Connect with us

Agronegócio

Agricultores querem aprovação do PL 658 para garantir produção de bioinsumos “on farm”

Publicado

em

Em um encontro realizado na sede da Aprosoja Brasil, em Brasília, lideranças do agronegócio, indústria e parlamentares discutiram o futuro da produção de bioinsumos no Brasil e a urgência da aprovação do Projeto de Lei 658, que deve ser votado até o final deste mês. Caso o projeto não avance neste ano, milhões de agricultores, incluindo pequenos produtores de orgânicos, podem enfrentar dificuldades legais ao continuar produzindo seus próprios insumos biológicos diretamente nas fazendas.

O foco do debate foi a produção de bioinsumos “on farm”, uma prática que permite aos produtores fabricar insumos biológicos, como bactérias e fungos benéficos, dentro de suas propriedades e para consumo próprio. Essa abordagem reduz a dependência de insumos químicos importados, melhora a sustentabilidade e promove a saúde do solo e das culturas. Para a soja, principal commodity do país, os bioinsumos são vantajosos ao otimizar a germinação das sementes e fortalecer o desenvolvimento inicial da planta, que é essencial para raízes saudáveis e produtivas.

A substituição dos tratamentos químicos por biológicos em sementes de soja tem mostrado resultados promissores, já que produtos biológicos, como inoculantes e microrganismos benéficos, estimulam o crescimento das raízes e aumentam o controle de doenças. Essa prática, além de favorecer a fixação de nitrogênio, torna o cultivo mais sustentável e eficiente. O uso de equipamentos específicos que aplicam os bioinsumos diretamente no sulco de plantio tem sido destacado como fundamental para garantir uma distribuição precisa e reduzir o desperdício.

Na discussão sobre o PL 658 e o PL 3668, foram abordados os impactos de cada proposta para a regulamentação dos bioinsumos “on farm”. Enquanto o PL 658 busca permitir a produção de insumos biológicos dentro das propriedades para uso próprio, o PL 3668 propõe uma regulamentação mais rígida, exigindo os mesmos processos de controle aplicados a produtos químicos. Os participantes enfatizaram a importância de um consenso que ofereça segurança jurídica aos produtores e evite a burocracia excessiva.

Fabrício Rosa, diretor-executivo da Aprosoja Brasil, ressaltou a necessidade de uma regulação equilibrada: “o diálogo se baseou na ciência, na técnica e na criação de uma estrutura regulatória que proporcione segurança jurídica para todos os envolvidos.” O diretor destacou que, além dos produtos prontos no mercado, a possibilidade de produzir bioinsumos diretamente nas fazendas vem crescendo rapidamente, com um aumento de 50% na adoção de práticas sustentáveis nas últimas duas safras, segundo dados da FGV Agro.

A aprovação do PL 658 é vista como essencial para o fortalecimento da independência dos agricultores brasileiros, especialmente no atual cenário de expansão da agricultura sustentável no país.

Fonte: Pensar Agro

Continue Lendo

Agronegócio

Mercado global de bioinsumos pode atingir R$ 258,75 bilhões até 2032

Publicado

em

Por

O mercado global de bioinsumos agrícolas, que em 2023 somou entre R$ 74,75 bilhões e R$ 86,25 bilhões, deve alcançar cerca de R$ 258,75 bilhões até 2032, caso mantenha a taxa de crescimento anual entre 13% e 14%. A projeção é do Observatório de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a empresa CropLife. O setor de controle biológico se destaca no segmento, respondendo por 57% do mercado atual, e a tendência é que esses produtos continuem liderando a participação de mercado nos próximos anos.

O crescimento do mercado de bioinsumos nos últimos dez anos, impulsionado especialmente pelos últimos quatro anos de expansão, é atribuído à crescente adoção desses produtos pelos produtores rurais, como ferramenta para o manejo integrado de pragas.

Apesar do rápido crescimento no Brasil, o estudo aponta desafios econômicos, regulatórios e jurídicos que dificultam a expansão desses insumos no país. Entre os principais obstáculos estão a falta de capacitação para a aplicação e a ausência de uma legislação específica para bioinsumos. Atualmente, esses produtos se encaixam nas legislações de produtos químicos e sintéticos, como a Lei de Agrotóxicos e a Lei de Fertilizantes, o que gera insegurança jurídica e dificulta o processo de regulamentação.

Para resolver essas questões, projetos de lei estão em tramitação no Congresso Nacional, como o PL 658/2021 e o PL 3668/2021, que visam regulamentar a produção, uso, registro e comercialização dos bioinsumos. A criação de um marco legal específico para os bioinsumos é essencial para padronizar os processos industriais e harmonizar a tributação, esclarecendo as incertezas que atualmente cercam o setor.

Outro desafio identificado pelo estudo é a falta de capacitação de muitos produtores, o que limita a adoção de bioinsumos a poucas culturas, como soja, milho e cana-de-açúcar. Para a CropLife e a FGV, é necessário um aprofundamento nas questões regulatórias, incluindo o Programa Nacional de Bioinsumos e iniciativas legislativas, além de uma maior conexão com a propriedade industrial e o acesso ao patrimônio genético nacional.

Embora o Brasil tenha avançado em pesquisa e desenvolvimento, o estudo observa que o país ainda está atrás de líderes globais, como os EUA, China e Coreia do Sul, no número de patentes e inovações biotecnológicas no setor. Investir em políticas públicas e parcerias estratégicas pode ser o caminho para reduzir essa lacuna.

Fonte: Pensar Agro

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora