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POLÍTICA

Araputanga comemora 60º aniversário

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Dentre tantos municípios filhos da Grande Cáceres, Araputanga tem sua história ligada diretamente ao então governador Fernando Corrêa da Costa, quando no ano 1953, século passado mandou que o sobrinho, engenheiro agrimensor, medisse as terras devolutas da região que situava entre os rios Jauru e Cabaçal. Quando ele alcançou o Vale do rio das Pitas encontrou uma paisagem cheia de mata exuberante em suas margens. Como forma de pagamento pelos serviços prestados requereu terras dessa região.

Obrigatório já neste ponto abrir parênteses para contextualização, sob a luz da geógrafa Vanusa Irene Xavier Santos – que norteou o presente artigo – em abalizada pesquisa apresentada ao programa de pós-graduação da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), sob o título “Formação Territorial do Município de Araputanga e suas Mudanças Socioespaciais”, em 2017 – disponível na página daquela instituição, no link (http://portal.unemat.br/media/files/ppggeo2015-4-vanusa.pdf).

Embora o processo de ocupação de toda aquela região remonte ainda aos tempos da Colônia, séculos antes, é na década de 1950, século passado, que o povoamento começa efetivamente a tomar forma ‘ordenada’ – na esteira da “Marcha para Oeste”, concebida por Getúlio Vargas.

Posteriormente, a formação do município ganhou impulso na década seguinte, sob o governo militar, a pretexto da reforma agrária.

Foram criados o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (Ibra) e o Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (Inda). A dissolução desses deu origem ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A reforma agrária não chegou no povoado, mas a propaganda atraiu migrantes de diversas partes do Brasil, em especial dos estados de Goiás e Minas Gerais.

Dentro desse contexto de “reforma agrária”, a povoação foi emancipada em 1979 por força da Lei Estadual nº 4.153, publicada aos 14 de dezembro.

Antes, no final do ano de 1977, o hoje município de Araputanga tornara-se distrito de Mirassol D’Oeste. Após a emancipação, em 1979, Romeu Furlan foi nomeado primeiro prefeito pelo então governador de Mato Grosso, Frederico Carlos Soares Campos.

JAPONESES

Fechado o parênteses, tornemos à evolução histórica.

Por força do destino, nos primeiros anos da década de 1950, século passado, o Brasil foi destino migratório significativo originado no Japão pós 2ª Guerra Mundial, de início aqui radicados principalmente nos estados de São Paulo e Paraná. O governo daquele país subsidiava parte.

Também vieram muitos coreanos, em fuga da guerra naquele país.

Nessas levas de migrantes japoneses, vieram as famílias de  Fumio Itai, Naomassa Uemura e, mais tarde,  a de Shigeyochi Sato.

ITAINÓPOLIS

Fumiu Itai nasceu na província de Oitá, Japão, chegando ao Brasil com 18 anos atraído pelas propagandas transmitidas no Japão sobre o país – se dizia que “dinheiro dava em árvores”. Ele estudou topografia.

No ano 1954, século passado, quando Fumiu Itai já trabalhava em Mato Grosso, fazendo levantamentos dos rios Cuiabá, Paraguai, Cabaçal, dos Bugres e Jauru, Surgiu o desafio de fazer o serviço que encomendara Corrêa da Costa, a convite de Nelson da Costa Marques.

Itui e seu cunhado, Naomassa Uemura,  receberam a proposta de abrir essas terras e construir uma estrada paralela ao Ribeirão das Pitas. Por onde passavam davam nomes aos córregos. As tarefas eram executadas com machados, foices, enxadões e enxadas. Iniciaram os trabalhos pela Tabuleta, chegando até Araputanga. Em 1958 Fumiu Itai consegue adquirir 20 alqueires de terra. Com a concretização parcial das medições, inicia a segunda parte do serviço: atrair pessoas para o futuro povoado.

Naomassa, que trabalhara antes em cafezais, passou também a afirmar que o dinheiro dava nas árvores, mas era nas árvores do café. Uemura também era japonês, veio para o Brasil em 1934, instalou-se no Estado de São Paulo, trabalhando nos cafezais paulistas. Em 1953 resolveu trabalhar como agrimensor e já naqueles anos inicia, junto com Fumiu Itai, o levantamento topográfico das terras contíguas ao Ribeirão das Pitas.

Iniciada povoação, homenagem a Itu, fundaram Ituinópolis.

Naquela época o governo japonês comprava terras no Brasil para formar as colônias de imigrantes – Uemura ofereceu áreas na região, mas por fazer fronteira com a Bolívia, o governo do Japão recusou

Então passou a vender terras no Paraná – Umuarama e Londrina – e no noroeste paulista. Por meio de anúncios em jornais, consegue vender 250 lotes de terras na região do Ribeirão das Pitas, todos superiores a 200 hectares, para os asiáticos e brasileiros.

Devido às inúmeras dificuldades encontradas nessa região, principalmente na questão do atendimento à saúde, essencial à manutenção da vida, muitos imigrantes asiáticos foram embora, no total eram umas 40 famílias.

No início dos anos 1960, século passado, Shigeyochi Sato – mais conhecido por João Sato – comprou 2.000 hectares, montou uma serraria e loteou o restante para formar a cidade.

FAZENDA SANTANA

Em que pese haja quem queira reescrever a História de Mato Grosso e atribuir apenas ao sobrinho do governador a condição de pioneirismo, talvez com fim condenável de apagar na memória da cidade a referência às raízes da colonização asiática original, não apenas o primeiro nome que teve a povoação – Ituinópolis, referência a Fumiu Ito – mas também a data comemorativa, 23 de maio, tem ligação direta com os migrantes do Oriente.

Nelson da Costa Marques – que havia requerido extensas áreas ao tio governador – tinha interesses em povoar a região, porque continuava com a maior parte das terras e queria que o local desenvolvesse economicamente e valorizasse sua propriedade, a Fazenda Santana.

Marques nunca chegou a morar lá, mas para fomentar a povoação doou 40 alqueires de terras para dar início à fundação da cidade. Fez essa doação acreditando no potencial desta terra, porque era uma região muito rica e tinha condições de devolver seu investimento em progresso, sendo também de interesse dele, porque tinha sua propriedade nesta cidade e almejava seu desenvolvimento econômico.

Ele próprio afirmou que o governo estadual pouco fazia para desenvolver a região. As pessoas que possuíam terras no povoado que eram responsáveis pela formação das vias de acesso, iniciavam fazendo picadas no meio da mata, utilizando os cavalos e carro de boi. Aos poucos virava uma estrada que passava até caminhões de tora.

Apesar de grande latifundiário, Nelson da Costa Marques – conforme ele mesmo reconhecia – não participou de nenhum projeto de colonização.

GLEBA PAIXÃO

Shigeyochi Sato chegou ao lugar em 1962 para montar pequena beneficiadora de madeira e, a fim de facilitar o comércio do produto, montou a Serraria Pita.

Sato foi o maior responsável pela abertura da Avenida 23 de Maio, principal via de acesso na atualidade, aconteceu com a ajuda dos  executada por moradores residentes no lugar.

A via foi aberta no mês de maio de 1963 utilizando as máquinas que Shiguemitu Sato trouxe para trabalhar em sua serraria, mas a maior parte do serviço foi feito manualmente – as pessoas arrancavam os tocos com os próprios braços, utilizando machados, foices e outros equipamentos, para abrir a primeira avenida da cidade, mudando a paisagem do vilarejo.

Aberta a primeira via de acesso, agora era preciso dar continuidade ao desenvolvimento da povoação. Foi então que Shiguemitu Sato iniciou a comercialização que iria alavancar a futura urbe.

Vendeu o primeiro lote urbano no dia 23 de maio de 1963 e deu novo nome ao lugar – Gleba Paixão, pois afirmava que quem conhecia essas terras se apaixonava, e assim foi substituída a denominação primeira, Ituinópolis.

Neste 23 de maio de 2023, a urbe já é sessentona – celebra seis décadas desde o distante ano de 1963, século passado, quando tudo começou.

MADEIRA

Nos idos da década de 1950, século passado, os primeiros colonos japoneses, a par de incipiente cultura agrícola, praticaram em pequena escala o extrativismo da poia – que vicejava ainda abundante na região e antes, no século 19, havia sido um dos produtos que fomentara a economia mato-grossense.

Entretanto, foi a exploração da madeira, especialmente a partir da década seguinte, que impulsionou com força o desenvolvimento; a região abrigava enorme variedade de espécies vegetais, sendo mais explorado o mogno, conhecido como Araputanga,

Inicialmente a madeira era comercializada na cidade de Cáceres, pois não existia serraria comercial no município. Existia uma serraria particular, montada pelo Shiguemitu Sato para fins de subsistência. A madeira retirada naquela época era toda vendida.

Era comum os sitiantes derrubarem as madeiras e deixar secar, depois colocavam fogo para queimar e fazer áreas de cultivo. Os madeireiros ainda faziam seleção da madeira, o que não era adequado a eles deixavam para trás, sendo essa aproveitada pela população para fazer móveis e casas.

