Connect with us

BRASIL

Antônio Geraldo: Como lidamos com o luto

Publicado

em

Antônio Geraldo: Como lidamos com o luto
Dr. Antônio Geraldo da Silva

Antônio Geraldo: Como lidamos com o luto

Quando temos uma perda em nossas vidas, seja de uma pessoa que amamos ou admiramos, de um relacionamento , objetos, partes do corpo, emprego ou de qualquer coisa que tenha um valor emocional significativo, é inevitável que nos sintamos tristes, melancólicos e experimentemos muitos sentimentos, incluindo o luto. A palavra luto vem do latim “luctus” e significa dor e pesar. O luto é uma reação natural diante da perda. Todos nós, em algum momento de nossas vidas, enfrentaremos o luto, um processo natural que passamos ao lidar com a dor causada pela ausência de algo que amamos. Esse processo é uma parte essencial do nosso crescimento e amadurecimento enquanto seres humanos.

O luto não tem um prazo de duração definido. Durante esse período, é comum sentir uma variedade de emoções, como tristeza, raiva, ansiedade e culpa. É normal ter dias bons e dias ruins, e isso faz parte do processo. Com o tempo, esses sentimentos tendem a suavizar e a vida começa a retomar seu ritmo normal.

O luto é vivenciado de maneira individual, podendo variar a duração e intensidade, dependendo da pessoa, também tem relação com a capacidade de adaptabilidade de cada um, da idade, da maturidade, do momento de vida da pessoa e do meio onde está inserida. Algumas podem sentir a necessidade de se isolar socialmente como uma forma de lidar com a dor, enquanto outras buscam apoio de amigos e familiares. Não há uma maneira certa ou errada de passar pelo luto. O importante é reconhecer e respeitar o seu próprio tempo e os seus sentimentos.

Há casos em que o luto pode se tornar mais difícil do que o habitual. Chamamos de luto complicado aquele que causa um sofrimento tão intenso que impede a pessoa de retomar a vida normal. Os sintomas podem incluir uma tristeza intensa que não diminui com o tempo, dificuldade em aceitar a perda, e uma sensação de desconexão da vida cotidiana.

Embora o luto seja uma resposta natural, devemos estar atentos a sinais de que ele está se tornando um problema. Se a pessoa começar a perceber que o luto está impedindo a realização das atividades diárias, como dormir, alimentar-se, trabalhar ou concentrar-se, é um sinal de que a situação pode estar se agravando e é preciso buscar ajuda.

O luto envolve a aceitação da perda, mas também a capacidade de encontrar significado e valor em outros aspectos da vida. O luto se torna preocupante quando a pessoa não consegue mais reconhecer as coisas boas da vida. Se o sofrimento se torna tão intenso que a pessoa não consegue mais perceber aspectos positivos, isso pode levar ao desencadeamento de quadros psiquiátricos como a depressão, funcionando como fator desencadeador.

No entanto, apesar do luto e a depressão terem algumas características em comum, eles são distintos. O luto é uma resposta normal à perda, enquanto a depressão é um quadro psiquiátrico. No luto, o sofrimento está diretamente relacionado à perda. Já os sintomas da depressão tendem a se manifestar de maneira persistente e podem estar ligados a outras questões e não envolve necessariamente uma perda.

Também há casos mais graves de luto, onde pode haver um risco de ideias suicidas, especialmente se o luto não for tratado de forma adequada. Além disso, alguns indivíduos podem recorrer ao uso abusivo de álcool, drogas ou automedicação na tentativa de amenizar o sofrimento.

Permitir-se sentir essas emoções é uma parte do processo. Evitar ou reprimir sentimentos pode prolongar a dor e dificultar a recuperação. É importante reconhecer que suas emoções são válidas e que levará um tempo para começar a se sentir melhor. Para amenizar o sofrimento, é importante estar cercado de amigos e familiares para conversar e compartilhar o que está sentindo, e se necessário buscar ajuda profissional para o tratamento adequado. A psicoterapia é uma abordagem que pode ajudar a pessoa a lidar com as emoções, oferecendo suporte e estratégias para lidar e amenizar o sofrimento causado pelo luto.

