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MATO GROSSO

Alunos da Escola Maria Dimpina conhecem a metodologia de acolhimento dos Círculos de Paz

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Cerca de sessenta alunos do 9º Ano A e B, da Escola Cívico-Militar Cuiabana Professora Maria Dimpina Lobo Duarte, localizada no Coxipó, tiveram a oportunidade de vivenciar nesta quarta-feira (16 de agosto), os Círculos de Construção de Paz, uma das experiências mais acolhedoras e significativas utilizada pela Justiça Restaurativa, como metodologia para humanização e pacificação do ambiente escolar.
 
Os Círculos de Paz se tornaram uma das principais práticas estimuladas pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, e tem permitido avançar na construção de ambientes escolares cada vez mais acolhedores, abertos ao diálogo e sensíveis a compreender que as dores do outro, também podem ser as suas dores.
 
Além da resolução de conflitos com base no diálogo, o método também traz resultados concretos no combate à evasão escolar, e tem mudado a relação entre alunos, professores e comunidade. Quanto maior a carga de conflitos, humilhação, racismo, bullying, e outras situações de violência, vividas pelos alunos no ambiente escolar, maior será a evasão, como tentativa de autoproteção e distanciamento daquilo que causa dor.
 
Segundo a facilitadora do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), Sandra Félix, o fortalecimento dos vínculos de amizade e o respeito às dores do outro são os principais valores trabalhados no ambiente escolar.
 
“O fortalecimento dos vínculos de amizade e o estimulo à percepção do acolhimento e do respeito às dores do outro. Esses são alguns dos principais valores trabalhados pelos círculos de paz, e hoje, de maneira muito específica, nós buscamos levar os alunos a refletir sobre o futuro que eles querem, o que eles pensam sobre a paz no mundo e qual a participação deles na construção desse mundo que eles tanto querem. Durante os círculos, nós percebemos muitas dificuldades no relacionamento familiar, e quando eles [alunos] saem do círculo, eles levam consigo uma visão diferenciada, de maior respeito com seus pais, de maior tolerância com seus colegas e no convívio escolar. Infelizmente, os relatos têm demonstrado um distanciamento entre os jovens e seu núcleo familiar cada vez maior, deixando na maioria dos casos, feridas e dores abertas que se refletem no convívio social”, refletiu Sandra.
 
O trabalho envolve o acolhimento e o tratamento de gatilhos emocionais desenvolvidos por alunos, professores e familiares dentro e fora do ambiente escolar. A oportunidade de falar, ouvir e ser ouvido permite aos envolvidos ressignificar o conflito, a partir de um olhar diferenciado sobre os problemas que envolvem diferentes pessoas, e que na maioria das vezes, quando ignorados ou sufocados, causam dores e traumas emocionais.
 
O aluno Antônio Raphael Sampaio Alcântara Campos, 15 anos, faz parte do 9º Ano B. Nem mesmo o comportamento introspectivo, comum aos portadores do transtorno de espectro autista (TEA), impediram Antônio de participar do Círculo de Paz.
 
“Foi uma experiência muito boa, aprendi várias coisas, entre elas, o respeito, a importância do amor e do respeito ao próximo, amar os pais, família e amigos, e se puder participar de novo, quero fazer. O amor foi a palavra mais forte para mim, porque além de amar o outro, precisamos nos amar também. Me senti muito bem entre os meus colegas, pude falar, e também ouvi o que eles tinham para falar. Bondade, humildade e honestidade também são valores que me tocaram durante a conversa”.
 
“Achei incrível, me senti muito acolhida por todos, e espero que tenhamos outros círculos na nossa escola. Amar o próximo e ver que as pessoas têm um lado que a gente não conhece e por isso, não nos cabe julgar o outro pela capa, porque a gente nunca sabe a história verdadeira. E apesar de não sermos muito enturmados na sala de aula, aqui pude ver que foram todos amigos, unidos e isso fez com que me sentisse muito acolhida”, descreveu Letícia Romero, de 14 anos, aluna do 9º Ano B.
 
Gabriel Rodrigo Galhano de Freitas, 14 anos, do 9º Ano B, acho interessante o espaço de fala garantido durante o Círculo de Paz.
 
“Tivemos espaço para conversar, coisa que normalmente não conseguimos falar para os nossos colegas, principalmente sobre aquilo que incomoda. O círculo me trouxe a oportunidade de aprender múltiplas coisa, mas acho que a principal foi o respeito ao próximo, ter bom coração, mas principalmente o respeito, que é a base de tudo. O respeito é a base de qualquer coisa, não só na escola, no trabalho, no transito, na família, em qualquer tipo de situação. Indico para os meus colegas que participem também. Vocês vão conseguir se expressar, vão sentir um alívio sobre coisas que você normalmente não conseguiria conversar com as pessoas por vergonha ou por achar que aquele não é o seu momento de fala”.
 