A Serraria Pita prestava serviço para a população local, não tinha suporte para atender toda a demanda do lugar, sendo assim, os madeireiros recorriam a outras serrarias da região. A maior parte do lucro ia para os madeireiros que residiam em outras cidades – ou seja, a população local não herdou grandes benefícios desse ciclo econômico.

O trabalho utilizado no desmatamento era braçal, devido ausência de máquinas nesse período, sendo pouco remunerado, porém, derrubar as árvores maiores para muitos era sinônimo de troféu, era preciso registrar para comprovar.

Eram comuns acidentes de trabalho, na derrubada de árvores assim como na carga e descarga dos caminhões que transportavam as toras fatalidades aconteciam com frequência. Já no ano de 1973, o povoado contava com duas serrarias de disco, onde serravam a madeira mais fina, utilizando duas pessoas para o trabalho. Havia ainda três serrarias “pica pau”, serrando madeira de até 1 m³, utilizando apenas duas pessoas e existiam também duas serrarias de fita, que beneficiavam toras de qualquer espessura e exigiam cerca de seis funcionários.

Durante anos o desmatamento não trouxe preocupação para o homem, retirando a cobertura de uma forma irracional, sem nenhuma preocupação de preservação, mesmo após a urbanização, em que a população da cidade passou a ser superior à população rural e o desmatamento continuou, porque havia a necessidade da utilização da matéria prima de origem animal, vegetal e mineral retirada da zona rural para fabricação de produtos industrializados.

Remonta ao ciclo da madeira o nome da cidade: Araputanga é nome de origem tupi, que significa mogno, espécie lá abundante nos primórdios.

AGRICULTURA

A exploração sem planejamento – irracional, desenfreada – conduziu a atividade madeireira a rápido declínio. Devido a diminuição das madeiras nobres na região, foi introduzido na década de 1970, século passado, cultivo de vários produtos agrícolas não só como subsistência, mas com objetivo de atender o comércio.

A agricultura está presente nesse município desde o início do povoado, inicialmente praticada como forma de subsistência, produziam produtos para a própria alimentação arroz, feijão, mandioca, banana, amendoim, entre outras culturas.

Conforme o desmatamento aumentava, também elevava as áreas agrícolas. O processo para a prática econômica era rudimentar, devido à falta de máquinas.

A policultura predominava, vendia-se os excedentes dessa produção para comprar o que não era produzido, compravam produtos da Tabuleta, Porto Esperidião e Cáceres. Trabalhavam de empreiteiros e já cultivam arroz, milho, feijão e café. Vendiam esses produtos em Cáceres.

Um dos maiores obstáculos dessa prática era a falta de infraestrutura, existiam muitas dificuldades para transportar a produção, devido à qualidade das estradas

A pecuária era ainda incipiente naqueles idos; alguns moradores se arriscavam em criar o gado leiteiro para sua subsistência, em contrapartida a criação do gado suíno era praticada em maior escala já naquele período.

Devido às grandes oscilações no valor econômico dos produtos agrícolas e às dificuldades em comercializar esses produtos, os agricultores locais intensificaram a prática da pecuária bovina leiteira e de corte, que aos poucos foi crescendo e substituindo o ciclo agrícola.

Para efetivar essa economia houve a criação da Cooperativa Agropecuária do Oeste-MT Ltda, que tinha como papel principal industrializar a matéria prima (leite) e comercializar seus produtos.

Mesmo com tantos esforços, a pecuária bovina não conseguiu efetivar-se, porque no final da década de 1980 descobre-se ouro em na vizinha Rio Branco.

MINERAÇÃO

Já na década de 1980, século passado, parte da população local sobrevivia de lavoura agrícola e da pecuária bovina leiteira, mas a maior renda vinha da Mina Cabaçal e Mineração Manati – apesar dos nomes, era uma só empresa, responsável pela exploração do ouro na região.

Existiam outras mineradoras como a Seta e a Odorblex, que trabalhavam particularmente na prospecção de novas lavras.

 A pesquisa do solo em busca de minerais aconteceu antes da instalação da Mina Cabaçal e Mineração Manati.

A exploração aurífera em Rio Branco antes se iniciara com a Empresa Doce Mel, subsidiária da Companhia da Vale do Rio Doce, que em meados da década anterior constataram existência de minérios.

 Já nos idos de 1980, a empresa britânica Blitz Petróleo instalou-se no Brasil com objetivo de explorar os minérios existentes, para isso contrataram técnicos que já tinham pesquisa de mapeamentos geológicos concretos e esses apresentaram o mapeamento daquela região.

