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MATO GROSSO

Agricultores familiares de Feliz Natal usam caixas de abelha construídas por reeducandos

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Em Feliz Natal, um dos municípios com maior produção de mel em Mato Grosso, os agricultores familiares estão usando caixas de abelha confeccionadas por reeducandos do Centro de Ressocialização de Sorriso, com madeira apreendida em fiscalizações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O trabalho é apoiado pela Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (Seaf), que, em 2021, distribuiu outras 100 caixas para a criação de abelhas, por meio do MT Produtivo Apicultura.

Entre os agricultores beneficiados com as caixas de abelha estão aqueles que começaram a investir na apicultura agora, conforme a especialista em apicultura, Clarice Saueressig, que foi contratada pelo município para atuar nas ações de fortalecimento do segmento no município.

“Nós pegamos as caixas do Centro de Ressocialização em três etapas. Primeiro, foram 100 caixas; a segunda, de 180 caixas, e a outra de 350 caixas. As entregas beneficiaram os produtores familiares do Assentamento Ena e das comunidades indígenas do Pavuru e Sobradinho”, afirmou.

A caixa entregue aos produtores serve para acondicionar as colmeias de abelhas, contendo, na parte interna, melgueiras – compartimentos adicionais utilizados para a expansão da colônia e a produção de mel.

O estado possui um clima favorável que propicia a produção de mel durante todo o ano e uma rica variedade de espécies de abelhas nos três biomas (Pantanal, Cerrado e Amazônia). Todo o mel produzido no Estado é consumido no mercado interno e ainda é preciso trazer o produto de outras regiões do país.

A secretária de Agricultura Familiar de Mato Grosso, Teté Bezerra, apontou que o incentivo à produção de mel no estado é uma das ações do MT Produtivo, implantado durante a atual gestão.

“Nosso objetivo é expandir a atividade e aumentar a produção de mel de Mato Grosso e, com isso, incrementar o número de postos de trabalho e a renda a famílias que trabalham com apicultura”, afirmou a secretária.

As entregas foram feitas entre 2020 e 2022. A fabricação das caixas foi supervisionada pela Fundação Nova Chance, e garante aos reeducandos a remição da pena. A Lei de Execução Penal define que o reeducando abaterá um dia de sua pena a cada três dias trabalhados.

“Projetos como esse são extremamente importantes porque beneficia os reeducandos e também os produtores. Um dos mais importantes pilares da ressocialização é o trabalho, sendo um dever social tendo finalidade educativa e produtiva, reintegrando-o ao convívio social e oportunizando mudança do seu comportamento diante da conduta cometida no passado”, afirmou o presidente da Fundação Nova Chance, Winkler de Freitas Teles.

O Governo do Estado já doou 6 mil caixas de abelhas para mil agricultores familiares desde 2019.

Atualmente, Mato Grosso produz 466 toneladas de mel por ano, o que o deixa em 14º colocação no ranking da produção de mel no país.

Fonte: Governo MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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