Nesta terça-feira (21) o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o cancelamento da participação russa no último tratado de controle de armas nucleares (New START) com os Estados Unidos. Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota confirmando que o país seguirá cumprindo os termos do acordo, apesar da suspensão.
“A Rússia manterá uma abordagem responsável e seguirá respeitando rigorosamente, durante toda a vigência do tratado, as limitações quantitativas de armas estratégicas ofensivas”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
O acordo bilateral teria vigência até 5 de fevereiro de 2026. Segundo o governo russo, a suspensão unilateral deve-se às “ações destrutivas dos Estados Unidos”, que acusou de múltiplas violações do texto assinado em 2010, que “põem em perigo o seu funcionamento”.
O anúncio ocorre um dia depois do presidente norte-americano, Joe Biden, visitar a Ucrânia e se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
De acordo com Moscou, a “extrema hostilidade” dos EUA e seu “compromisso aberto com uma escalada maliciosa do conflito na Ucrânia” fizeram com que houvesse um “ambiente de segurança fundamentalmente diferente” para a Rússia.
“Os Estados Unidos e o Ocidente que lidera tentam prejudicar nosso país em todos os níveis, em todas as áreas e em todas as regiões do mundo”, afirmou a diplomacia russa, argumentando que o “status quo não é mais possível”.
A Rússia considera necessário também que um novo acordo inclua França e Reino Unido, outras potências nucleares que não estavam no New Start.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.