Um ataque aéreo israelense atingiu o campo de refugiados al-Mawasi, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, deixando pelo menos 71 pessoas mortas e 289 feridas, informou o Ministério da Saúde palestino neste sábado. O comunicado revisa uma informação anterior que relatava a morte de pelo menos 20 pessoas. Segundo três oficiais israelenses ouvidos pelo New York Times, os militares estavam perseguindo Mohammad Deif, líder do braço militar do Hamas, que anunciou o ataque terrorista em 7 de outubro contra o território israelense, deixando 1,2 mil mortos. Não ficou claro se Deif foi morto na ação.
Dois oficiais israelenses disseram que Deif foi alvejado enquanto estava na superfície, após deixar a rede de túneis do grupo que se estende sob o enclave. À uma rádio israelense, fontes descreveram o alvo do ataque como “muito significativo”, sem dar mais detalhes. Todos os oficiais, sob condição de anonimato, afirmaram que Deif estava com Rafah Salameh, o principal comandante do Hamas em Khan Younis, no momento do ataque.
Controvérsia e Reação
Um alto funcionário do Hamas, Abu Zhuri, não confirmou à agência de notícias Reuters se o comandante estava no local, classificando as alegações israelenses como “absurdas”. Ele destacou que o ataque demonstrava que o governo israelense não estava interessado em um cessar-fogo, cujas negociações estão paralisadas.
“Todos os mártires são civis e o que aconteceu foi uma grave escalada da guerra de genocídio, apoiada pelo apoio americano e pelo silêncio mundial” afirmou.
**Destruição e Desespero**
O campo al-Mawasi, próximo à cidade de Rafah, foi designado por Israel como uma zona humanitária, onde milhares de palestinos residem em tendas para fugir do conflito. Uma autoridade israelense disse à BBC que o ataque teve como alvo o líder da ala militar do Hamas em uma área onde havia “apenas terroristas do Hamas e nenhum civil”.
O gabinete do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que ele estava realizando consultas especiais à luz dos “desenvolvimentos em Gaza”. O número de mortos segundo o escritório de imprensa do Hamas chega a 100, incluindo membros do Serviço de Emergência Civil. O Exército israelense afirmou que está investigando o relatório.
Vídeos nas redes sociais mostram grandes colunas de fumaça, vítimas ensanguentadas sendo socorridas em macas e pessoas vasculhando escombros com as mãos. Uma testemunha descreveu o campo de refugiado como se tivesse sido atingido por um “terremoto”. Alguns palestinos disseram à Reuters que o ataque foi uma surpresa, já que a região estava tranquila.
Quem é Mohammed Deif?
Mohammad Masri, seu nome original, nasceu em 1965 em Khan Younis. Estudou Biologia na Universidade Islâmica de Gaza. Ingressou no Hamas em 1990 e ficou conhecido como Mohammed Deif (Deif significa “convidado” em árabe) devido ao seu estilo de vida nômade.
Ele se tornou comandante militar supremo das Brigadas al-Qassam após o assassinato de Salah Shehade por Israel em julho de 2002. Em 2009, entrou para a lista de terroristas dos EUA. Seu legado inclui a fabricação de foguetes Qassam, a criação de uma infraestrutura de túneis e a aproximação com o Irã, que permitiu um forte aumento no fornecimento de armas. Sobre ele não circulam imagens — a última é de 1996 — e ele se mantém longe da internet e dos celulares, ganhando o apelido de “fantasma”.
Deif se opõe às concessões que o Hamas faz de tempos em tempos, considerando os Acordos de Oslo uma traição. Ele é um dos homens mais procurados por Israel desde 1995 e sobreviveu a pelo menos cinco tentativas de assassinato. A última tentativa aconteceu em maio de 2021.
Em maio, o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, solicitou um mandado de prisão contra Deif por crimes de guerra e contra a Humanidade cometidos durante a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.