Você deve conhecer uma pessoa que está sempre mal humorada, tem uma visão extremamente negativa da vida e é um “grande chato”. Pode não ser apenas uma característica da personalidade dessa pessoa. Pode ser sinal de um transtorno mais grave. O transtorno depressivo persistente, também conhecido como distimia, é um subtipo dos transtornos do humor. A pessoa que tem esta síndrome apresenta está frequentemente irritada. E não de forma normal.
A distimia ou mau humor é um sentimento comum a qualquer indivíduo e pode ser desencadeado por situações estressantes, frustrações, fome, sono, cansaço, entre outras situações. Pode ser passageiro e não tem impacto significativo na vida diária da pessoa. Em geral, a distimia começa na infância e na adolescência e pode durar anos ou até a vida inteira. Enquanto o mau humor comum é uma resposta normal a estímulos temporários como situações estressantes ou fatores fisiológicos, a distimia transcende a esses aspectos e o indivíduo.
Aqueles que sofrem do transtorno depressivo persistente são frequentemente rotulados como indivíduos mal-humorados e apresentam dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Segundo a OMS a distimia afeta cerca de 6% da população mundial.
No entanto, é importante discernir quando o mau humor assume uma dimensão patológica, afetando não apenas o bem-estar psicológico, mas também a saúde física e os vínculos sociais. A persistência do mau humor, acompanhada por sinais como alterações no sono, falta de apetite, pensamentos negativos recorrentes e desinteresse por atividades anteriormente prazerosas, pode indicar a presença do transtorno depressivo persistente.
Compreender que a distimia vai além da superfície do mau humor. O Transtorno Depressivo Persistente é distinto da depressão comum que conhecemos, pois, a duração dos sintomas é percebida por um maior período de tempo, ela geralmente persiste por pelo menos dois anos em adultos e um ano em adolescentes.
É comum que as pessoas demorem a procurar ajuda ou acreditem que não precisam investigar e tratar o mau humor crônico, pois acham que são assim mesmo, que aquela é a personalidade da pessoa, mas quando esses sentimentos começam a trazer prejuízo para a vida da pessoa, é necessário buscar um médico psiquiatra para investigar e oferecer um tratamento adequado.
A busca por ajuda profissional torna-se imprescindível quando o mau humor se torna uma presença constante, minando a qualidade de vida, o ambiente familiar e a vida profissional. Para tratar o transtorno depressivo persistente, o médico psiquiatra pode recomendar psicoterapia, e se necessário, tratamento medicamentoso com antidepressivos dependendo de cada caso, das perdas envolvidas na vida da pessoa e o que se pretende de melhor para cada um de nós. É importante termos a mente aberta para saber diferenciar e não permitir que o preconceito nos atrapalhe a ter os melhores resultados.
*Dr. Antônio Geraldo da Silva é médico psiquiatra, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e Diretor Clínico do IPAGE – Instituto de Psiquiatria Antônio Geraldo. É Coordenador Nacional da Campanha “Setembro Amarelo”, da Campanha ABP/CFM Contra o Bullying e o Cyberbullying e da Campanha de Combate à Psicofobia.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.