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Artista alagoana expõe no Rio pinturas sobre novelas e cotidiano rural

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Um dia os filhos cresceram, a casa ficou vazia, sobraram saudade e tédio. A alagoana Roxinha, então com 59 anos, conseguiu ocupar o coração e o tempo com arte. Ao lado do marido, começou a desenhar em folhas de papel, depois nas paredes de casa e tomou tanto gosto pela coisa, que todo tipo de material foi transformado em tela. Até sucatas encontradas em um lixão.

O que era para ser uma “brincadeira”, ultrapassou os limites do povoado de Lagoa de Pedra, às margens do rio São Francisco, e ocupa um espaço no Museu do Pontal, Rio de Janeiro. Inaugurada no sábado (6), trata-se da primeira exposição da artista.

“Eu fiquei sozinha com o meu marido e um filho dentro de casa. O filho saía de noite e ficávamos só os dois. E aí, o marido disse assim: ‘vamos desenhar?’. Eu disse que não sabia desenhar nada. E ele disse que a gente aprendia, para se entreter. Aí, eu consegui junto com ele. Toda noite a gente desenhava. E a gente ria, porque pareciam duas crianças desenhando. Eu mostrava o que fazia, ele mostrava o que fazia, e a gente começava a rir”, conta a artista, hoje com 69 anos.

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2023 - A exposição Roxinha: Uma vida de novela é a primeira mostra individual da artista popular de Alagoas Maria José Lisboa da Cruz, a Roxinha, em cartaz no Museu do Pontal. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2023 - A exposição Roxinha: Uma vida de novela é a primeira mostra individual da artista popular de Alagoas Maria José Lisboa da Cruz, a Roxinha, em cartaz no Museu do Pontal. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Exposição Roxinha: Uma vida de novela é a primeira mostra individual da artista Maria José Lisboa da Cruz – Fernando Frazão/Agência Brasil

Setenta pinturas compõem a mostra Roxinha: uma vida de novela. O título cita uma das referências preferidas da artista: as histórias de amor que viu na TV. Traços, cores e diálogos são inspirados em cenas que ficaram guardadas na memória. Há, por exemplo, uma obra que retrata a novela infanto-juvenil Malhação. Outra, sobre um casamento que aconteceu em O Cravo e a Rosa, pintada sobre o que sobrou de um televisor antigo de tubo.

O termo novela também representa a vida da própria artista, com diferentes tipos de emoções. Sejam elas difíceis, como o trabalho pesado e a distância dos filhos. Ou episódios românticos e bem-humorados. Momentos do cotidiano da família e do povoado também estão retratados nas obras de Roxinha, que já trabalhou no cultivo de macaxeira, milho e feijão, quebrou brita em uma pedreira local e varreu as ruas de Lagoa de Pedra.

Descoberta artística

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2023 - A exposição Roxinha: Uma vida de novela é a primeira mostra individual da artista popular de Alagoas Maria José Lisboa da Cruz, a Roxinha, em cartaz no Museu do Pontal. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2023 - A exposição Roxinha: Uma vida de novela é a primeira mostra individual da artista popular de Alagoas Maria José Lisboa da Cruz, a Roxinha, em cartaz no Museu do Pontal. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Exposição pode ser visitada de quinta a domingo, das 10h às 17h30 Fernando Frazão/Agência Brasil

O primeiro profissional do campo artístico a identificar o trabalho de Roxinha foi André Dantas. Ele é um dos curadores da mostra no Museu do Pontal e disse ter se encantado ao descobrir as produções da artista. Tanto que adquiriu várias delas e cobriu as paredes do espaço cultural que possui na Ilha do Ferro, em Alagoas.

“Quando conheci a Roxinha, não sei como explicar, mas foi amor à primeira vista mesmo, da maneira mais simples. Uma senhora que me recebeu com o coração aberto. Ao chegar na casa de Roxinha, não tinha nenhuma peça à venda. Mas tinha uma parede linda repleta de desenhos, de pinturas em azulejos, algumas esculturas. Era um universo mágico naquela residência. O que mais me chamou a atenção foi a paleta de cores, o tipo de ilustração e a espontaneidade dos desenhos”.

Angela Mascelani, diretora artística do Museu do Pontal, explica que para entender o valor estético das pinturas é preciso conectá-las com a vivência da artista. As experiências que ela acumulou, as perspectivas bem-humoradas sobre a vida rural e como ela desconstrói estereótipos sobre o papel da mulher na sociedade.

“Ela tem uma coerência estética inusitada, que no meu ponto de vista nasce de uma escassez. Porque ela não tem os materiais, ela desenha no papel, ela desenha na parede. E também não há os condicionantes como uma formação acadêmica, o aprender a desenhar na escola. Ela faz as obras dela com uma maior liberdade. Um tipo de liberdade que a gente não é capaz de traduzir inteiramente”.

Lucas Van de Beuque, diretor-executivo do Museu do Pontal, explicou que a descoberta do trabalho de Roxinha é resultado de um projeto que começou em 2020 com artistas populares de Alagoas e incluiu o desenvolvimento de um filme com eles.

“A gente começou a fazer um mergulho na arte de Alagoas. Em 2020, foi feita uma pesquisa e em 2021 voltamos lá e filmamos os artistas. Eu acho que a mostra sobre a Roxinha evidencia, de uma forma muito interessante, a qualidade da arte popular no Brasil. E o quanto é importante a produção artística das pessoas que estão nesses lugares sociais”.

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2023 - A exposição Roxinha: Uma vida de novela é a primeira mostra individual da artista popular de Alagoas Maria José Lisboa da Cruz, a Roxinha, em cartaz no Museu do Pontal. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2023 - A exposição Roxinha: Uma vida de novela é a primeira mostra individual da artista popular de Alagoas Maria José Lisboa da Cruz, a Roxinha, em cartaz no Museu do Pontal. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Artista é natural de Alagoas, onde começou a pintar depois há dez anos Fernando Frazão/Agência Brasil

Serviço

O Museu do Pontal fica na avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca.

Horário: exposição aberta de quinta-feira a domingo, das 10h às 18h (o acesso às exposições se encerra às 17h30).

Ingressos: gratuitos ou com contribuição voluntária.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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