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Economia

Aos 70 anos, Petrobrás mira transição energética e margem equatorial

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A maior empresa do Brasil completa 70 anos nesta terça-feira (3) buscando ampliar a exploração de petróleo e gás na chamada margem equatorial brasileira ao mesmo tempo que pretende liderar a transição energética no país. A Petrobras é 58ª maior companhia do mundo segundo a revista Forbes, liderando a lista das empresas brasileira, a frente do banco Itaú, da mineradora Vale e do Banco do Brasil.

Em sessão solene em homenagem aos 70 anos da companhia, nesta segunda-feira (2), na Câmara dos Deputados, o diretor-executivo de processos industriais da petroleira, William França, defendeu que a transição energética deve estar associada à exploração de petróleo na margem equatorial, faixa do território que vai do litoral do Rio Grande do Norte ao do Amapá. 

Para o executivo, “o combustível fóssil é, e ainda será por muitos anos, o motor da economia mundial, inclusive no Brasil”. Por isso, França argumentou que é preciso associar a produção de combustível fóssil à transição energética. 

“A companhia está investindo forte na descarbonização das suas atividades. A Petrobras tem condições de liderar a transição energética”, destacou o diretor no Plenário da Câmara. França acrescentou que a empresa “não vai se esquecer que nossa galinha dos ovos de ouro é a produção de óleo e gás”.  

Como exemplo de medida para transição energética, o diretor da petroleira citou projeto que pretende transformar a Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR) na primeira refinaria totalmente verde no Brasil. “Utilizando somente matéria-prima vegetal e produzindo nafta verde, petroquímica verde, diesel verde e biocombustíveis”, destacou. 

A exploração na margem equatorial é alvo de críticas de ambientalistas contrários a qualquer nova exploração de petróleo. Já a Petrobras defende que é preciso investir em combustível fóssil até mesmo para financiar a transição energética.  Na última semana, a estatal conseguiu autorização para perfuração na Bacia Potiguar da margem equatorial.

Lira manda mensagem  

O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), apesar de não comparecer à sessão solene, enviou mensagem, que foi lida no Plenário, destacando que a Petrobras é fundamental para transição energética.  

“Além de ser essencial no processo para que o país alcance a autonomia da produção de combustíveis, a Petrobras surge como peça indispensável no avanço da transição energética”, destacou. Para Lira, os planos e metas da empresa “se alinham com as demandas que chegam a essa casa e já estão postas como prioridade nas nossas próximas deliberações”. 

Privatizações  

Representando os trabalhadores da Petrobras na sessão solene da Câmara, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar defendeu que as privatizações de refinarias nos últimos anos sejam revertidas pela atual gestão. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a recompra da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, vendida em 2021 para um fundo de investimentos dos Emirados Árabes Unidos.  

Para o sindicalista, são positivas a mudança na política de preços da Petrobrás, a suspensão de privatizações e a retomada de investimentos em grandes construções, como da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. 

“Mas é óbvio que a gente entende que há possibilidade de avançar mais. A gente alcançou autossuficiência na produção de petróleo e a gente precisa alcançar autossuficiência também no refino”, destacou Deyvid.  

Sobre a transição energética, Deyvid defendeu que é preciso aumentar o investimento no centro de pesquisa da empresa. “Essa tecnologia (ligada à transição energética), obviamente, precisa ficar aqui no Brasil. Para que isso aconteça a gente precisa de mudanças profundas no centro de pesquisas da Petrobras. O centro de pesquisas da empresa vinha sendo sucateado durante esses últimos sete anos”, pontuou. 

Outro patamar  

A parceria firmada entre a Petrobras e a empresa brasileira WEB para produção de geradores de energia eólica no mar, chamada de eólica offshore, foi apontada pelo economista do Observatório Social do Petróleo, Eric Gil Dantas, como principal exemplo de projeto de transição energética liderado pela estatal.

“A Petrobras está fazendo uma parceria com uma empresa brasileira para desenvolvimento tecnológico e de produção de equipamentos no Brasil. É algo que coloca a transição energética no Brasil em outro patamar. O problema é quando o país só exporta energia limpa. Mas se você produz todos os equipamentos no Brasil, inclusive possibilitando a exportação de equipamentos para outros países, você coloca o Brasil em outra posição na economia da transição energética”, ressaltou. 

Sobre a exploração de óleo e gás na margem equatorial brasileira, o economista do Observatório Social do Petróleo argumentou que ela é necessária porque as previsões estimam a manutenção da atual demanda de petróleo ao menos até 2050.

“Tem que aumentar a participação das energias renováveis, mas eu acho que é importante continuar havendo exploração de novas reservas de petróleo porque se não a gente pode chegar a uma situação de ter que importar petróleo porque deixamos de produzir no Brasil.”  

Fonte: EBC Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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