Diamantino

Aos 42 anos atleta diamantinense conta como a corrida de rua transformou sua vida

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Nascida e criada em Diamantino (município a 180 km de Cuiabá-MT), a atleta Rosenilda Martins da Silva Pinhata, de 42 anos, conta como a corrida de rua transformou sua saúde, sua autoestima e sua vida. Com mais de 60 participações em competições, 24 troféus de pódio e 100 medalhas, Rose Corredora, como é conhecida, representa a perseverança e determinação da mulher diamantinense através do seu amor ao esporte.

Por meio do lema “eu vivo o esporte”, a atleta compartilhou seus momentos de dores e superações, entregando mensagens inspiradoras a respeito da sua história e destacando a importância de não desistir dos seus sonhos. 

“Eu não tinha metas e sonhos. Era uma pessoa insegura, abatida e desanimada. A corrida transformou o meu destino. Hoje eu sou uma mulher que não tem medo dos desafios da vida. Me sinto segura, agradecida, positiva e disciplinada. Tenho orgulho de ser quem sou”, frisou.

DA SAÚDE À PAIXÃO 

Rosenilda Pinhata conta que começou a caminhar devido às questões de saúde, quando identificou que estava com quadro de sobrepeso e problemas de pressão.

“Casei aos 18 anos e até os meus 36 anos nunca tinha tido o interesse em praticar algum esporte. Estava tendo uma vida sedentária que afetava o meu peso ideal. Com o passar do tempo, principalmente após ter a minha segunda filha, senti a necessidade de me movimentar”, explicou.

A atleta contou que inicialmente, devido a idade, ficou perdida sobre como acharia a atividade física ideal e compartilhou o momento chave em que conheceu a modalidade que mudaria sua vida.

“Eu não conseguia ver o que poderia ser bom para mim. Pensei no basquete porém não tinha altura, pensei no vôlei, mas na época acabei não gostando e por fim, após ver uma dupla de idosos trotando na rua, lembro de ter pensado ‘minha idade não é desculpa para não começar”, relembrou

Celebrando quase 6 anos no esporte, a corredora partilhou o impacto positivo que a atividade proporcionou em sua vida.

“Hoje eu vivo o esporte. Correr foi um compromisso de cuidado comigo mesma. Algumas vezes temos tempo somente para a família, casa e trabalho, acabamos por esquecer da gente. Eu encontrei liberdade, disciplina e positividade na corrida de rua. Eu me encontrei”, compartilhou emocionada.

CORRIDA NÃO TEM IDADE

Não aceitando a ideia de que para ser atleta, o indivíduo precisa começar apenas enquanto é jovem, Rose Pinhata relembrou os momentos de dores durante no início da prática do esporte. 

“A fase de adaptação na corrida foi difícil, devido aos anos que passei parada. Sentia muitas dores. Várias vezes pensei em desistir e me comparei com outras pessoas. Mesmo admirando os idosos que corriam, eu não conseguia me admirar, então alimentava o pensamento de que estava velha demais para correr”, recapitulou.

A corredora também comentou sobre como reagiu quando os pensamentos negativos a respeito da idade começaram a aparecer. 

“A idade tem um peso, mas respirei fundo e pensei como um mantra ‘preciso acreditar em mim’. Após meses treinando repetidas vezes caminhada, trote e corrida, as dores começaram a desaparecer e no lugar surgiu o prazer em praticar a atividade física”, ressaltou.

COMPROMISSO E SUPERAÇÃO

Emocionada, Rosenilda Pinhata reviveu a lembrança de sua primeira corrida. “Lembro de estar ansiosa. Completar a prova era a confirmação de que meses de dedicação tinham valido a pena. Metade do percurso fui correndo e a outra metade caminhando. Fiz todo o trajeto de 5 quilômetros. Cumpri minha missão”, falou. 

A atleta ainda complementou o pensamento dizendo: “Enquanto participava da prova eu pensava ‘não estou competindo contra os outros participantes, estou competindo contra eu mesma, contra os meus limites. Eu vou conseguir!”.

Rosenilda destacou que ao completar o trajeto venceu seus medos e inseguranças sobre as maratonas e se sentiu mais determinada em continuar competindo. “Animada com o meu resultado, não esperei muitas semanas para já participar de outras corridas” comentou.

CONSTRUINDO O SONHO

Explicando como se tornou atleta, Rose falou sobre quando decidiu que faria da corrida uma responsabilidade de vida e como se ajustou ao custo que a prática do esporte de forma profissional traz.

