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Adolescentes fazem propostas contra desinformação sobre vacina  

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Filha, essa informação sobre a vacina está correta?

A estudante Yamila Miranda, de 16 anos, ficou feliz quando ouviu a pergunta e a manifestação de confiança do pai. Ela, que está no 2º ano do ensino médio de uma escola pública em Brasília, lamenta que a família e amigos recebam mensagens de desinformação sobre saúde pública, incluindo imunização. “Durante e também depois da pandemia, chegaram mensagens de que a vacina podia carregar ímã ou chip. É um absurdo”, disse a adolescente.

Ela é uma das 80 estudantes do ensino público, na faixa dos 15 aos 18 anos de idade, que participam, neste sábado (21), na capital federal, de um evento chamado de “Hackathon”, com o propósito de combater a desinformação sobre vacinação. Divididos em grupos, eles participam dessa maratona de reflexões para apresentar ideias contra as mentiras que circulam na sociedade. Eles apresentarão as propostas no fim da tarde deste sábado.

O evento integra a Semana de Ciência e Tecnologia, com apoio da Secretaria da Comunicação, da Presidência da República, e de entidades civis que atuam para combater informações falsas e criminosas sobre o tema. 

“Eles informam a família”

Coordenadora de Políticas de Liberdade de Expressão e Enfrentamento à Desinformação da Presidência, Roberta Battisti explica que a ideia principal é engajar os jovens para refletir sobre o tema da desinformação. “Eles são agentes de informação para a própria família e amigos”. Ela entende que a desinformação tem sido responsável por uma baixa cobertura vacinal no país.

Roberta, que tem monitorado grupos que repassam informações criminosas, avalia que o fim da pandemia não reduziu a desinformação. Há mensagens muito graves que deixam a sociedade vulnerável e sob risco de saúde. Entre eles, a venda de documentos falsos que comprovariam que a pessoa tomou vacina mesmo sem ter feito a imunização, além de discursos que se multiplicaram de forma falsa de que a vacina conteria um chip.

 “Outra situação grave é a venda, por exemplo, de dióxido de cloro, que é comercializado na internet com a ideia de desintoxicar o corpo da vacina”, diz Roberta Battisti, que é especialista em direito digital.  Ela explica que o governo, de forma interministerial, realiza, na próxima terça-feira (24), o lançamento da estratégia de enfrentamento à desinformação em saúde. 

Educação midiática

Vai ser nessa data também que os alunos vencedores do Hackaton, com a melhor proposta contra desinformação, serão homenageados. A coordenadora-geral de Educação Midiática da Secretaria de Comunicação, Mariana Filizola, contextualiza que se espera dos mais jovens, por serem nativos digitais, um amplo conhecimento da internet, mas, na verdade, pode faltar repertório para entender as mensagens que chegam. 

“Esse é o nosso papel na hora de promover a educação midiática. Ajudar a discernir as informações, quais são as narrativas falsas, as intenções dos discursos e como checar e verificar uma informação”. No início do evento deste sábado, os alunos foram questionados se recebiam fake news sobre vacina. Uma boa parte deles respondeu que sim, de mentiras como chips, desmaio, ou que a pessoa poderia virar jacaré. “Eles ouvem nas ruas, nas redes, na escola e até dentro de casa. Por isso, estimulamos que eles pensem ideias inovadoras”.

Prioridades

A estudante Talita Cristina Lopes, de 17 anos, estava entusiasmada com a discussão. “Como estou agora no ensino médio, procuro ficar sempre muito informada, principalmente sobre temas da atualidade. Algumas coisas que a gente escuta nos deixam realmente chocados, como a ideia de que a vacina poderia levar a modificações genéticas”. O momento desafiador que ela vive faz com que sonhe em ser professora de história no futuro. 

Brasília, 21/10/2023 80 estudantes do ensino médio de escolas públicas do DF participam de um Hackathon que tem como objetivo pensar soluções e estratégias para o enfrentamento à desinformação sobre vacinas nas escolas. A estudante Talita Lopes, fala com a Agência Brasil. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Brasília, 21/10/2023 80 estudantes do ensino médio de escolas públicas do DF participam de um Hackathon que tem como objetivo pensar soluções e estratégias para o enfrentamento à desinformação sobre vacinas nas escolas. A estudante Talita Lopes, fala com a Agência Brasil. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Brasília – Estudantes do ensino médio de escolas públicas do DF participam de Hackathon. A estudante Talita Lopes – Foto Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A assistente de projetos Isabela Ferro, da SaferNet, atuou como tutora dos alunos neste sábado a fim de encaminhar propostas com os mais jovens. “É um trabalho muito importante de conscientização, de escuta e de diálogo sobre as percepções deles, para que possam fazer o papel de protagonismo, de exercício na cidadania dentro e fora das telas”. A SaferNet oferece serviço de orientação sobre crimes e violações de direitos humanos na internet.

Vulnerabilidades

Também no papel de tutoria dos alunos estava a diretora da Redes Cordiais, Gabriela de Almeida, que  entende que os mais jovens são vetores para uma comunicação responsável. Ela exemplifica que o trabalho de combate à desinformação e ao discurso de ódio deve contar com pessoas em lugar de confiança. “Sem informação, há um ambiente fértil para a desinformação. A gente tem algumas redes que são mais impenetráveis. Nesses lugares percebemos o aumento do radicalismo. Os jovens podem ficar vulneráveis”. 

Ela avalia que a estratégia de grupos criminosos é criar um pânico moral e depois vender uma falsa substância e até curso contra a vacina. “É uma estrutura de marketing que consegue enganar pessoas mais vulneráveis”. 

Por outro olhar, de acordo com integrante da diretoria do Coletivo Intervozes,  Alfredo Portugal, é necessário observar também as notícias falsas que jovens sem acesso digital recebem. “Disse a esses alunos aqui de Brasília, que estão em centros urbanos, sobre a responsabilidade de pensar em soluções também diante da pluralidade de realidades no Brasil”. Ele recorda que pessoas que estão em regiões de desertos de notícias também estão vulneráveis às mentiras que correm de boca em boca. 

Brasília, 21/10/2023 80 estudantes do ensino médio de escolas públicas do DF participam de um Hackathon que tem como objetivo pensar soluções e estratégias para o enfrentamento à desinformação sobre vacinas nas escolas. O representante do Intervozes, Alfredo Portugal, fala com a Agência Brasil. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Brasília, 21/10/2023 80 estudantes do ensino médio de escolas públicas do DF participam de um Hackathon que tem como objetivo pensar soluções e estratégias para o enfrentamento à desinformação sobre vacinas nas escolas. O representante do Intervozes, Alfredo Portugal, fala com a Agência Brasil. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Brasília – Oitenta estudantes do ensino médio de escolas públicas do DF participam de um Hackathon a fim  de propor soluções contra a desinformação sobre vacinas. O representante do Intervozes, Alfredo Portugal – Foto Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O estudante Lucas Cruz, de 18 anos, que vive em Brasília, tem consciência da diversidade de desafios. “Eu acho que a gente passou por um momento na nossa história de negacionismo, inclusive das autoridades, e isso foi referência para pessoas que não quiseram tomar a vacina até hoje”.

Ele também ouviu de familiares e amigos sobre possíveis problemas que a imunização iria gerar. “Vinham principalmente dos mais velhos e precisamos corrigir com comunicação eficiente. Também buscamos ajudar pessoas de nossa idade que recebem falsidades. Precisamos todos trabalhar contra isso”. Para o futuro, Lucas já decidiu que quer ajudar os outros profissionalmente. “Penso muito no jornalismo”.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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