pública, que contou com a participação de mais de 300 pessoas.
 
O evento recebeu apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ocorreu de maneira híbrida, presencialmente no auditório Gervásio Leite, e de forma remota pela plataforma Teams e canal do TJMT no YouTube (clique aqui para assistir
 
A presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino da Silva, que destacou na abertura do evento que a audiência pública é a oportunidade para que todos discutam o assunto. Segundo ela, os avanços da humanidade trazem consigo dilemas. E o mesmo ocorre com a inteligência artificial. “Para alguns, isso ainda transparece como uma possível ameaça ao emprego. Para outros, já tem outra significância, outra perspectiva de mais segurança, de mais tempo para se preocupar com aquilo que realmente é necessário e não pode ser delegado a alguém que não seja humano propriamente dito”.
 
Diante disso, a desembargadora afirma que a audiência pública proporcionada pelo Poder Judiciário é uma oportunidade para a sociedade debater sobre o tema. “Eu rogo a todos que pronunciem-se, que se coloquem, que realmente venham contribuir porque é uma oportunidade ímpar para amadurecimento do uso dessa tecnologia que já está presente em muitos âmbitos. Com ela chegando ao Poder Judiciário, é um momento estratégico para que nos ocupemos e nos debrucemos com profundidade”, conclamou.
 
Para o corregedor-geral da Justiça, desembargador Juvenal Pereira da Silva, a audiência pública representa um momento histórico. “Estamos diante de uma verdadeira revolução digital, que já é uma realidade em diversos setores públicos e privados. Nosso objetivo hoje é discutir como a inteligência artificial pode contribuir para a eficiência, transparência e celeridade da Justiça brasileira. Temos o desafio de conciliar a inovação tecnológica com os princípios da humanidade e da justiça, garantindo que as decisões judiciais continuem a ser tomadas com base na análise e interpretação de informações jurídicas”, asseverou.
 
Otimização da prestação jurisdicional – O corregedor pontuou ainda a necessidade de avaliar constantemente os benefícios e os riscos envolvidos nessa transformação digital. “A tecnologia pode ser uma aliada, como na otimização de processos e celeridade no julgamento de processos judiciais, mas nunca pode substituir o ser humano, o juiz, que é o guardião da Constituição e das leis”, comentou.
 
Para o conselheiro do CNJ, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, a inteligência artificial ganhou uma nova dimensão recentemente no mundo, com o surgimento da inteligência artificial generativa, que é aquela que produz conteúdos, como o ChatGPT, por exemplo, o que carece de debate. “Isso precisa ser discutido e regulado pelo Brasil inteiro e o Judiciário também precisa disso porque não podemos ficar para trás. É um recurso importante que temos à disposição para ganhar eficiência, modernização e, sobretudo, para reduzir o tempo de pesquisa”, afirma.
 
O juiz Lídio Modesto afirma que, no âmbito do Judiciário, as expectativas são grandes em relação à inteligência artificial e cita alguns projetos que estão em andamento. “Nós percebemos que a inteligência artificial poderá melhorar e muito a qualidade do nosso trabalho. Nós estamos implantando alguns ambientes com relação à usabilidade da inteligência artificial durante a inserção da decisão judicial por meio do Movimento Inteligente, que é um robô criado juntamente com outros tribunais e com o Conselho Nacional de Justiça; o Mandamus, que é uma ferramenta que estamos implantando para uso dos oficiais de justiça, que faz o georreferenciamento do local e também envia diretamente para o PJe as certidões dos oficiais de justiça. Isso vai desonerar o trabalho judiciário e vai otimizar a prestação jurisdicional. E também vamos lançar o Sarefi, que é o sistema de reconhecimento facial para reeducandos que encontram-se em regime aberto e semiaberto. Estamos percebendo que os trabalhos com uso dessas modernas ferramentas serão melhor prestados para o cidadão”, avalia.
 
Programação – O evento é dividido em eixos que abordam sobre regulamentação, vantagens e riscos e implantação da inteligência artificial no Poder Judiciário. Para tratar desses temas, foram convidados o presidente da Comissão de Tecnologia da Informação e Inovação do CNJ, conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho; a pesquisadora no Centro de Direito, Internet e Sociedade (CEDIS – IDP), Bianca Kremer Nogueira Corrêa; os juízes auxiliares da Presidência do CNJ, João Thiago de França Guerra e Adriano da Silva Araújo, o juiz auxiliar da CGJ do TJMT, Lídio Modesto da Silva Filho; o juiz da 3ª Vara Cível da Capital, Luiz Octávio Oliveira Saboia Ribeiro e o diretor de Negócios no Gartner, Rogério Antônio Duarte Batista.
 
Também marcaram presença no evento a vice-presidente do TJMT, desembargadora Maria Erotides Kneip; os desembargadores Maria Aparecida Ferreira Fago e João Ferreira Filho; juízes auxiliares da Presidência, da Vice-Presidência e da Corregedoria Geral do TJMT; a diretora-geral do TJMT, Euzeni Paiva de Paula; o procurador-geral do Estado, Francisco de Assis da Silva Lopes; a sub-procuradora-geral de Justiça administrativa, Claire Voguel Dutra; a defensora pública geral do Estado, Maria Luziane Ribeiro de Castro; o delegado da Polícia Federal, Fábio de Arruda Góes; representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT); professores e estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e da Faculdade de Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Fatec Senai), além de advogados e servidores do TJMT e outros órgãos públicos.
 
Celly Silva/ Fotos: Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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