“As competições tem um custo, não só físico e psicológico, mas também financeiro. Transporte, hospedagem e alimentação são alguns deles. Trabalhava como caixa de supermercado, então precisava de ajuda para manter o meu sonho. Foi quando decidi ir atrás de um patrocinador”, pontuou 

A esportista lembrou com carinho sobre o momento em que buscou o apoio de sua chefe, hoje amiga de longa data, para o patrocínio das maratonas.

“Quando falei com a Isolete Dalmolin pela primeira vez, explicando sobre as corridas e falando sobre minha paixão, segurava na mão um calendário com as datas de todas as corridas do estado de Mato Grosso. Ela, como a mulher extraordinária que é, parabenizou minhas conquistas e prontamente investiu em meu sonho”, falou.

A corredora destacou que até os dias atuais, cerca de 6 anos após a conversa, continua levando o nome da empresa para as mais diversas corridas no Brasil.

O AGRAVAMENTO DE UM CÂNCER

Rose relembrou quando o quadro de câncer de seu pai, Natálio José da Silva, se gravou e a atleta encontrou na corrida uma maneira de ajudar com o tratamento.

“Ele estava indo várias vezes para Cuiabá fazer o tratamento, sempre que eu o acompanhava tinha a sensação de que precisava encontrar uma forma mais efetiva de ajudar. Foi então, que mesmo muito abalada, me dediquei exclusivamente a vencer as corridas que tinham premiação em dinheiro. Dessa forma poderia auxiliar na compra dos remédios”, recordou. 

A corredora falou que foi um período muito difícil e que “pensava no pai o tempo todo”. Destacou que mesmo conquistando as premiações em dinheiro, contribuindo assim com parte dos remédios, seu psicológico estava muito abalado e que durante alguns momentos a corrida ao ar livre era o que trazia uma “sensação de poder respirar”.

Natálio José da Silva, faleceu em abril de 2019 em Diamantino aos 63 anos após uma luta de 06 anos contra o câncer de próstata.

ESPORTE E MATERNIDADE

“Ser atleta não me faz menos mãe”. A corredora compartilhou que frequentemente levava suas duas filhas mais novas para participar de corridas pelo estado. E atribuiu o interesse das jovens pela vida esportiva ao exemplo que é vivido em casa.

“Tenho três filhas: Mariana de 11 anos, Giovana de 19 anos e Micheli de 26 anos. As mais novas já participaram de diversas corridas e caminhadas comigo. Na maioria das vezes eu economizava o meu dinheiro e do patrocínio para levar as duas comigo. Como a Micheli já era maior, ela tinha outras prioridades. Hoje a Giovana se dedica ao vôlei, Mariana iniciou na natação, mas está migrando para o vôlei e Micheli é adepta a academia”, pontuou.

Rose destacou que as filhas estiveram presentes em vários momentos de superação e ressalta que espera ser vista como um exemplo a ser seguido.

“Eu amo minhas filhas, meu marido, procuro sempre honrar todos eles. Espero estar contribuindo com a visão de mundo das minhas meninas sobre a importância do empenho e dedicação”, reforçou. 

A atleta diz que também não deixou de lado seu compromisso com o casamento, emprego e casa. “O esporte me trouxe disciplina, então hoje sou uma pessoa organizada. Valorizo cada hora do meu dia e tenho foco em realizar todas as minhas atividades com casa, família, igreja e trabalho”.

AMOR POR DIAMANTINO

Rose destacou que poder representar Diamantino nas corridas e nos pódios do Brasil é um compromisso que faz de coração.

“Nasci aqui no município, minha família é daqui e é aqui que eu quero ficar. Sinto prazer em representar minha cidade, é como uma promessa que cumpro com muita honra. Cada vez que eu subo em um pódio, Diamantino está comigo”, frisou.

A atleta ainda deixou um recado para as mulheres diamantinenses que tem o interesse em começar a praticar algum esporte. “Comece mulherada! Aos poucos e no seu ritmo, mas comece! O esporte ideal surge a partir das experiências que você se permite viver. Ter um tempo para você não te fará menos mãe, esposa ou profissional. Ter tempo só seu é um autocuidado essencial”.  

A corredora finalizou dizendo: “Não quero parar de correr, faz parte de mim e vou continuar até quando Deus me permitir”.
 

Fonte: Prefeitura de Diamantino MT

1 Comment

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