Se você ou alguém que você conhece está passando por um luto complicado, não hesite em procurar ajuda de um médico ou profissional de saúde. Com a ajuda de psicoterapia e outras estratégias terapêuticas, é possível enfrentar a dor de forma saudáv

Antônio Geraldo da Silva é médico formado pela Faculdade de Medicina na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. É psiquiatra pelo convênio HSVP/SES – HUB/UnB. É doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto – Portugal e possui Pós-Doutorado em Medicina Molecular pela Faculdade de Medicina da UFMG. Entre 2018 e 2020, foi Presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina – APAL.

Atualmente é Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Diretor Clínico do IPAGE – Instituto de Psiquiatria Antônio Geraldo e Presidente do IGV – Instituto Gestão e Vida. Associate Editor for Public Affairs do Brazilian Journal of Psychiatry – BJP. Editor sênior da revista Debates em Psiquiatria. Review Editor da Frontiers. Acadêmico da Academia de Medicina de Brasília. Acadêmico Correspondente da Academia de Medicina de Minas Gerais. Coordenador Nacional da Campanha “Setembro Amarelo®”, da Campanha ABP/CFM Contra o Bullying e o Cyberbullying e da Campanha de Combate à Psicofobia. É autor de dezenas de livros e artigos científicos em revistas internacionais e também palestrante nacional e internacional.

The post Antônio Geraldo: Como lidamos com o luto first appeared on GPS Brasília – Portal de Notícias do DF .

Fonte: Nacional

Continue Lendo

BRASIL

PF cumpre mandado em Cuiabá sobre venda de sentença no Judiciário

Publicado

em

Por

Por Fabio Serapião

Da folhapress Brasilia

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta (24), mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre venda de sentenças que envolve cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul.

Cinco desembargadores foram afastados dos cargos. Além das buscas, também há medidas como proibição de acesso às dependências de órgão público, vedação de comunicação entre investigados e uso de tornozeleira eletrônica.

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido, na manhã desta quinta-feira (24), em um condomínio de luxo em Cuiabá,

O alvo seria um lobista e as investigações apontam para a ligação com morte do advogado Roberto Zampieri.

A ação foi batizada de Ultima Ratio e investiga os crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário.

Os mandados de busca foram expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e são cumpridos por cerca de 200 policiais federais em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.

A investigação sobre a comercialização de sentença teve apoio da Receita e é um desdobramento da operação Mineração de Ouro, deflagrada pela PF em 2021.

Na primeira fase, a investigação tinha como foco a suposta participação de integrantes do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul em uma organização criminosa.

O nome da operação teve como origem a descoberta de que a aquisição de direitos de exploração de mineração em determinadas áreas eram utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente do esquema.

Esse não é o único caso relacionado a venda de sentença judicial em investigação no âmbito do STJ.

Um ministro do próprio tribunal está na mira da PF sob suspeita de venda de sentença.

CASO ZAMPIERI – As investigações que chegaram às suspeitas sobre o STJ se iniciaram após o homicídio de um advogado em dezembro do ano passado, em Mato Grosso.

O caso levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com dez tiros em dezembro passado.

Na ocasião, ele estava dentro do carro, em frente ao seu escritório em Cuiabá.

Em seu celular, havia mensagens que levantaram suspeitas de vendas de decisões por gabinetes de quatro ministros do STJ.

As investigações iniciais apontavam como uma das motivações processos de disputas de terras que tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Outro caso de venda de sentenças ainda em andamento é no Tribunal de Justiça da Bahia.

Lá, a operação Faroeste se transformou no maior caso de venda de decisões judiciais do Brasil.

Nos últimos meses, duas desembargadores baianas se tornaram rés (uma delas pela segunda vez) no âmbito da operação, juízes do sul do estado foram afastados sob suspeita de irregularidades em questão fundiária e um magistrado da região oeste disse sofrer ameaças por julgar casos relacionados a grilagem.

No início de julho passado, a Corregedoria Nacional de Justiça decidiu fazer uma investigação diante de nova suspeita de irregularidades no tribunal, com convocação de testemunhas e análise de equipamentos eletrônicos.

Ao mesmo tempo, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou uma apuração profunda sobre o tribunal, em decorrência de “gravíssimos achados”.

Entre eles, estão problemas na vara de Salvador encarregada de analisar casos de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há relatos de atrasos dos juízes em audiências, ineficiência e servidores da vara com temor de represálias de magistrados.

Cuiabá é uma das cidades alvo da Operação Ultima Ratio, que investiga supostos crimes de vendas de sentença, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. A ação foi deflagrada nesta quinta-feira (24), no estado vizinho.

Segundo a PF, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.

A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.

 

 

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora