A unidade fechada é de grandes proporções, informou a gerente de Inspeção e Fiscalização Sanitária de Alimentos da Anvisa, Renata Zago. No local, também foram encontradas “várias irregularidades”, como o controle de pragas e vetores.
“Por alto, podemos dizer que a empresa não apresentava as portas necessárias para garantir o controle de pragas e vetores. Faltava porta para separar a área da produção dos alimentos da área externa, por exemplo”, disse ela ao jornal O Globo .
Outra falha encontrada é a falta de controle de temperatura, necessário para evitar os riscos de contaminação por microrganismos e manter a qualidade dos produtos. De acordo com Zago, não havia controle para “garantir que o processo seja seguro”.
A fábrica também não apresentava rastreabilidade de matéria-prima, para acompanhar os ingredientes utilizados no alimento em todas as etapas da cadeia de abastecimento.
“[Não havia] Rastreabilidade, uma coisa muito importante, em que a fabricante precisa saber de onde vem a matéria-prima e em quais produtos ela usa cada matéria-prima e para onde vai cada produto”, continuou.
De acordo com a gerente, outros erros relacionadas à higiene foram encontrados. A Anvisa afirmou que, juntas, as irregularidades podem impactar na qualidade e segurança do produto final.
“A gente precisou pedir estudos, resultados de laudos e adequações para a empresa, e, enquanto tudo isso é feito, o que está lá dentro está parado. Ainda não há recomendação acerca do que está no mercado em relação a não usar, com exceção da maionese. Para esta, fizemos outra ação específica devido à matéria-prima vencida utilizada. Nesse caso, há necessidade de recolhimento”, afirmou.
“Estamos avaliando a situação e caso seja necessário, podemos demandar o recolhimento de outros produtos, mas ainda não há recomendações nesse sentido. Quem tem em casa, não precisa devolver, e o que está no mercado pode ser vendido.”
A empresa tem 120 dias para recolher todos os produtos necessários e, nesse período, a Anvisa vai continuar monitorando o setor de atomatados junto aos órgãos de vigilância estaduais e municipais. O processo também vai incluir outras fábricas da empresa.
A Fugini recebeu um prazo de 10 dias (a partir de 27 de março) da Anvisa para apresentar uma adequação ao procedimento de boas práticas. Isso inclui documentações, estruturas físicas e bons resultados.
Depois disso, a Anvisa vai avaliar as mudanças, podendo ou não realizar uma nova inspeção. A suspensão, então, pode ser mantida ou revogada.