Para que a empresa Blitz explorasse o minério teria que se associar às empresas nacionais, por isso a mesma uniu-se a dois grupos: Roberto Marinho e Monteiro Aranha, surgindo assim a Mineração Santa Martha, e através dela surgiram outras mineradoras.

Jazidas foram encontradas em terra firme, portanto, o ouro foi o mais abundante e explorado, além dele existia a prata e o cobre, também retirados, só que em menor quantidade, sendo também encontrado o chumbo, zinco e bismuto, pouquíssimo explorado.

A mineração empregava mais de mil funcionários, mão de obra local de municípios vizinhos como Rio Branco, São José dos Quatro Marcos e Mirassol D’Oeste.

Por aquela época, a região recebeu muitos trabalhadores do Nordeste; já os encarregados geralmente vinham de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A cidade de Araputanga não tinha infraestrutura para receber novas famílias, então, a empresa da Mineração Manati contribuiu construindo casas, escola, asfaltou ruas e incentivou o lazer ao melhorar o espaço físico do Clube Olímpico.

Todo ouro explorado ficava em território nacional. Foram retiradas mais ou menos 10 toneladas de ouro e acreditavam que poderiam dobrar a produção, mas a empresa Blitz Petróleo tinha dívida com o Kuwait e vendeu sua parte para a empresa Rio Tinto Zinco (RTZ), passando a ser proprietária da empresa Santa Martha.

Contudo, a relação não era amigável com suas sócias Roberto Marinho e Monteiro Aranha; além disso, com a queda da produção na Mina Cabaçal e Mineração Manati, devido à paralisação das pesquisas, o inevitável aconteceu: a Mina do Cabaçal foi fechada, sua boca foi lacrada com concreto.

Altos salários pagos aos funcionários da mineração fizeram o comércio da cidade se desenvolver porque as vendas duplicaram por causa do aumento populacional e da renda per capita.

Eram processadas 40 toneladas de pedra a cada hora, com a obtenção, em média, de sete e oito gramas de ouro. O cobre e a prata iam para o Porto de Santos e de lá para a Coréia do Sul. A meta de ouro era 200 quilos de ouro por mês, quando houve o fechamento da mina, estava retirando em torno de 70 quilos mensais.

 Os minérios da Minas Cabaçal e Mineração Manati foram retirados intensamente da natureza e aos poucos foram reduzindo-se, ao ponto de limitar drasticamente a produção. Mediante aos altos custos para exploração e pouco retorno financeiro, a empresa resolve fechar totalmente sua atividade, em 1992, século passado.

Enquanto diminua a produção mineral, a Cooperativa Agropecuária do Oeste-MT Ltda, ampliava suas relações comerciais. No final da década de 1980 fora inaugurado o Frigoara que passa a depender da matéria prima que também vinha da pecuária bovina.

A ampliação dessas duas indústrias fortaleceu este ciclo econômico, que permanece até os dias atuais.

PECUÁRIA

A região de Cáceres apresenta características bem propícias para esta atividade econômica, sendo uma das mais importantes do Estado, principalmente pela diversidade da produção: carne, leite e couro. Essa região é responsável por 2,5 milhões de cabeça, correspondendo 9,4% do rebanho do Estado, sendo favorecida pelas rodovias que facilitam o escoamento da produção para o abate nos municípios dessa região.

No povoado que originou Araputanga, a pecuária passou a ser praticada desde os primórdios – ainda incipiente – fortaleceu-se na década de 1980 com a implantação da Cooperativa Agropecuária do Oeste – MT e do Frigoara, mas no final dessa mesma década deixou de ser referência econômica devido à descoberta do ouro em Rio Branco.

Com o esgotamento do ouro e o fechamento da mineradora, a pecuária retorna fortalecida, ocupando a principal atividade econômica.

A Indústria da Cooperativa Lacbom idealizado pelo padre Celso Ermínio Duca, implantado o cooperativismo na região.

A produção de leite era entregue em cidades vizinhas ou na Cooperativa Lacbom. O gado de corte é vendido ao Frigorífico Friboi ou para outros de municípios vizinhos.

Reduzia a produção leiteira, em razão do baixo valor pago pelo produto e o custo de manter funcionários, aumentou a criação do gado de corte.

Percebe-se que há uma divisão quanto a criação deste rebanho no município, os latifundiários praticam mais a pecuária de corte do que leiteira, ao contrário dos minifundiários que criam mais a leiteira que a de corte.

O principal motivo é que o sitiante fornece leite para a Cooperativa Agropecuária do Oeste-MT Ltda e tem salário mensal. Esse capital recebido é a principal fonte de renda e para o gado de corte o rendimento é a longo prazo longo.

DESAFIOS

A riqueza proporcionada pela madeira, ouro, plantações e rebanhos ainda não reflete na medida em que deveria, nas condições de vida da população.

Por ocasião da celebração do 60º aniversário, neste limiar de primeiro quarto do século 21, A, seu povo e governantes ainda têm grandes desafios pela frente.

Conforme números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020 o rendimento médio mensal auferido pelos trabalhadores formais no município era de 2.1 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 19.9%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 98 de 141 e 37 de 141, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 1571 de 5570 e 1399 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 35% da população nessas condições, o que o colocava na posição 103 de 141 dentre as cidades do estado e na posição 3571 de 5570 dentre as cidades do Brasil. Produto Interno Bruto em relação ao número de habitantes (PIB per capta) registrado em 2020 foi pouco superior a R$ 33 mil, situado o município nesse quesito no 1455º lugar entre as cidades brasileiras; em Mato Grosso, ocupa a 83ª posição. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) estimado em 0,725, bem próximo à média nacional (0,754).

O ensino público apresenta números mais favoráveis, mas precisa melhorar.

Em 2021 o Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) nos anos iniciais do ensino fundamental foi de 5,5 – número que colocou Araputanga na posição 2714 entre 5570 municípios brasileiros e 54 entre os 141 de Mato Grosso; e de 4,9 nos últimos anos – classificada a cidade em 2256º lugar em comparação nacional e 29º entre as cidades mato-grossenses.

Não é muito diferente no tocante à saúde pública, que precisa também melhorar.

A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 3,2 para 1.000 nascidos vivos. Comparado com todos os municípios do estado, fica na posição 99 de 141; comparado a cidades do Brasil todo, ocupa a posição 3899 de 5570.

Melhor é o quadro no que tange a problemas ambientais e infraestrutura urbana.

Araputanga apresenta 11.5% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 59.7% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 22.4% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 62 de 141, 67 de 141 e 13 de 141, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 4247 de 5570, 3703 de 5570 e 1672 de 5570, respectivamente.

Fonte: ALMT – MT

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POLÍTICA

Faissal pede instalação de CPI para investigar atuação da Energisa em MT

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O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) protocolou, nesta quarta-feira (16), um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para apurar o contrato e a atuação da Energisa, concessionária de energia elétrica no estado. O parlamentar aponta, no pedido, a necessidade de se investigar se a empresa está cumprindo o contrato firmado e também a qualidade do serviço oferecido a população.

De acordo com Faissal, a criação da CPI para investigar a atuação da Energisa é imprescindível, diante das graves deficiências constatadas na prestação do serviço, considerado essencial. O deputado explicou que a energia elétrica é um pilar para o desenvolvimento econômico e social, e é inadmissível que a distribuição por parte da concessionária continue sendo alvo de inúmeras reclamações por parte da população.

“É urgente apurar a real qualidade dos serviços prestados pela concessionária. Nos últimos anos, os consumidores têm enfrentado frequentes interrupções no fornecimento de energia, ocasionando transtornos que variam desde a interrupção da rotina das famílias até prejuízos significativos para os setores produtivos e industriais. Esse quadro evidencia uma gestão falha, incapaz de garantir um fornecimento contínuo e estável, como é exigido de um serviço de caráter essencial”, afirma Faissal, no pedido.

O deputado pontuou ainda que surgem sérias dúvidas quanto ao cumprimento das obrigações contratuais por parte da concessionária, já que são previstas responsabilidades claras, incluindo a manutenção de um padrão mínimo de qualidade e o cumprimento de metas de desempenho. A continuidade dos problemas evidencia possíveis falhas no cumprimento dessas obrigações e a criação da CPI permitirá uma análise aprofundada desses contratos, verificando se a concessionária está de fato atendendo às exigências estipuladas ou se há necessidade de intervenções e correções imediatas.

“Outro ponto fundamental é a apuração dos investimentos realizados pela concessionária ao longo de todo o período de concessão em Mato Grosso. Embora a empresa tenha anunciado investimentos, eles não parecem resultar em melhorias significativas na qualidade dos serviços prestados. É crucial verificar se os recursos destinados à modernização da rede elétrica e à ampliação da capacidade de fornecimento estão sendo aplicados de forma eficiente e transparente, especialmente considerando que o valor das tarifas deve refletir os investimentos efetivamente realizados pela concessionária”, completou.

Fonte: Política MT

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