O ativista afegão Matiullah Wesa foi liberto pelo Talibã nesta quinta-feira (26), após sete meses de prisão. Wesa é conhecido por lutar pelos direitos de meninas frequentarem a escola no Afeganistão , e foi preso após viajar o país fazendo campanha para a inclusão de garotas no ensino. Segundo as autoridades talibãs, ele estaria fazendo “propaganda contra o governo”.
À Agence France-Presse, a família de Wesa disse que ele estava “a caminho de casa”, sendo a informação confirmada por um porta-voz da administração talibã.
Richard Bennett, um dos principais especialista em direitos humanos no Afeganistão da Organização das Nações Unidas, saudou a libertação do ativista. Entretanto, ele destacou a situação que centenas de outros ativistas passam no Talibã.
No Twitter, Bennett diz: “Congratulo-me com a libertação de Matiullah Wesa e apelo à libertação imediata e incondicional de todos os defensores dos direitos humanos do #Afeganistão que estão arbitrariamente detidos por defenderem os seus próprios direitos e os direitos humanos dos outros”.
I welcome the release of Matiullah Wesa and call for the immediate & unconditional release of all #Afghanistan human rights defenders who are arbitrarily detained for standing up for their own rights & the human rights of others. #ZhuliaParsi#NedaParwani#RasoulAbdihttps://t.co/o4yALElJXW
— UN Special Rapporteur Richard Bennett (@SR_Afghanistan) October 26, 2023
Wesa é o fundador da organização sem fins lucrativos Pen Path. No projeto é feito a promoção do acesso à educação. Para isso, os integrantes vistam regiões rurais, visando reativar as escolas fechadas pela violência, e abrir novas bibliotecas para os habitantes.
No relatório feito pelo Instituto para a Paz, Mulheres e Segurança de Georgetown, divulgado na última terça-feira (24), o Afeganistão aparece em último lugar no que diz respeito a promoção inclusão, a justiça e a segurança das mulheres na sociedade. Ao todo, 177 países foram analisados.