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Afoxé Filhos de Gandhi completa 70 anos com festa no Rio

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O Afoxé Filhos de Gandhi, tradicional bloco de embalo do Rio de Janeiro, celebra 70 anos de existência com várias atividades programadas para esta quinta-feira (27).

Por conta da pandemia de covid-19, o bloco teve suas atividades interrompidas, mas a festa vai agitar o Rio com eventos que prometem encantar os amantes da cultura afro-brasileira, a partir das 14h, na sede do Museu de História e Cultura Afrobrasileira (Muchab), no bairro da Gamboa, zona portuária da cidade.

O bairro é um tradicional centro da cultura afro-brasileira, por causa da chegada de navios trazendo escravos que desembarcavam no porto do Rio, conhecido como Pequena África.

O Afoxé Filhos de Gandhi foi inspirado no Ijexá Filhos de Gandhy, bloco carnavalesco criado dois anos antes em Salvador e que se apresentava recreativamente tocando o ijexá, cantando em iorubá e dançando coreografias dos orixás. O termo afoxé foi adotado em alusão às saídas religiosas onde filhos de santo dispostos em cortejo depositavam oferendas no mar, rios e matas, sendo o bloco também chamado de candomblé de rua.

Seus integrantes moravam majoritariamente em bairros afastados da área central da cidade, eram das camadas populares e trabalhavam como autônomos ou prestadores de serviços. Era através da articulação de suas casas de candomblé que eles movimentavam uma intensa troca de dádivas com orixás, governantes, comerciantes, movimentos sociais e a população em geral.

Depois de passar anos sem sede social, usando o espaço de outras agremiações, em 1997 a diretoria passou a ocupar um velho casarão abandonado na rua Camerino, sopé do Morro da Conceição, na região central da cidade.

Sem telhado, com vegetação alta e lotado de entulho, os integrantes do Gandhi limparam o terreno, pintaram as paredes e afixaram uma placa de identificação na fachada. No interior, abrigavam atabaques, vasos de plantas, bichos de estimação, roupas, mesas e cadeiras. Ali, eles participavam de atividades religiosas e recreativas. O sobrado se tornou um espaço habitado por humanos, orixás, plantas, animais e objetos.

Documentário

Para marcar a festa, o projeto apresenta um documentário que conta a trajetória da agremiação, incluindo eventos marcantes como a Lavagem do Monumento de Zumbi dos Palmares, o Balaio das Yabás, o Dia Nacional do Samba e a Procissão de Yemanjá, entre outros.

Também foram realizadas pesquisas nos arquivos públicos e privados da cidade para reunir todo tipo de material referente ao bloco no passado. O objetivo é transformar o site da instituição em um verdadeiro acervo da memória dos Filhos de Gandhi, disponibilizando informações e conteúdos históricos para o público.

Dentre as principais ações do projeto, destacam-se a exibição do longa-metragem que conta a história do bloco, a modernização do site com a inclusão dos materiais de arquivo e a realização de quatro apresentações presenciais no Museu de História e Cultura Afrobrasileira.

A apresentação final será precedida por uma mesa de debate que discutirá a importância dos blocos de embalo no carnaval carioca. A mesa de debate e a apresentação serão registradas em vídeo e disponibilizadas no YouTube. A programação dos eventos paralelos já está definida e promete atrair uma multidão de foliões e apreciadores da cultura afro-brasileira.

A idealização do projeto é do diretor Rodrigo Moraes que, nos últimos anos, realizou diversos trabalhos relacionados com a cultura popular, com especial atenção à zona portuária do Rio de Janeiro.

O cineasta lançou no ano passado o longa-metragem Okutá Ió em um evento que também contou com uma exposição de fotografias do diretor e do fotógrafo do Morro da Providência, Maurício Hora.

Em 2023, a partir de material extra do documentário lançado em 2022, ele idealizou o filme inédito sobre o grupo de Afoxé mais antigo do Rio, o Afoxé Filhos de Gandhi – 70 anos de carnaval. A celebração dos 70 anos dos Filhos de Gandhi promete resgatar a memória dessa agremiação tão importante para a cultura carioca.

Com uma programação diversificada e envolvente, os eventos paralelos garantem momentos de muita música, dança, devoção e reflexão sobre a contribuição dos blocos de embalo para o carnaval carioca. A cidade se prepara para viver uma experiência repleta de emoção ao som dos tambores do afoxé.

Filme

O diretor Rodrigo Moraes explica que o filme traz como novidade a abordagem de eventos do bloco que vão além do carnaval. “O que eu acho legal é que a gente gravou os Filhos de Gandhi em diversos outros eventos que acontecem na região portuária que não são eventos exatamente do Gandhi, mas que o Gandhi em forma de parceria estava junto, como o Balaio das Yobás, que ocorre em dezembro em homenagem a Oxum, esse seria um exemplo. A gente gravou também a Feijoada do Gandhi, que é uma coisa mais interna, para saber como é uma feijoada, como é uma festa interna do bloco”, argumenta. 

O Muchab situa-se na rua Pedro Ernesto, 80, na Gamboa. A festa começa com a apresentação do novo site do bloco e da estreia do documentário Afoxé Filhos de Gandhi – 70 anos de carnaval, com um debate que terá tradução simultânea em libras. Em seguida, haverá apresentação do bloco, com a degustação de cachaça com rapadura durante um coquetel.

*Colaborou Carolina Pessoa, repórter da Rádio Nacional do Rio de Janeiro

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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