O PT deve acionar a Justiça de São Paulo contra o rito de tramitação do projeto que privatiza a Sabesp na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A legenda quer debater a proposta em comissões separadas, ao contrário da base, que pretende agilizar o andamento do texto para votar a matéria ainda neste ano.
No colégio de líderes realizado na terça-feira (31), deputado sugeriram agilizar a tramitação do texto e enviar para análise do Congresso de Comissões, que junta as comissões de Constituição e Justiça, Finanças e Orçamento e Infraestrutura. No rito comum, a proposta passaria em discussão pelas comissões separadamente.
“O que estamos questionando é a forma em que o texto será debatido na Casa. Queremos dar maior amplitude aos debates, questionar a constitucionalidade, a importância e o impacto financeiro sobre o estado com a privatização”, afirma o líder do PT, Paulo Fiorilo.
“Achamos um equívoco [enviar o projeto para o Congresso de Comissões]. Poderia ser melhor debatido. As comissões dão mais transparência e nos dá a oportunidade de discutir o texto com maior precisão, ao contrário do congresso que debate de forma genérica e geral”, concluiu.
A privatização da Sabesp é a principal demanda do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para este ano. O texto foi enviado no começo do mês e recebeu cerca de 173 emendas dos deputados.
A proposta foi enviada em modelo de projeto de lei, o que obriga 48 votos para a aprovação. Entretanto, a oposição questiona a constitucionalidade do texto, já que o saneamento básico oferecido pelo estado está previsto na Constituição Estadual. Caso a matéria fosse enviada via PEC, o Palácio dos Bandeirantes teria que conquistar 57 votos, o que não consegue emplacar desde o começo do ano.
“A primeira comissão que discutiria a proposta seria a CCJ, que já debateria a constitucionalidade do projeto. Nós achamos que deveria ser uma PEC e a comissão poderia dar amplitude aos debates. Se o governador enviasse uma emenda à Constituição, evitaria os questionamentos e a possível judicialização do projeto”, completa Fiorilo.
Para agilizar a tramitação, a Alesp convocou uma audiência pública sobre o tema para a próxima segunda-feira (6). O relator da proposta será o deputado Barros Munhoz (PSDB).
Privatização da Sabesp
Tarcísio de Freitas enviou o projeto de privatização da Sabesp no último dia 17 de outubro e está com a tramitação em regime de urgência, o que obriga os deputados a agilizarem a votação.
A proposta deve seguir o modelo de follow-on com maior controle do governo paulista. Nessa modalidade, o Bandeirantes deve deter entre 15% e 30% da companhia e poder de veto.
O texto ainda determina a distribuição de água e esgoto para áreas rurais e comunidades, além de impor a redução de tarifas para os consumidores.
O governo também incluiu um artigo que cria um fundo para subsidiar a redução das taxas e financiar a distribuição de água em caso de calamidade pública. Para isso, Tarcísio pretende destinar cerca de 30% do total arrecadado com as ações para o investimento.
Palácio dos Bandeirantes pressiona os deputados para votar o texto até o fim de novembro, entretanto, parte dos deputados acham o prazo curto e já acreditam que a proposta deve ficar apenas para o próximo ano.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.