Com a dose certa de empatia, afetuosidade e responsabilidade emocional, diálogos bem estruturados, conduzidos por facilitadores de Círculos de Paz, são capazes de promover a compreensão sobre o quanto semelhante são os desafios, as dores e as dificuldades vividas por eles. A metodologia pode ser aplicada em todo e qualquer ambiente de convivência coletiva, inclusive no atendimento às famílias.
 
#Paratodosverem. Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Primeira imagem: Círculo de Paz com os alunos do Nono Ano B da Escola Maria Dimpina. Segunda imagem: Facilitadora Sandra Félix concede entrevista à TV.Jus. Terceira imagem: Aluno Antônio Raphael do Nono Ano B concede entrevista. Quarta imagem: Aluna Letícia Romero também do Nono Ano B fala durante entrevista à TV.Jus.
 
Naiara Martins
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Quebrando o silêncio e encorajando: “Se precisar, peça ajuda”

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Falar sobre saúde mental é algo desafiador nos tempos que vivemos, mas precisamos quebrar o silêncio e abordar esse assunto. Quantas pessoas estão, neste momento, passando por agonia, sem saber por onde começar? Muitas questões estão acumuladas no subconsciente, transformando a vida em uma aflição, quando, na verdade, a vida é um presente, uma dádiva.

No Brasil, o mês de setembro passou a ser dedicado a essa discussão a partir de 2015, por diferentes entidades que buscam esclarecer a população sobre o tema, usando a cor amarela. Assim surgiu o “Setembro Amarelo”. No entanto, uma campanha internacional teve início nos Estados Unidos após a trágica morte do jovem norte-americano Mike Emme, que tinha 17 anos. A família e os amigos não perceberam que Mike precisava de ajuda, e ele acabou tirando a própria vida.

Recentemente, a família do jovem norte-americano concedeu uma entrevista a um veículo de comunicação e compartilhou a dor da perda, que nunca tem fim para a família e os amigos. Contudo, ao olharem para a mobilização gerada pela morte do filho e a compaixão em ajudar outras pessoas a enfrentar problemas semelhantes por meio das campanhas, o sentimento de dor se transformou em uma missão de ajudar o próximo.

Histórias como essa estão por toda parte. Como mãe, esposa e atualmente servindo à população como primeira-dama do Estado, tenho a responsabilidade de falar sobre o assunto. Quero encorajar as pessoas a olhar mais para o próximo. Não estou falando de cuidar da vida do outro, mas de tentar perceber sinais que podem estar atormentando aqueles ao nosso lado. Da mesma forma, encorajo as pessoas que estão passando por problemas a encontrar um porto seguro e conversar com alguém; esse é o primeiro passo. Os sintomas do suicídio são silenciosos, e o escape se dá com a depressão, e nem sempre conseguimos identificar esses sinais.

Especialistas alertam que a depressão é uma doença psicológica grave e frequentemente subestimada, que pode levar ao suicídio. Caracterizada por alterações de humor, às vezes uma pessoa que demonstra uma alegria constante pode estar escondendo uma dor; tristeza profunda; baixa autoestima e sensação de falta de perspectiva. A depressão pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, perdas pessoais, desilusão amorosa e abuso de substâncias.

A doença faz com que a pessoa se sinta envergonhada, rejeitada e solitária, e, devido à sua subestimação social, pode levar a pensamentos suicidas como uma forma de escapar das angústias. É crucial buscar acompanhamento profissional para o tratamento da depressão, o qual pode reduzir significativamente o risco de suicídio.

Se você está passando por um momento difícil, saiba que não está sozinho(a). Pedir ajuda é um ato de coragem. Converse com alguém de confiança, procure um profissional e, se precisar, ligue para o CVV: 188.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, 12,6% dos homens, a cada 100 mil, em comparação com 5,4% das mulheres, a cada 100 mil, morrem devido ao suicídio. A única maneira de ajudar uma pessoa que está com pensamentos suicidas é o apoio de pessoas próximas e profissionais. Se precisar, peça ajuda; esse é o melhor caminho. Nem sempre conseguimos superar nossas fragilidades sozinhos. Além dos familiares e amigos, procure um profissional habilitado. O processo não é fácil, mas, com determinação e fé, a superação é uma questão de tempo.

Quem acompanha meu trabalho sabe que já passei por inúmeros desafios com minha saúde, momentos delicados. A única coisa que eu pensava era como superar algo que não dependia apenas de mim. Todas as doenças que enfrentei e a minha superação diária vão além da minha força de vontade. No meu caso, a fé em Deus, a minha família e a ajuda profissional foram primordiais, pois há momentos em que o corpo e a mente cansam. É nesse momento que precisamos ser humildes o suficiente para dizer: “Sim, eu preciso de ajuda”.

A vida é maravilhosa; a vida é um presente diário. “Se precisar, peça ajuda.”

Virginia Mendes é economista, mãe de três filhos, primeira-dama de MT e voluntária nas ações de Governo na área social por meio da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (UNAF).

Fonte: Governo MT – MT

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