Com 82 anos de idade, Luiz Célio está concretizando o sonho de aprender a ler e a escrever pelo projeto MT Mais Muxirum, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) em parceria com a Fundação Abrigo Bom Jesus, em Cuiabá, onde ele vive.
Luiz contou que vem de uma família de poucos recursos financeiros e que, quando era criança, morava na zona rural, não tendo oportunidade de estudar.
“Eu fiz só até o quarto ano primário e ficou por ali. Agora, se eu tiver uma oportunidade de adquirir um diploma para mostrar que eu tenho um diploma, se essa é a oportunidade, eu bato palmas”, disse.
Ao todo, 60 pessoas participam do programa MT Mais Muxirum no Abrigo Bom Jesus. Dona Olisete também é aluna do Mais MT Muxirum – Foto: Julio Cruz/Secom-MT
Para dona Olisete Moraes Gomes, de 76 anos, as aulas são um ótimo passatempo, além de ajudá-la a exercitar a memória.
“Quando comecei a escrever era só garrancho e agora está quase melhorando. Eu gosto dele de ler, de escrever. Para mim está sendo uma ótima coisa. É um passatempo, é um aprendizado novamente para a gente. Se a gente não ler, não conversar, a gente vai esquecendo das coisas. Estou achando ótimo”, relatou.
A alfabetizadora Daniele Maria de Oliveira explicou que o atendimento aos estudantes é flexibilizado e facilitado. As turmas são reduzidas, de 10 a 12 alunos, no máximo, para que tenham um desempenho melhor.
“Cada acolhido a gente trabalha de uma forma. Tem uns acolhidos que têm um pouco de escrita, só que como tem muitos anos que não pegam num lápis, a gente está trabalhando com a escrita, cobrir a letra, fazer um desenho, caderno de caligrafia, para eles voltarem no tempo, que eles não pegam mais de 20 anos, ver uma caneta, um lápis, hoje tem uma oportunidade”, disse.
O programa MT Mais Muxirum é desenvolvido pela Secretaria de Educação de Mato Grosso, com o objetivo de reduzir a taxa de analfabetismo no Estado. Com um investimento de mais de R$ 16 milhões, a meta do Estado é reduzir o índice de analfabetismo para menos de 4% até 2025.
Para cumprir com esse planejamento, o Governo de Mato Grosso ampliou o número de alfabetizadores para 1.544. Tudo isso para alfabetizar ainda neste ano mais de 18 mil pessoas com idade acima de 15 anos.
“Essa é a missão que o governador Mauro Mendes nos passou. Ele garantiu os recursos suficientes para contratar os professores. A flexibilidade desse programa é importante que ele acontece em regime de colaboração com os municípios. Quando você encontra um idoso que consegue ler, que consegue escrever o próprio nome, então isso é tirar essa população da escuridão”, afirmou o secretário de Educação de Mato Grosso, Alan Porto.
O MT Mais Muxirum, além de ser um projeto de alfabetização, é também uma oportunidade de socialização para o idoso.
“Sem o conhecimento, sem saber ler e escrever, não tem como você ter uma socialização completa. Então, independentemente da idade, a oportunidade sempre vem na hora perfeita. Se eles não tiveram possibilidade de passar por essa alfabetização na idade mais jovem, que seja agora, na terceira idade. Nunca é tarde para aprender”, pontuou o gestor da Fundação, Emerson dos Santos.
Assista abaixo a reportagem da jornalista Angelina Miqueletto
Dez novos operadores aerotáticos vão compor, a partir desta semana, a equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) para ampliar a capacidade de atendimento à população em ações de segurança.
Os novos tripulantes fazem parte da 6ª turma do Curso de Operador Aerotático – Tripulante Operacional Multimissão (TOMM), concluído na última segunda-feira (18.11), que formou treze policiais e bombeiros para atuarem em ocorrências de resgate, salvamento e patrulhamento.
Além desses dez que vão atuar em Mato Grosso, o curso também formou outros três operadores que vão atuar no atendimento em Rondônia, Amapá e Acre.
O secretário de Estado de Segurança, coronel PM César Roveri, destacou os investimentos feitos nas diferentes áreas de segurança pública para ampliar e melhorar os serviços à sociedade mato-grossense.
“Esse treinamento de operador aerotático demonstra a preocupação que o Governo do Estado tem pelo cidadão. Nossos tripulantes estão equipados com macacão e colete novos, pistola Glock e fuzil, não só no Ciopaer, mas todas as forças de segurança têm o que existe de melhor no mundo para defender e proteger nossa sociedade”, afirmou.
O coordenador do Ciopaer-MT, tenente-coronel PM Ernesto Xavier Lima Junior, destacou que os novos operadores foram preparados para atuar em qualquer área da segurança pública e vão ampliar significativamente os atendimentos aéreos em todo Estado.
“Eles representam uma força 25% maior na nossa tripulação e isso vai permitir colocar mais aeronaves em operações ao mesmo tempo e oferecer melhor atendimento com menor tempo de resposta”, explicou.
Lima Junior também lembrou que o Governo vem fazendo grandes investimentos no Ciopaer, o que permitiu ampliar o atendimento à população. De janeiro a outubro deste ano, a corporação cumpriu mais de 2.400 mil horas voadas, em 1.215 atendimentos em diferentes estados.
“O Ciopaer saiu de uma unidade que voava 1.400 horas por ano e não conseguia atender às demandas de polícia e saúde para, hoje, uma unidade de 3 mil horas, com quatro helicópteros e oito aviões, atendendo toda demanda de Mato Grosso e até de outros Estados. Isso só foi possível graças aos investimentos feitos”, detalhou.
A soldado do Corpo de Bombeiros Militar Jessyca Duarte, de 29 anos, que foi a única mulher a cumprir todo o estágio, é uma dos novos operadores aerotáticos. Para ela, ser a mais nova integrante do Ciopaer é a realização de um sonho que começou há cinco anos.
“O curso em si não é fácil. Ser mulher em uma profissão predominantemente masculina não é fácil. Não podemos comparar a fisiologia de um homem com a de uma mulher. Tive que me dedicar duas vezes mais, mas eu fui muito bem acolhida pela minha equipe e pelos instrutores. Eles foram fundamentais para minha formação”, destacou.
Outro novo operador aerotático formado é o sargento PM Amós de Almeida da Silva, que vai atuar no Estado do Amapá como tripulante.
“Foi um curso de alto padrão, que exigiu muito do aluno. Nós atuamos com multimissões e temos que estar preparados para qualquer situação, e, com esse curso, eu me sinto preparado para oferecer o melhor atendimento à população do meu Estado”, disse.
O curso
O curso 6º Operador Aerotático – Tripulante Operacional Multimissão (TOM-), do Ciopaer, foi realizado durante 75 dias consecutivos e incluiu atividades de sobrevivência em selva, salvamento aquático e resistência em altura. Uma das atividades de resgate ocorreu no Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães.
O treinamento também ofereceu aos tripulantes noções de policiamento, atividade do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), além de aerodinâmica, meteorologia, mecânica e combustível da aeronave.