O livro “Japoneses em Mato Grosso: História, Memória e Cultura” foi lançado na noite desta segunda-feira (27), na sede da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Produzido pelo Instituto Memória do Poder Legislativo (IMPL) em parceria com a editora Entrelinhas, a obra narra a história da chegada dos primeiro japoneses ao Estado de Mato Grosso, na década de 1950.
A historiadora Aldina Cássia Fernandes é a autora do livro. Ela conta que a colonização japonesa completa 70 anos em 2023, quando os japoneses saíram de Marília (SP) e chegaram para ocupar a região norte do estado, mais especificamente a Gleba Rio Ferro, hoje pertencente ao município de Feliz Natal.
“A motivação foi o sonho de cultivar uma terra, de plantar a seringueira. Vieram em busca desse sonho de ter terras, de cultivar, colher os produtos para comercializar nos grandes centros. Além da seringueira, eles também produziam verduras e pimenta do reino. Só que a gleba ficava um pouco distante de Cuiabá, e nós não tínhamos essa rodovia”, revela a autora. As dificuldades levaram os migrantes para outras regiões do estado, como a Serra de São Vicente.
Aldina Cássia Fernandes diz ainda que quis fazer essa pesquisa por admirar a cultura japonesa, mesmo não sendo descendente de japoneses. “Eu fui encontrando documentos e a cada documento e cada imagem que eu encontrava, eu fazia perguntas, quem são essas pessoas? O que eles viveram? O que eles vieram fazer aqui? Cada imagem que eu conseguia com as famílias, me motivava a ir atrás da história, da memória, da oralidade, e aí eu comecei a fazer as entrevistas”, lembra. A historiadora garante que foi muita bem recebida pelas famílias e hoje tem uma relação próxima da comunidade japonesa que vive aqui.
A superintendente do Instituto Memória, Mara Visnadi, explica que a demanda para fazer o livro veio do deputado Carlos Avallone (PSDB) e agora esse trabalho será distribuído em instituições de ensino e bibliotecas, além de ficar disponível no acervo do IMPL para todos os interessados. “As organizações que não forem contempladas podem nos procurar. Podemos doar um exemplar para ficar como fonte de pesquisa. Esta é uma obra única que conta a conta a trajetória dos japoneses no estado de Mato Grosso”, afirma.
“É um trabalho lindo esse que a Assembleia Legislativa tem feito de apoiar publicações, principalmente pelo Instituto de Memória. Quero deixar aqui o meu apreço pelo deputado Carlos Avallone, porque ele abraçou o projeto e ele valoriza muito a cultura, a publicação de livros que vão circular, uma história que vai circular entre bibliotecas, entre pessoas, para se tornar mais conhecida. É muito importante, para todos e para a memória coletiva da história de Mato Grosso”, agradece a historiadora Aldina Cássia Fernandes.
O deputado Carlos Avallone diz que não teve dúvidas que era importante apoiar a edição do livro. “Na realidade, esse livro está pronto desde 2008. Imagina, uma obra pronta desde 2008 e passados quase mais de quinze anos e não se conseguia editar. Quando eu soube disso, nós fizemos um evento aqui em homenagem a alguns japoneses, isso foi uns oito meses atrás e naquele momento eu consegui com o nosso presidente Eduardo Botelho para que, pela Assembleia, nós pudéssemos fazer essa edição”, esclarece o parlamentar.
“Estou muito feliz por esse lançamento, contando essa história maravilhosa, da colônia nipo aqui, quanto eles nos ajudaram, quantos políticos nós já tivemos, deputados federais, deputados estaduais, vários prefeitos em vários municípios. Quer dizer, a história deles, tanto na área econômica como na área política, sempre foi muito grande. Eu fico muito honrado de poder ter ajudado, viabilizado que eles pudessem estar hoje com um documento na mão, que eles vão poder mandar para o Japão, mandar para as embaixadas, mandar para os familiares das pessoas que contribuíram tanto para o nosso estado”, completou Avallone.
O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) protocolou, nesta quarta-feira (16), um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para apurar o contrato e a atuação da Energisa, concessionária de energia elétrica no estado. O parlamentar aponta, no pedido, a necessidade de se investigar se a empresa está cumprindo o contrato firmado e também a qualidade do serviço oferecido a população.
De acordo com Faissal, a criação da CPI para investigar a atuação da Energisa é imprescindível, diante das graves deficiências constatadas na prestação do serviço, considerado essencial. O deputado explicou que a energia elétrica é um pilar para o desenvolvimento econômico e social, e é inadmissível que a distribuição por parte da concessionária continue sendo alvo de inúmeras reclamações por parte da população.
“É urgente apurar a real qualidade dos serviços prestados pela concessionária. Nos últimos anos, os consumidores têm enfrentado frequentes interrupções no fornecimento de energia, ocasionando transtornos que variam desde a interrupção da rotina das famílias até prejuízos significativos para os setores produtivos e industriais. Esse quadro evidencia uma gestão falha, incapaz de garantir um fornecimento contínuo e estável, como é exigido de um serviço de caráter essencial”, afirma Faissal, no pedido.
O deputado pontuou ainda que surgem sérias dúvidas quanto ao cumprimento das obrigações contratuais por parte da concessionária, já que são previstas responsabilidades claras, incluindo a manutenção de um padrão mínimo de qualidade e o cumprimento de metas de desempenho. A continuidade dos problemas evidencia possíveis falhas no cumprimento dessas obrigações e a criação da CPI permitirá uma análise aprofundada desses contratos, verificando se a concessionária está de fato atendendo às exigências estipuladas ou se há necessidade de intervenções e correções imediatas.
“Outro ponto fundamental é a apuração dos investimentos realizados pela concessionária ao longo de todo o período de concessão em Mato Grosso. Embora a empresa tenha anunciado investimentos, eles não parecem resultar em melhorias significativas na qualidade dos serviços prestados. É crucial verificar se os recursos destinados à modernização da rede elétrica e à ampliação da capacidade de fornecimento estão sendo aplicados de forma eficiente e transparente, especialmente considerando que o valor das tarifas deve refletir os investimentos efetivamente realizados pela concessionária”, completou.